Eu não gosto quando sobra alguma louça suja na pia de um dia para o outro. Acho desagradável acordar ainda diante de resquícios da noite anterior, como vestígios de um tempo que já foi.
Gosto de amanhecer com a pia limpinha, sempre. Tu sabes disso.
Mas, de uns tempos para cá, confesso que quando sobra alguma louça suja na pia já não me incomodo mais tanto. Parei de me perturbar quando entendi o que está por trás de alguns pratos e copos esperando silenciosamente para serem limpos.
É a nossa essência. Um desejo pulsante de ocupar o tempo com músicas, amigos, livros, histórias, poemas, criações.
A louça suja na pia me diz que somos donas de nós mesmas e de nosso tempo.
A louça suja na pia me diz que somos intensamente dedicadas, pois tantas vezes o trabalho acaba sendo nossa prioridade. Nossa contribuição para construir um mundo melhor que, para muitos, é utópico. Só que nós acreditamos nele.
A louça suja na pia me diz que somos mulheres fortes, que não se definem apenas por sua casa, ou suas posses.
A louça suja na pia me diz que evoluímos espiritualmente, pois entendemos que um pouquinho de bagunça também faz parte do nosso processo de autoconhecimento aqui na Terra.
Obrigada por ter me ensinado que, de vez em quando, está tudo bem deixar a louça suja na pia.
*Dedico esta crônica à minha mãe, Maria do Carmo. Tu és apenas Luz em um mundo de caos.
Ultimamente, tenho lido muitos livros sobre comportamento humano, pois é algo que me fascina. Antes de optar pela faculdade de jornalismo, pensei em seguir o caminho da Psicologia. Hoje, trabalho com Marketing de Conteúdo/Neuromarketing e, de certa forma, essa área também engloba um extenso estudo acerca do Homo Sapiens.
Só que não escrevo hoje para falar sobre Marketing, em si. Decidi publicar este artigo porque penso que compreender como opera o cérebro e a fisiologia de um ser humano é indispensável em absolutamente qualquer carreira.Por quê? Porque, de uma forma ou de outra, você sempre vai ter de lidar com clientes/pessoas.
Ao compreender como funciona seu cérebro e seu organismo – bem como os das pessoas que o cercam -, portas incríveis podem se abrir a você. Pelo menos, comigo foi assim. Vou explicar melhor…
Por que você deveria aprender sobre comportamento humano?
Entender sobre pessoas – e, no processo, sobre você mesmo também – é um ingrediente básico de qualquer carreira de sucesso. Tudo começa na humildade de admitir: você é, em essência, um animal racional, mas com medos e instintos bastante primitivos. Embora tenhamos evoluído, nossa base biológica ainda é a mesma de nossos antecessores.
Ao partir de tal preceito, você vai entender que, para manter bons relacionamentos no trabalho e com seus clientes, é necessário entender um pouco melhor como o cérebro opera. E mais: como os indivíduos (nós) nos organizamos em sociedade de modo a atender nossas necessidades mais primitivas.
No fundo, o que nossos hormônios/instintos querem? Amor, conexão, apreciação, satisfação, senso de pertencimento. Compreender isso é essencial à sua carreira. Sim: a boa e velha empatia não é uma fraqueza, mas sim uma força no mercado de trabalho. Ao compreender a raiz das dores que qualquer ser humano enfrenta, você pode oferecer verdadeiras soluções e gerar um networking efetivo e verdadeiro.
Em outras palavras, isso não só vai fazer você vender mais, mas também vai solidificar as relações de confiança e companheirismo com seus colegas de trabalho, colaboradores ou clientes. Não sou apenas eu, Rafaela, quem está falando isso. Aprendi com os livros.
E, caso você queira aprofundar ainda mais o raciocínio que propus aqui, abaixo vou listar alguns dos que foram imprescindíveis no meu processo.
5 livros sobre comportamento humano essenciais em qualquer profissão
Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas, de Daniel Carnegie
Em “Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas”, Daniel Carnegie resume alguns preceitos indispensáveis para lidarmos melhor com colegas de trabalho e clientes. São “regrinhas” que podem fazer toda a diferença e abrir portas na carreira. Algumas delas são:
Antes de criticar alguém, sempre fazer uma apreciação sincera;
Elogiar sempre que possível o trabalho/empenho de outra pessoa;
Buscar compreender a situação sob a perspectiva do outro;
Falar menos, ouvir mais;
Fazer perguntas ao invés de dar ordens diretas;
Uma obra indispensável, ainda mais em tempos tão líquidos.
Sapiens: Uma Breve História da Humanidade, de Yuval Harari
“Sapiens: Uma Breve História da Humanidade” foi, literalmente, um livro que mudou minha vida. Apesar de um pouco difícil de ler no começo, ele torna-se incrível quando você começa a compreender que, de fato, seres humanos são essencialmente animais pensantes. E que é preciso levar isso em conta na sua carreira!
Você quer produzir mais e melhor, por exemplo? Não entupa seu cérebro de açúcar, por mais difícil que possa ser. Está estressado no trabalho? Não force a barra. Pratique Yoga ou outra atividade física e libere serotonina e endorfina no seu sistema. Em resumo: os aprendizados do livro valem para você lidar melhor consigo mesmo e com os outros.
A Lógica do Consumo, de Harper Collins
Se você trabalha com vendas, recomendo fortemente o livro “A Lógica do Consumo”. Ele fala sobre como entender o cérebro humano pode ajudar você a efetuar melhores estratégias de Marketing, considerando questões como o “efeito manada” e o conceito de escassez, do qual o cérebro tem pavor.
Observação: apenas, por favor, não use esses conhecimentos para “passar a perna” em ninguém. Use-os para ser mais estratégico ao estruturar o lançamento ou distribuição de um produto, por exemplo, mas de forma honesta. Não perca sua credibilidade fazendo uma “oferta inédita de 1 dia” quando, na verdade, ela vai durar mais. Uma hora as pessoas descobrem. Não faça isso. Sério.
Foco, de Daniel Goleman
Daniel Goleman é um dos estudiosos do comportamento humano mais admiráveis da atualidade. Sua obra é tão atual quanto necessária em uma sociedade tomada por dispositivos móveis. Em “Foco: a Atenção e seu Papel Fundamental para o Sucesso”, ele explica como funciona o mecanismo da atenção e como podemos fortalecer nossa capacidade de ficarmos centrados em uma atividade por vez.
