O que é nomadismo digital, afinal? O termo parece ganhar cada vez mais relevância, não por acaso. A internet hoje é parte intrínseca de nossas vidas e revolucionou as possibilidades de habitarmos o mundo. O fato de ser viável trabalhar/produzir de qualquer lugar abriu espaço para entrarmos novamente em contato com nosso instinto de liberdade.
A verdade é que não existe uma definição exata para o que é um nômade digital. Eu, por exemplo, me “considero nômade” porque volta e meia viajo e passo alguns dias trabalhando de diferentes lugares – seja em um ônibus, avião, café em São Paulo ou uma praia bonita em Santa Catarina. Brinco que sou uma “nômade Nutella”.
E existem os “Nômades Raiz”. São aqueles que já venderam tudo, abriram mão de qualquer estabilidade, do carro, da casa e vivem – literalmente – pelo mundo, colecionando noites em hostels, Airbnb’s ou até sofás de estranhos ao redor do globo.
Neste artigo, quero aprofundar um pouco mais o conceito de nomadismo digital e, claro, compartilhar algumas dicas para você que sonha com uma vida de mais liberdade e menos coisas.
Topa?
Nomadismo: significado e contexto no mercado digital do século 21
O significado de nomadismo não remete a uma profissão, em si. Na verdade, como tentei explicar um pouco, trata-se de uma nova maneira de encarar a vida e o trabalho. Você executa seu job – existem profissões mais propícias ao trabalho remoto – mas não precisa estar fisicamente no local de trabalho.
Ora, se você não precisa estar fisicamente presente…significa que: sim! Você pode estar em qualquer lugar. E pode basicamente trabalhar em uma cidade em um dia, em um diferente estado no outro e – por que não? – até mesmo em algum país distinto no mês seguinte. A ideia é aliar a possibilidade de trabalhar e conhecer outras culturas simultaneamente.
A própria palavra “nômade” remete aos nossos ancestrais da era do paleolítico. Antes da agricultura, conforme também explica o historiador Harari no livro “Sapiens”, vivíamos espalhados pelo mundo, vagando. A globalização e essa coisinha chamada WI-FI, por estranhos caminhos, nos reconectaram à essa essência que ainda habita em nós.
Eu enxergo o nomadismo hoje justamente como uma forma de quebrar o script padrão de vida. Ao invés de você trabalhar em um local por horas e tirar férias uma vez por ano, você elimina esse senso de dualidade entre vida e trabalho. Você viaja enquanto trabalha. Encerra o “expediente” e vai fazer um programa cultural, explorar o mundo.
Parece legal para você? Já vou adiantar que nem tudo são flores – mas vou detalhar um pouco mais sobre isso adiante. Primeiro, vamos à próxima pergunta que talvez surja por aí…
Como se tornar nômade digital?
Há muitas formas – de verdade. Quando eu comecei a pesquisar sobre o tema com o sonho de ser nômade, um dos livros que me inspirou foi A Startup de 100 dólares. Ele traz cases incríveis de como há pessoas comuns ganhando dinheiro com negócios digitais, por exemplo. Seja vendendo produtos com e-commerces, através de blogs ou consultorias.
Eu, como jornalista, encontrei um caminho através do Marketing de Conteúdo. Hoje, atendo clientes através de agências e de forma autônoma, criando textos otimizados para blogs e sites. É uma profissão relativamente nova, com demanda gerada graças à internet, e que tem tudo para crescer cada vez mais.
Em paralelo, a criação de conteúdo também abriu margem para que designers, editores de vídeos e escritores cresçam nesse mercado. Mas a verdade é que independentemente do que você faça – seja um advogado, publicitário ou professor, – hoje é possível criar uma rotina de trabalho remoto em muitas profissões. Você pode propor isso ao seu chefe ou, então, se tornar seu próprio chefe.
Tudo começa com o sonho de viver de forma nômade. A partir daí, você vai achando os melhores caminhos. E você não precisa começar logo viajando para fora do país. Vale a cidade ou estado vizinho…sua visão de mundo já vai se transformar.
E o mais legal? Enquanto o choque com outras culturas transforma você, isso contribui para que se torne um profissional melhor. Aliás, creio que não apenas um profissional, mas uma pessoa melhor.
Como ser nômade e preservar a saúde mental?
Ser nômade é meu sonho desde meados de 2016. E a verdade é que conseguir chegar nesse ponto da carreira não é fácil. Exige trabalho, aperfeiçoamento e dedicação! E mais: quando você começa a trabalhar e viajar, percebe até que nem tudo é tão glamourizado quanto aparenta no Instagram.
Cada viagem é uma desconstrução de si mesmo e um exercício de desapego. Não é difícil dar uma pirada quando você vive transformações tão intensas com tamanha rapidez. O Matheus de Souza fala sobre isso no livro “Nômade Digital: Um Guia para Você Viver e Trabalhar Onde e Como Quiser”, onde abre o jogo e expõe todas as dores e delícias de ser nômade digital.
Prepare-se para ter que trabalhar eventualmente em lugares loucos, lidar com perrengues inesperados e organizar muito bem a agenda para não se perder. Eu descobri que, para mim, viajar com intervalos de um a dois meses ficando numa base fixa, retomando um pouco minha rotina, me dá fôlego para me preparar para novas aventuras.
Mas esse é o meu processo. O nomadismo é algo novo, não existe script a seguir. Então, você vai ter que descobrir o que funciona para você. Me conta aqui depois?
Espero realmente que as dicas deste artigo tenham sido úteis. 🙂
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