🎭 Shakespeare.
O nome, por si só, carrega peso.
E pesados foram os últimos anos para a população brasileira, em sua maioria. (Lembrando que voltamos em 2021 ao Mapa da Fome, segundo relatório da ONU).
De modo que trazer ao teatro em 2022, ano eleitoral, uma releitura sobre um de seus emblemáticos personagens – Ricardo III – aspirante ao trono da Inglaterra, se mostrou uma iniciativa certeira da Cia Teatro ao Quadrado.
Luciano Abarse (diretor), Marcelo Adams (@marceloadamsteatro) e Margarida Peixoto (@margaridapeixotoatriz) reconstruíram a figura de um vilão que representa, em si, não apenas “Ricardo III”, mas monarcas e genocidas que por eras surgem e ressurgem no mundo.
E perduram somente até dado momento – homens pequenos que são por trás das máscaras autoritárias.
O que lhes sobra? Em seu próprio íntimo, uma incapacidade de conviver consigo mesmos diante da lembrança do sangue que derramaram em seu percalço.
O texto rápido, ágil, tragicômico, em sintonia com os elementos cênicos, traz camadas constantes de intensidade e tensão ao espetáculo.
A meu ver, reflete a confusão mental para a qual líderes autoritários procuram nos submeter (presos em suas próprias distorções psíquicas), utilizando estratégias de discursos genéricos, pouco específicos e contraditórios.
Viva o teatro.
Que nos faz pensar.
Repensar.
Resistir.
Porque o Inverno precisa acabar. Os tiranos sempre caem eventualmente – creio fortemente nisso – mas a cada minuto que estão no poder, vidas são ceifadas.
Então, que caiam rápido.
❤️ Obrigada, Cia Teatro ao Quadrado, pela experiência e por terem me proporcionado uma primeira vivência shakespeariana que ficará na lembrança.
Obrigada @dillymariadocarmo e @chicomarshall pela indicação da peça. E @ccmarioquintana – espaço democrático que é por proporcionar esse tipo de vivência. ☀️