Indo ainda mais além, o livro expõe como desenvolvermos e equilibrarmos três tipos diferentes de foco: o foco interno (em nosso corpo e estado de espírito); o foco no outro (no seu colega de trabalho ou nas pessoas próximas de você) e o foco externo (no que acontece no país, na sociedade e no mundo). Leitura imperdível.
Supercérebro, de Deepak Chopra
Por fim, um livro sobre comportamento humano, mas também associado à espiritualidade. Em “Supercérebro”, Deepak Chopra fala sobre as estruturas cerebrais e como gatilhos de medo e ansiedade são disparados e produzem hormônios prejudiciais à saúde, quando liberados em excesso.
Ou seja: fala sobre o que acontece com o cérebro e o estado de espírito das pessoas quando elas vivem sob constante “ameaça” no trabalho. O legal desta obra é que ela aborda também sobre a meditação e a conservação de pensamentos positivos como ferramentas capazes de modificar esse cenário.
Em outros termos, apresenta ferramentas para que você domine sua mente/cérebro/pensamentos na maior parte do tempo – e não o oposto.
E aí, curtiu as dicas? Eu espero realmente que elas possam ajudar você na sua trajetória pessoal/profissional. Se for o caso, deixa um comentário aqui para eu saber!
Observação: os cursos e livros indicados neste post contém meus links de afiliada da Amazon. Ao comprar através deles, você ajuda a rentabilizar meu trabalho para que eu possa seguir escrevendo esses textos. Obrigada!
Você está de bom humor, sem nenhuma preocupação específica em mente. Aí pega o celular, desbloqueia a tela e abre o WhatsApp. Diante de uma simples frase/mensagem – ou quem sabe ausência dela – seu humor muda instantaneamente. Quem nunca viveu essa cena? Seja na esfera pessoal ou profissional, nosso mundo, nossa vida hoje acontece na tela do smartphone.
No meu caso, como trabalho de forma remota, basicamente todos os meus contatos, minha agenda e meus compromissos estão centrados no meu aparelho. Gerencio até mesmo minhas finanças todas pelo celular como uma boa representante da geração Y. Isso é fantástico, mas por outro lado gera um senso de dependência assustador.
Ouso afirmar também que não sou a única a lidar com as ansiedades associadas ao mobile. De acordo com um levantamento da empresa Statisa, os brasileiros batem o recorde quando se trata de tempo passado no aparelho: a média diária é de 4h48 minutos. É MUITO tempo conectado ao mundo virtual e, de certa forma, desconectado da vida real.
Então, você experimenta ansiedade com o celular? Bem-vindo(a) ao clube. Mas hoje quero dizer que é possível desenvolver algumas estratégias para lidar melhor com a situação. Vou compartilhar as minhas com você.
Mas antes, queria aprofundar um pouquinho sobre os…
Efeitos colaterais da hiperconexão
Como bons viciados, o primeiro passo é admitirmos: somos extremamente dependentes do celular. E precisamos ser responsáveis ao lidar com isso. Precisamos saber o que o telefone causa ao nosso corpo e à nossa mente. O melhor caminho é o estudo e a observação.
Em minha própria experiência, comecei a perceber que o hábito de pegar o celular já me dava uma certa ansiedade, me deixava agitada. Tinha medo de ler algo ruim ou ver algo que não gostaria nas redes sociais. Ou, então, de me perder em meio às distrações do aparelho e deixar de produzir conteúdos com qualidade.
Em meio a isso, vi um post do médico Dr. Ítalo Rachid que me chocou extremamente: pesquisas científicas já vêm demonstrando que até crianças estão recebendo diagnósticos errados de autismo devido à superexposição às telas. E que a luz azul – esta que o celular emite – é prejudicial aos olhos e ao sono.
É bizarro. Mas não creio que seja possível simplesmente abandonar o smartphone. Ele traz muitas funções positivas à nossa vida, otimiza a rotina e, ainda bem, nos permite trabalhar a qualquer hora de qualquer lugar. Então, cheguei à conclusão de que o ideal é encontrar o caminho do meio – o famoso equilíbrio no uso do dispositivo.
Vou falar sobre o processo que desenvolvi agora.
Como se desconectar? 5 estratégias que desenvolvi
Já que eu sei que você está com o celular aí perto (ahahaha) – ou talvez esteja lendo este artigo nele – aproveite, abra o bloquinho de notas e já registre algumas estratégias para colocar em prática e diminuir sua ansiedade ao usar o celular:
1.Defina horários estratégicos para checar o WhatsApp;
Eu defini alguns momentos-chave do dia para monitorar o fluxo de mensagens e responder contatos no WhatsApp. Para a minha rotina, os melhores horários são 9h, 11h, 13h, 14h, 16h e 18h. Mas você pode adaptar conforme a sua realidade.
2.Inclua momentos na sua rotina de TOTAL desconexão;
Se você não consegue fazer deliberadamente isso, experimente alguma atividade que lhe permita. No meu caso, as minhas aulas de Yoga são sagradas. Quando chego no estúdio, desligo o celular e aproveito para respirar e me desconectar completamente.
3.Valorize todas as interações REAIS que você tiver com outras pessoas;
Sabe o que me dá agonia? Aquela cena das pessoas sentadas na mesma mesa,, simplesmente imersas no celular e não prestando atenção uma a outra. Pô, a gente já passa tanto tempo online! Aproveite ao máximo as conexões reais. Ria. Curta o momento. Olhe no olho.
Aliás, uma dica: se você fica no celular horas enquanto está com alguém, talvez seja hora de rever essa amizade/relação.
4.Na dúvida, ligue;
Recebeu alguma mensagem que lhe deixou confuso/confusa? Aquele texto/emoji mal interpretado deixou você incomodado(a)? Ligue e passe a história a limpo. Aproveite que o celular ainda tem essa função do botão ligar. Esclareça as coisas conversando ao invés de perder tempo especulando.
5.Durma com o celular longe da cama;
À noite, afaste esse “símbolo” de distrações e tarefas de você. Coloque o aparelho no modo avião, deixe carregando em outro espaço da casa, evite acordar e dormir olhando direto para o celular. Sua saúde física e mental agradece.
