Enraizar-se é um processo complexo dentro de uma sociedade que nos puxa para mil diferentes direções.
Confusos e cansados, começamos a criar raízes externas. Por meio de relacionamentos, posses, cargos profissionais. Nossos papéis moldam quem somos.
Mas isso não significa necessariamente ter raízes sólidas de verdade. Se tudo isso simplesmente sumisse, quem seria você? O que você seria sem seu emprego? Sem seu parceiro(a)? Sem sua casa?
Tudo isso um dia poderia sumir. Pode sumir até mesmo hoje – você não tem como saber. Não é possível evitar que tudo lhe seja tirado, por mais “seguros” que você tenha. E, então, o que restaria?
O equívoco não é enraizar-se em um papel. Mas esquecer que, antes de mais nada, é preciso estar bem enraizado em si mesmo.
Afinal, para onde quer que você vá, sozinho ou acompanhado, com ou sem dinheiro, com ou sem posses…lá estará você.
A gente gosta de tentar fugir, mas como Neruda certa vez colocou: em algum momento, inevitavelmente, encontraremos a nós mesmos. E esse poderá ser o mais feliz ou amargo encontro das nossas vidas.
Melhor é tentar, em doses homeopáticas, encontrar um pouquinho se si a cada dia.