Desde que a maravilhosa Brené Brown entrou em cena com seu incrível TED (The Power of Vulnerability) e, posteriormente, no Netflix com sua palestra (Call To Courage), a palavra VULNERABILIDADE tem ganhado enfoque.
Diz ela, com extrema sabedoria:
“Ficar vulnerável é um risco que temos que correr se quisermos experienciar conexão.”
No contexto da produção de conteúdo e das mídias digitais, antes mesmo de Brené entrar em cena, confesso que eu já havia reparado em uma mudança de ares.
Quando o Instagram estourou, por exemplo, nosso barato era observar – com um certo tom de inveja – a vida inacreditável das blogueiras com suas viagens incríveis e rotinas fitness, né? (Olha eu sendo vulnerável aqui e confessando: eu SUPER era essa pessoa).
Mas algo mudou nos últimos tempos. Me parece que, aos poucos, essa “distância” entre o que é a VIDA REAL de uma pessoa e o que se posta no Instagram começou a se mostrar mais óbvia. Ficou mais difícil acreditar que a realidade das blogueiras – e de nossas PRÓPRIAS vidas – é realmente tão incrível quanto os Stories e o feed.
Eu, pelo menos, não caio mais nessa. Mas enxergo a transformação embalada pela “onda da vulnerabilidade” com extremo otimismo. Afinal, não deveriam as redes sociais atuarem como uma EXTENSÃO de nossas conexões REAIS?
Claro que não precisamos documentar e jogar nossa tristeza na cara do mundo. Mas creio fortemente podemos ressignificar a forma como produzimos conteúdo, trazendo um pouquinho mais de VERACIDADE a ele.
Estamos nas redes porque queremos conexões. Como se conectar com alguém que nunca tem problemas se, no fundo, sabemos que todo SER HUMANO enfrenta algum tipo de dificuldade? Como se conectar com alguém de quem você é fã, mas você sabe que só quer seus likes….nunca respondeu a um comentário seu e, provavelmente, nunca responderá?
Para ilustrar melhor, vou trazer um exemplo recente de vulnerabilidade na produção de conteúdo. E, para ser completamente honesta, o exemplo vai ser meu.
Na semana passada, publiquei um texto falando sobre como a Yoga tem me ajudado a lidar com minha ansiedade (sou muito, muito, muito ansiosa) e a melhorar minha produtividade. Para minha surpresa, foi um de meus conteúdos mais lidos até agora.
Por quê? Porque eu fui vulnerável. Abri ao mundo meu problema e descobri, no fim das contas, que é um problema de muita gente.
E olha só que incrível: eu me senti acolhida, como escritora do texto – e como pessoa com ansiedade. Ao mesmo tempo, meus leitores também se sentiram compreendidos (muitos comentaram que a Yoga tem feito milagres em suas vidas).
Por isso, se você trabalha com produção de conteúdo, minha sugestão é: TORNE seuCONTEÚDO VULNERÁVEL. Assuma quem é você nas suas histórias (o bom e velho storytelling). Não só o lado bonito da sua vida. Quem sabe os perrengues que você passa também não sejam boas fontes de inspiração para fazer novas amizades no mundo virtual – e, posteriormente, até no mundo real?
Quem sabe as DORES que você experimenta não são também as dos seus clientes, amigos ou ambos? Se é verdade o que Brené diz – que a vulnerabilidade é o que nos CONECTA (e creio fortemente que sim, pois NEUROLOGICAMENTE fomos programados para buscar conexões), mostrar que às vezes você também se sente inseguro ou frustrado pode ser bom para o seu negócio.
E para sua alma também.