E aí, curtiu as dicas? Se você achou elas úteis, deixe um comentário e compartilhe com aquele amigo/amiga que também vai gostar de ler no WhatsApp, LinkedIn, Twitter ou Facebook.
O minimalismo transformou a minha vida. Não é papinho furado. Estou falando de libertação mesmo, ainda que soe um pouco extremo. Me refiro a uma diminuição bizarra nos meus níveis de ansiedade, à conquista de um senso de segurança para fazer escolhas e, acima de tudo, à capacidade de me perceber independente.
Parece bom demais para ser verdade? Bem, no começo, pareceu para mim também. No entanto, em sintonia com diversas leituras e experiências, percebi que a filosofia menos é mais realmente tem razão de ser. Quanto menos bagunça mental, estresse, coisas para cuidar e pessoas para lidar, maior é a paz de espírito que você vai experimentar.
Só que não foi do dia para a noite que toda essa transformação aconteceu, pelo menos comigo. Longe disso! Aliás, ainda estou em processo de me desapegar cada vez mais e mais. Você pensa em iniciar uma jornada rumo a uma vida mais minimalista? Meu objetivo com este texto é ajudar compartilhando um pouquinho do meu processo.
Bem, vamos por partes. Começando pelo básico:
Qual é o significado de minimalismo?
O significado de minimalismo é “o princípio de reduzir ao mínimo o emprego de elementos ou recursos”, de acordo com a definição formal do dicionário. Já segundo o Wikipédia, o termo se refere a uma “série de movimentos artísticos, culturais e científicos que percorreram diversos momentos do século XX, e preocuparam-se em fazer uso de poucos elementos fundamentais como base de expressão”.
São definições pomposas, mas vou tentar resumir de uma maneira mais simples e didática. O minimalismo diz respeito a uma forma de existir no mundo que consiste em eliminar tudo aquilo que não é absolutamente essencial a você. Isso vale tanto para posses materiais, quanto para pessoas e recursos.
Aí você vai me perguntar: “mas como saber o que é essencial a mim?”
Bem, diante dessa perguntinha capciosa, a transformação minimalista dentro de você já terá começado. Pela minha experiência, o que acontece quando passamos a nos questionar sobre o que verdadeiramente é essencial já é um ato revolucionário, por si só.
Aprofundo: vivemos na era pós-moderna. Conforme ressalta o historiador Yuval Harari – um dos pensadores mais brilhantes deste século, na minha humilde opinião – o desafio dos nossos tempos é lidar com o excesso. Excesso de informação, excesso de consumo, excesso de comida. O excesso está nos matando.
Embora no Brasil a desigualdade ainda seja estarrecedora, nós – classe média, graduados, e com acesso a internet – temos basicamente uma infinidade de opções de consumo a nosso dispor. Mas, em algum momento, nos percebemos esgotados. Comigo, pelo menos, foi assim.
O minimalismo foi um antídoto encontrado para essa doença mental que se instalou nas sociedades ocidentais: o vício pelo consumo e o materialismo. O vício pelo ter, acima do SER.
Mas como efetivamente praticar o minimalismo, considerando que estamos em uma sociedade que nos estimula o tempo todo a gastar dinheiro? Como começar a priorizar experiências, em detrimento de posses?
Abaixo, compartilho alguns insights.
Minimalismo na prática: moda, amizades, comida e arquitetura
Ninguém vira minimalista de uma hora para outra. É um processo. Aliás, um processo contínuo de desapego que se intensifica com o tempo. A primeira etapa é perceber que você realmente não precisa de tanto. Já parou para pensar que cada roupa que você compra lhe custou horas de trabalho e manutenção, por exemplo?
Aliás, um dos preceitos que pode lhe ajudar a se manter firme na filosofia minimalista é imaginar que tudo aquilo que você compra é um peso sobre seus ombros. Vai lhe exigir dinheiro – e mais importante ainda – tempo (!!!) para manter. Além de pagar pela roupa em si, a título de ilustração, você terá que usar recursos para lavar, secar, limpar, guardar.
Portanto, pense bem na relação custo-benefício antes de adquirir algo. Ou investir tempo em relações que não acrescentam em nada na sua vida.
“Ah, mas então quer dizer que não posso comprar mais roupas, livros e outras coisas que eu gosto?”. Não! Nada disso. Você pode, claro que pode, mas pense realmente se há um propósito por trás disso. Será que você precisa mesmo de uma roupa nova para cada evento que participa? Ou isso é só um símbolo de status social?
A ideia do minimalismo NÃO É acabar com toda e qualquer forma de consumo. Mas é trazer mais consciência no processo de aquisição de bens e uso do seu tempo, de modo que você realmente usufrua da vida. Do que é essencial. De coisas e pessoas que realmente valham a pena.
Antes de ser minimalista, eu frequentemente sentia que não tinha tempo para nada. Isso mudou. Ainda tenho uma agenda apertada, mas hoje posso cozinhar, encontrar amigos(as) queridos(as) e falar com eles(elas) diariamente, praticar yoga, meditar e caminhar com meu cachorro. Não é utopia, estou aqui para dizer que é possível.
Minimalismo e criatividade
O minimalismo no âmbito da moda e da decoração é, na verdade, uma externalização de tudo o que estou dizendo aqui. Uma coisa muito INCRÍVEL que acontece quando você se torna minimalista é que você se percebe 100000% mais criativo. Antes, eu tinha um armário lotado e nunca sabia o que vestir.
Hoje, com menos peças, sou mais criativa. Sei onde estão minhas coisas. Faço combinações diferentes com roupas básicas. Ficou mais fácil e prático me arrumar. E isso aconteceu também na decoração! Ao invés de gastar dinheiro com objetos, comecei a pesquisar referências na internet…
Aqui é um exemplo!
Ao invés de comparar novos quadrinhos, fiz uma decoração fofinha de home office só com quadros antigos, uma escada velha e plantinhas. Redecorar meu espaço especial basicamente não me custou nada. E foi um processo super divertido!
Mas, como falei, tudo isso é parte de uma trajetória. Quanto mais me aprofundo no minimalismo, mais percebo que o essencial realmente é muito pouco. Só que foi uma estrada chegar até aqui. Por isso, se você está no início do processo, abaixo quero compartilhar algumas dicas de conteúdo que podem ser úteis.
Documentário sobre minimalismo e dicas de livros
Uma boa dose de inspiração sempre é boa para ajudar a fazer mudanças efetivas na vida. Aí vão alguns “conteúdos práticos” que me auxiliaram em meu processo de transformação.
Minimalism: a Documentary About The Important Things
Disponível na Netflix, este documentário conta a história de dois caras – Joshua Fields Millburn e Ryan Nicodemus que, durante boa parte da vida, perseguiram o American Dream. Mas algumas perdas trágicas na esfera familiar fizeram eles repensarem sobre o que realmente importa na vida antes da morte.
No doc, você percebe como o lifestyle deles com menos coisas trouxe mais significado à sua existência de forma prática. Inspirador, poético, gostoso de assistir.
Documentário Ordem na Casa, com Marie Kondo
“Isso te traz alegria?”. É com essa frase que a fofíssima Marie Kondo inspira pessoas a deixarem suas casas mais limpas, organizadas e livres de coisas desnecessárias. Em seu documentário na Netflix, ela demonstra como manter apenas bens que nos despertem algo bom traz mais leveza e bem-estar. Sensacional!
É o livro dos caras do documentário, com mais algumas sacadas sobre minimalismo. Outra dica: eles também têm um podcast! Nele, falam de maneira aberta e prática sobre como inserir o minimalismo no dia a dia, nas relações, nas datas comemorativas, etc. Um verdadeiro manual. Eu ouço pelo Spotify (mas só está disponível em inglês).
Na definição de McKeown, o essencialista – que seria como um minimalista – não faz mais em coisas em menos tempo. Ele faz apenas as coisas certas. Esse livro é absolutamente indispensável para quem quer retirar o excesso de supérfluos vida.
Excesso de compromissos, de bagunça mental. Ensina até formas práticas de dizer “não”. Eu recomendo mil vezes!
A palavra “propósito” já foi quase que prostituída neste mundinho de internet. Mas eu realmente acredito que, se não atribuímos um sentido ao que fazemos de nossa vida, fica difícil não sentir necessidade de “preencher o vazio” com coisas materiais. Afinal, o impulso ao consumo nasce da insatisfação.
Daí a necessidade de buscar o autoconhecimento. É justamente sobre isso que Prem Baba fala nesse livro.
Thoreau levou o minimalismo ao pé da letra. Durante dois anos, dois meses e dois dias, ele se isolou da sociedade para viver às margens de um lago, em uma pequena cabana construída por ele mesmo, tornando-se totalmente autossustentável. Sua obra é uma crítica social e, simultaneamente, um convite a percebermos que podemos sobreviver com o básico.
Uma das muitas frases incríveis do livro que amei é esta: “A riqueza de um homem é proporcional ao número de coisas que ele pode deixar em paz”. Quanto mais compromissos, tarefas e bagunça mental para lidar, maior a ansiedade.
Um dos meus projetos de vida é virar nômade digital. E sabe o que é necessário para isso? Nas palavras do Matheus de Souza: desapego. O livro que ele acabou de lançar (e eu devorei em uma semana), além de trazer dicas práticas para quem deseja viver na estrada, é uma verdadeira homenagem à filosofia menos é mais.
Penso que quem – literalmente – vive pelo mundo aprende que o mais importante na vida de qualquer um de nós são as pessoas, não as posses. Descobre na prática como discernir entre o que realmente é um problema e quando algo é apenas imaginário, uma projeção da mente. Desenvolve inteligência emocional e social para lidar com as situações que se apresentam, ao invés de criar ansiedades mentais sobre passado e futuro.
Tudo isso está no relato do Matheus. Sempre é bom se inspirar em pessoas que já trilharam o caminho que a gente deseja percorrer. Recomendo muito!
E aí, curtiu as dicas? Se você achou elas úteis, deixe um comentário e compartilhe com aquele amigo/amiga que também vai gostar de ler no WhatsApp, LinkedIn, Twitter ou Facebook.
Observação: eu não fui paga por nenhuma marca/empresa para escrever este artigo. Mas os livros citados contém meu link de Afiliada da Amazon. Ao comprar através deles, você ajuda a rentabilizar meu trabalho para que eu possa seguir escrevendo esses artigos. Obrigada!
Acordei hoje com o estômago um pouco estranho. Não sei se quero mais ver filmes do Tarantino. Mas, também, o que eu esperava? “Era Uma Vez em Hollywood” é mais uma mistura de humor ácido, sátira social e, claro, aquela dose de violência escancarada que o diretor adora.
Vamos ao contexto. O filme, que traz atores e atrizes maravilhosos(as) no elenco – desde Leo DiCaprio, Brad Pitt e Margot Robbie – até outras figurinhas surpreendentes que aparecem em uma cena ou outra (como Dakota Fanning, Damian Lewis e outras carinhas que você certamente vai conhecer) – se passa ao fim da década de 60, em uma Hollywood de tempos estranhos.
Filmes de faroeste em decadência. Vietnã. Hippies na rua. E toda trama gira em torno desse contexto. Ela acompanha a vida de Rick Dalton e seu dublê Cliff Booth – a dupla DiCaprio e Pitt, respectivamente – que basicamente vivem o típico clichê de LA: mansões, bebidas, filmes, fama.
Margot Robbie, se você me perguntar, é o contraponto irônico de feminismo (de forma subjetiva, claro) no longa. Uma atriz que se delicia em simplesmente ir ao cinema assistir aquela cena em que ela apareceu como coadjuvante por dois segundos e depois retornar ao lar, junto de seu marido, outro ator famoso. Mulheres em segundo plano, nada de novidades.
Mas, voltando ao foco: em termos cinematográficos, não me julgo competente o suficiente para analisar a nova obra do diretor. Só que em termos de narrativa ela escancara, mais uma vez, o tanto que há por trás da imagem de uma “carreira bem sucedida”.
Vou explicar melhor.
O que acontece nos bastidores das “carreiras”?
Frente ao medo de ser esquecido, o personagem do (mais uma vez, brilhante) DiCaprio dá algumas surtadas cômicas em vários trechos do filme. Fala sozinho. Bebe de manhã, de tarde e à noite. Até chorar ele chora. Ser esquecido, para ele, é a possibilidade mais assustadora.
Confessa aí: não parece a gente às vezes?
Ele vive uma vida de excessos e, essencialmente, de medo. Me fez repensar mais uma vez sobre como nosso trabalho molda nossa vida. Faz parte de quem a gente é. Sabe aquela história de separar vida pessoal da profissional? Não existe! Você é uma única pessoa. Como vai dissociar uma coisa da outra? Me parece impossível.
DiCaprio, no filme, é uma versão mais ampliada do que eu, você e provavelmente todos nós aqui já fomos um dia. Obcecados pela carreira. Pela ideia de deixar uma marca. De sermos os melhores, mais ricos, mais bem-sucedidos. Você já teve essa egotrip? Eu já.
E aí entram os hippies.
A contracultura sem final feliz
Como você pode imaginar, os personagens hippies simbolizam na trama de Tarantino exatamente o oposto de tudo que Pitt e DiCaprio são. O que eles querem é apenas ficar à toa, transar, viver livres, usar drogas e toda essa “parada hippie” que você já ouviu falar em algum momento.
Por conta de algumas reviravoltas de roteiro, porém, no fim os hippies decidem que querem vingança. Vingança dos astros Hollywoodianos que, através de seus filmes violentos, propagam a violência e a matança. Se você pensou: “isso só pode dar merda”, acertou. Principalmente em um filme do Tarantino.
Eu não vou dar spoilers do fim, claro. Mas você pode imaginar quem se deu bem e quem não se deu na história, né? Buenas, de todo modo, a trama me deixou uma lição. Como venho refletindo há algum tempo, a resposta está no caminho do meio.
Nem Hollywoodianos demais, nem hippies demais. Precisamos de uma vida com mais equilíbrio. Nos relacionamentos, no trabalho, em tudo. O caminho do meio sempre é mais sábio.
Já assistiu ao filme? Me conta aqui o que achou e se teve outros insights!
Não é nenhuma novidade que o trabalho remoto representa uma modalidade que ganha cada vez mais adeptos no Brasil e no mundo, certo? O que me inspirou a escrever este artigo foi justamente a minha própria experiência: eu sonhava há muito tempo em poder trabalhar de casa, fazer meus próprios horários, ser minha própria chefe.
Hoje, o sonho está realizado. E com um bônus: consegui também dar o start no meu plano de virar nômade digital – ou seja – de poder viajar e trabalhar simultaneamente, de qualquer lugar do mundo. Para você, parece que também não faz mais sentido seguir todos os dias a mesma rotina e bater ponto das 8h às 18h?
O trabalho remoto pode ajudar a transformar essa realidade. Mas é claro que tudo isso exige planejamento, uma boa dose de bom senso e capacitação. É justamente sobre tudo isso que eu quero falar neste artigo.
Topa aprofundar um pouco mais no conceito de trabalho remoto e entender como você pode aderir a esse novo formato?
O que é Trabalho Remoto, afinal?
O trabalho remoto é simplesmente uma forma de trabalho que pode ser executada de qualquer lugar: seja na sua casa, em uma cafeteria, em uma outra cidade ou país. Não se restringe a uma profissão específica. Só que, naturalmente, dependendo do tipo de serviço que você executa, pode ser mais fácil ou difícil aderir à modalidade.
Se você for médico ou profissional da saúde, muito provavelmente vai ser difícil executar trabalho remoto. Afinal, sua atividade depende exclusivamente do contato com outro ser humano. Isso pode complicar um pouco a equação.
Já se você for administrador, contador, jornalista, professor ou, assim como eu, trabalhe com internet editando vídeos, imagens ou textos, é super possível aderir a esse modelo. Aliás, é difícil até dimensionar as novas profissões que vão surgir e possivelmente se enquadrar como qualificadas para o trabalho remoto.
Um estudo da Dell projetou, inclusive, que até 2030 cerca de 85% das profissões serão novas. A disrupção digital está realmente transformando tudo. Não há volta. E a boa notícia é que podemos usufruir do melhor que a tecnologia tem a oferecer. A otimização do tempo e a queda nas fronteiras de espaço!
Trabalho Remoto no Brasil
No Brasil, o trabalho remoto vem ganhando cada vez mais adeptos. O caos do trânsito e a queda na qualidade de vida – em paralelo à transformação digital – impulsiona o novo modelo. Um levantamento feito pelo espaço de coworking Spaces aponta que 55% dos profissionais consultados no Brasil já utilizam o modelo pelo menos uma vez por semana.
A velocidade dos tempos atuais, no entanto, pode fazer essa porcentagem aumentar ainda mais em um período relativamente curto. Em seu livro “Qual é a Sua Obra?”, o filósofo Mario Sergio Cortella aponta que as transformações no mundo não são a grande novidade desta era. O que é inédito é a velocidade
De acordo com ele,a velocidade é tamanha que mudou nossa noção de tempo.Podemos produzir a qualquer hora, de qualquer lugar. Não precisamos mais ceder tão facilmente ao modelo CLT, no qual “vendemos a nossa” hora. Podemos trabalhar por projetos, por entregas, não por horas.
Então, vamos ao que interessa. Afinal…
Como Fazer Trabalho Remoto?
Conforme pincelei brevemente anteriormente, o trabalho remoto é uma possibilidade para muitos profissionais. Eu, por exemplo, sou formada em jornalismo. Mas hoje trabalho produzindo conteúdo científico para clientes na área da saúde de qualquer lugar do mundo. Logicamente, eu tive que fazer uma transição de carreira.
Mas, se você acha que a função que executa pode ser feita de qualquer lugar com uso da internet, por que não propor isso ao seu/sua chefe? Outra possibilidade é você buscar cursos e aprender a executar serviços que lhe possibilitem exercer esse tipo de atividade sem fronteiras físicas.
Eu nunca disse que seria fácil. Poder fazer seus próprios horários e trabalhar de onde quiser exige, sim, muito estudo e disciplina. Mas há uma demanda absurda para redatores, editores de vídeo, designers desde que a ascensão digital começou.
Quer uma forcinha? Abaixo, vou listar alguns livros e cursos que foram essenciais no meu processo de começar a trabalhar remoto.
Dicas de Cursos e Livros Para Você Começar a Trabalhar Remoto
Preparado para tomar nota das sugestões?
1. Curso Online Criadores de Conteúdo, de Rejane Toigo
No Criadores de Conteúdo, a Rejane Toigo – nossa mentora estratégica na Like Marketing – ensina o verdadeiro “beabá” para quem sonha em trabalhar como produtor de conteúdo na internet (social media) ou, até mesmo, ganhar renda extra conquistando mais clientes online.
Você aprende como construir linhas editoriais, pesquisar as personas do seu nicho de atuação, criar planilhas para organizar o fluxo de conteúdo. Basicamente, você aprende como ser um produtor de conteúdo excepcional e formar uma boa cartela de clientes.
2. Livro Nômade Digital: Um Guia para Você Viver e Trabalhar Como e Onde Quiser, do Matheus de Souza
Recém-lançado pela Editora Autêntica Business, o novo livro do nômade digital Matheus de Souza – eleito um dos Top Voices do LinkedIn em 2016 – é realmente o que o nome na capa entrega: um GUIA completo para trabalhar remoto e viajar.
Em “Nômade Digital: Um Guia para Você Viver e Trabalhar Como e Onde Quiser“, o Matheus ensina desde como criar uma profissão que possa ser exercida de qualquer lugar do mundo, até como lidar com a questão burocrática e emocional do processo. Para completar, ainda traz dicas de viagens e livros incríveis. Devorei em uma semana.
3. Livro 21 Lições para o Século 21, de Yuval Harari
Harari é, para mim, um dos pensadores contemporâneos mais incríveis deste século. Na sua mais recente obra, “21 Lições para o Século 21”, ele nos motiva a repensar as profissões que exercemos e a necessidade de sermos profissionais e indivíduos maleáveis. Nesta nova era, não existem mais verdades absolutas.
Por que eu indico? Porque pode ajudar a mudar também sua mentalidade em relação ao trabalho – algo que também é indispensável para trabalhar remoto.
4. Livro Essencialismo, de Greg McKeown
Outra obra que indico pela questão da mentalidade. Para ter coragem de largar a CLT e viver o sonho do trabalho remoto, você talvez tenha que abrir mão de algum conforto – pelo menos por um período de tempo. É preciso, portanto, fazer um mergulho interno para compreender: menos é mais.
Indico o livro “Essencialismo” também a todos que desejam se aprofundar no minimalismo, outro assunto pelo qual sou completamente apaixonada e escrevo aqui no blog.
5. Livro Born To Blog, de Mark Schaefer e Stanford Smith
Se você, assim como eu, é apaixonado(a) por blogs e sonha em trabalhar com isso…você vai amar o livro “Born To Blog”! Ele exemplifica como blogs podem transformar os lucros de empresas, oferecer retornos incríveis e eternizar palavras. Além de trazer histórias maravilhosas de pessoas que tiveram suas vidas transformadas depois de criarem um blog.
“Diferentemente da arte na parede das cavernas (…), nossa civilização possui uma moldura com tamanho infinito. Nosso compartilhamento só é restrito pelo nosso tempo e pela nossa experiência. É empolgante pensar que, através do blogging, ninguém precisa ter medo de ser esquecido. Se você é um blogger, você está deixando uma permanente pegada digital”. (SCHAEFER; SMITH, 2013, p. 138)
E aí, curtiu as dicas? Eu espero realmente que elas possam ajudar você no seu processo. Se for o caso, deixa um comentário aqui para eu saber!!
Observação: os cursos e livros indicados neste post contém meus links de afiliada. Ao comprar através deles, você ajuda a rentabilizar meu trabalho para que eu possa seguir escrevendo esses textos. Obrigada!
Minha mãe tira umas frases incríveis sei lá de onde. Dia desses, ela escreveu em nosso “mural de recados” aqui em casa: cuidado com o peso que você pega para carregar; pode ser ilusório. Provavelmente, trata-se de uma sentença atribuída a algum iogue bem elevado. E ela me fez refletir, mais uma vez, sobre as cargas de nossas escolhas de vida.
Você já sentiu como se houvesse um peso de 10 kgs sobre os seus ombros? Seja pelas demandas de trabalho, pelos boletos a serem pagos, ou pelas expectativas das pessoas ao seu redor sobre você? Eu já. Aliás, esse peso me acompanhou desde que me enxerguei como “gente grande”, adulta.
Mas neste ano comecei o caminho inverso. Parti em uma jornada de espiritualidade que me trouxe uma compreensão assustadora de que eu não sou a casa onde moro, o salário que eu ganho, as coisas que eu compro. Eu nem mesmo sou apenas meu corpo. Até isso é “emprestado”. Um dia essa “casca” não vai estar mais aqui.
Posso soar louca, mas pense bem. Muitas vezes, o peso que você carrega sobre seus ombros é, literalmente, ilusório. É apenas uma projeção dos medos da sua mente. Se você voltar a refletir sobre o que realmente é essencial, talvez descubra que não se trata tanto do dinheiro, das posses, das coisas.
Vou aprofundar um pouco mais….
Nomadismo digital: um lugar de libertação
Quanto mais eu dissecava neste ano sobre a questão dos pesos que eu carregava, mais evidente ficava: a carga que eu sentia tinha muito a ver com meu ego e minha construção de identidade em cima das minhas posses e objetos. A própria casa onde eu moro carrega um peso, concluí.
O peso de muitas horas de trabalho dos meus pais; o peso da vizinhança e suas opiniões; o peso do IPTU, da taxa de coleta seletiva, de limpeza e etc. Percebi o mesmo em relação ao meu carro. Eu basicamente trabalhava para pagar esse bem. Não à toa era uma grande luta conseguir guardar uma graninha no fim do mês.
Assim, aos poucos, tive esta percepção cristalina e assustadora: “talvez eu esteja desperdiçando meu ativo mais precioso e escasso – meu TEMPO de vida na terra – apenas para adquirir posses”. A partir daí, tomei a decisão de que não trocaria mais meu dinheiro por coisas, e sim por experiências.
E posso dizer que tem sido incrível. Só neste ano já fui para Santa Catarina três vezes, quatro para São Paulo, já tenho uma trip bookada para Belo Horizonte em setembro e depois nem sem o que me espera. Meus planos para o futuro? Não ter mais uma residência fixa. Viver um lifestyle 100% nômade. Sem o peso de ter que existir na Terra em um só lugar.
Meu Deus, a vida é curta demais para isso!
Mas meu objetivo aqui não é dizer: largue todo o peso que você carrega e vire nômade digital. Não é necessário ser radical. Porém, mesmo dentro de uma “vida padrão”, creio que você pode se beneficiar de uma filosofia de vida chamada de minimalismo.
O minimalismo como ferramenta de transformação no trabalho e na vida
Na minha visão – e experiência – o minimalismo é a criptonita dos pesos ilusórios. Trata-se de uma filosofia de vida pautada pelo menos é mais. Vale para tudo. Coisas, pessoas, trabalho, comida. Você elimina o que é supérfluo para gozar de mais tempo e liberdade para focar no que realmente importa.
Por que você assume projetos dos quais não gosta? Por que você mantém amizades que não lhe acrescentam em nada? Por que você compra coisas desnecessárias para aliviar um vazio existencial? Tudo isso gera peso. Torna a vida mais difícil, cansativa. E o que eu quero dizer é que não precisa ser assim.
Se você topar olhar com sinceridade para os pesos ilusórios que carrega, vai encontrar respostas muito libertadoras. Já vou adiantar que não é fácil. Eu passei por uma crise existencial bizarra para chegar até aqui. Mas valeu a pena.
Hoje trabalho com o que gosto, posso fazer o que amo de qualquer lugar do mundo. Tenho clientes incríveis. Conheço pessoas maravilhosas na estrada. Nem todos os dias são espetaculares. Mas aprendi, inclusive, a olhar para a dor quando ela aparece, sem necessariamente me entregar a ela. Ela não me pesa a ponto de me derrubar.
Acredite. A vida pode ser mais leve. O trabalho pode ser mais leve. Foque no que é essencial para você. E os dias podem ganhar um sabor muito mais delicioso.
O medo representa uma emoçãovisceralmente humana. Se alguém um dia lhe disser que não sente nenhuma faceta de medo, desconfie. Todos tememos algo. A morte de uma pessoa querida. Perder uma oportunidade. Contrair uma doença. A falta de dinheiro. Nossa lista de medos tende a ser bastante extensa, se você parar para pensar.
No livro “Supercérebro”, inclusive, os médicos Deepak Chopra e Rudolph E. Tanzi explicam que todas as emoções que costumamos caracterizar como negativas – medo, ansiedade, estresse – na verdade tem um propósito evolutivo, marcado em nossa mente e DNA. Elas existem para nos proteger. Mas não deveriam nos aprisionar.
Por isso, se você sonha em virar freelancer/nômade, sinto que vale a pena avisar: trata-se de uma escolha que, sem dúvidas, vai obrigar você a olhar de frente para alguns desses medos. Talvez alguns dos maiores da sua vida. É por isso que decidi abrir e compartilhar minha experiência aqui.
Quem sabe, ao ler sobre ela, você já consiga se preparar melhor. Ou, até mesmo, superar a fase dos medos mais rápido e começar a viver logo o lado mais legal do nomadismo.
Os medos que senti ao virar freelancer
Minha decisão de largar meu trabalho com carteira assinada, viver como freelancer e começar a viajar não aconteceu da noite para o dia. Levei mais de um ano de terapia, planejamento e rotina insana de trabalho CLT + freelas na hora do almoço e finais de semana para, finalmente, decidir: agora eu vou ser minha própria chefe.
Eu trabalhei mentalmente meus medos antes de tomar a decisão final. Medo de não receber pagamentos em dia. Medo de faltar grana no fim do mês. Medo do meu ego não dar conta de não ser mais gestora de conteúdo em uma agência cool de Marketing Digital. Medo de não vencer a procrastinação em casa.
Percorri todos os cenários possíveis na minha cabeça. “Se faltar grana, tenho grana guardada, vendo meu carro, vou dar um jeito”. “Se bater a solidão, trabalho num coworking”. “Se faltarem clientes, volto a mandar currículo para outros lugares”. Agora é a hora. Tenho que pagar para ver.
Mas, como você já pode imaginar, teoria e prática são bem diferentes. Juro para você: mesmo tendo arquitetado tudo certinho, logo no primeiro mês em que não recebi meu salário na conta bancária naquele 5º dia útil, senti um aperto na barriga e pensei: “Eles estavam certos. Não vou dar conta. Essa vida não é para mim”.
Os medos tomaram conta de mim de maneira avassaladora. E foi um exercício DIÁRIO relembrar todo o caminho que percorri até tomar a decisão de ser freelancer. Tive de rememorar diariamente os motivos que me levaram até aquele ponto.
Bem, o fato é que eu continuei lutando contra os “fantasmas” e, hoje, posso dizer que vivo a vida que sempre sonhei. Faço meus horários. Viajo com relativa frequência. Trabalho de onde eu quiser. E já não sinto tanto medo. Como?
Vou explicar agora – além de dar tempo ao tempo – qual foi o processo que me permitiu superar a insegurança e continuar firme na minha decisão de “viver de freela”.
Como lidei com os medos?
O que vou dizer a seguir não é válido somente para a carreira de freelancer, mas para todos os medos que você cultiva na VIDA: para se libertar, você precisa compreender a RAIZdeles. Vou dar um exemplo prático…
Quando pedi demissão da CLT, eu já tinha guardado mais dinheiro em um ano do que em toda a minha vida antes. E, mesmo assim, eu sentia medo de não tê-lo. Às vezes, quanto mais você guarda, menos seguro se sente. Parece que nunca haverá “segurança o suficiente”.
Você certamente conhece alguém que tem um monte de dinheiro guardado no banco e, ainda assim, sempre tem medo da escassez, não é? Um verdadeiro desperdício de energia e recursos.
No livro “Ferramentas dos Titãs”, Tim Ferriss aborda precisamente este tópico: quanto mais dinheiro você tiver, mais estará em jogo. E o ser humano nunca quer perder. Então, paradoxalmente, quanto mais você acumula, mais você teme.
O autor, inclusive, compartilha uma de suas “táticas de guerrilha” como investidor: ele costuma, de vez em quando, colocar um saco de dormir no chão e passar a noite lá só para colocar as coisas em perspectiva. “O que é o pior que pode acontecer?” Se você arriscar, você pode perder, sim. Voltar a dormir em um colchão, quem sabe. Mas e daí?
Por outro lado, também pode ganhar muito mais. E, geralmente, quando você se liberta do medo, é exatamente isso que acontece. Você ganha propostas melhores. Oportunidades mais legais. Conquista até mais respeito das pessoas!
Por isso, revisitar seus medos também é uma forma interessante de ressignificar sua vida. Por exemplo: hoje, me considero feliz e bem sucedida profissionalmente. Mas isso não significa que eu não tenha medos. Eles só mudaram de face e me incomodam menos.
Hoje tenho mais medo de não viver tudo que quero viver do que de não ter dinheiro.
Tenho mais medo de sacrificar minha saúde trabalhando de forma insana do que de recusar trabalhos.
Tenho mais medo de desperdiçar minhas horas para ter um pagamento fixo do que de fazer aquilo que eu realmente quero fazer.
Moral da história: escolha bem seus medos. Explore-os. Encare-os de frente. Se você não se tornar prisioneiro(a) de tais sentimentos, acredite: eles podem até ser uma ferramenta incrível de transformação.
Observação: os livros mencionados neste artigo contém meus links de afiliada no programa da Amazon. Ao comprar através deles, eu recebo uma comissão e você ajuda a rentabilizar meu trabalho para que eu possa continuar escrevendo artigos.
Sirshasana. Esse é o nome em sânscrito de uma das minhas posturas favoritas de Yoga – sim, a mesma da fotografia aí abaixo. E, se você me perguntasse há um ano, eu jamais ousaria dizer que poderia executá-la, muito menos encontrar conforto nela.
Mas, por incrível que pareça, hoje essa invertida é uma minhas favoritas.
Só para contextualizar melhor: as invertidas geralmente são feitas ao fim da prática de Yoga, com o intuito de fazer o corpo “receber” melhor as vantagens das posturas executadas. Em uma rápida pesquisa no Google, descobri que elas possuem uma série de benefícios notáveis à saúde, já que promovem uma irrigação arterial no cérebro, estimulando também o bom funcionamento do sistema endócrino.
Mas fora a parte “técnica” associada às vantagens, acredito que ficar de cabeça para baixo todos os dias me conforta justamente por me permitir ver o mundo sob uma perspectiva diferente. Todo o cenário ao meu redor muda de figura – não importa onde eu esteja.
Pés no céu. Cabeça no chão. Ombros firmes. Respiração certeira. Só existe aquele momento e, dentro dele, fica mais fácil entender que todas as situações só dependem do nosso olhar. Não é por acaso que a Yoga é, para mim, um momento de profundas revelações e insights poderosos.
É quase um lembrete de que eu sou, sim, criadora da minha realidade. De que posso observar um aprendizado mesmo nas situações mais difíceis. Tony Robbins cita em “Desperte Seu Gigante Interior” uma frase fantástica de Thoreau: “As coisas não mudam; nós é que mudamos”.
E só mudamos quando mudamos de perspectiva.
Você costuma olhar diferentes lados de uma mesma situação?
É agora que vou fazer o gancho aqui sobre a postura Sirshasana e o mercado de trabalho. Eu imagino que você, assim como eu, eventualmente tenha dificuldades diante de uma situação específica no local onde trabalha. Seja para resolver um conflito, ou mesmo lidar com um desafio profissional.
O meu ponto é justamente este: antes de se desesperar, experimente avaliar a situação sob um prisma diferente. Coloque-se no lugar da outra pessoa (a boa e velha empatia é infalível), procure um plano B, caso o A não funcione. Sempre há uma solução. De verdade.
Só que a gente precisa se PERMITIR buscar esse outro viés na hora de resolver um problema ou um conflito. Sabe quando rola aquela coisa de você se “forçar” a querer solucionar algo o mais rápido possível, mesmo quando não está pensando direito? É aí que as chances de rolar um baita bloqueio se intensificam.
Procure o caminho contrário. Quando estiver complicado resolver algo, saia para dar uma voltinha. Caminhe um pouco sem rumo na rua. Saia para correr – bote aquela dose extra de endorfina no seu corpo -, escute aquela música que você adora, tome um banho quente. Ou experimente usufruir da…
Yoga como ferramenta para ampliar o olhar
Na minha experiência, a Yoga tem sido a ferramenta que une todos os benefícios que citei no parágrafo anterior. Me ajuda a perceber soluções para qualquer tipo de problema. Me deixa mais calma, centrada, menos ansiosa.
É por isso que todos os dias – com raríssimas exceções – eu faço, sim, questão de ficar de cabeça para baixo. Isso me torna mais criativa em todos os sentidos possíveis. E você não precisa começar com algo difícil, como Sirshasana.
Comece só respirando. Já é tão raro nos dias de hoje. Pare, respire, reflita, dê tempo ao tempo.
Em um de meus últimos devaneios sobre liberdade, decidi passear com meu cachorro. Pela primeira vez, sem coleira. Depois de dar uma volta na quadra, ele encontra outros dois amigos de quatro patas. Passeavam também com sua dona. Sem coleira. Me aproximo para evitar qualquer tipo de conflito canino.
“Que lindos seus cachorros”, digo à menina. Percebo que ela usa um moletom do colégio. O mesmo colégio no qual, há 8 anos terminei o Ensino Médio. Pergunto, curiosa: “como andam as coisas por lá? “Não muito fáceis”, responde ela. “Estou feliz que logo vou me formar”. Relata que as minorias vêm sofrendo.
“Por que isso não me espanta?”, penso.
Rapidamente, percebo que houve um toque mágico do universo nesse encontro. Minha mente me leva de volta aos tempos da escola. Lembro de como eu costumava me comparar com outras mulheres. Como algumas pessoas sofriam preconceito simplesmente por serem “diferentes” e que, apesar do turbilhão emocional, a pressão maior sobre nós era tirar boas notas.
E aí lembro dos anos que se seguiram. Da faculdade. Do mercado de trabalho. Apenas uma versão maior – e mais ampla – do que o colégio fora. Não quero soar intimidadora, mas digo a ela “é, infelizmente, a luta não termina na escola”. Ainda acrescento: “tenho descoberto que a ‘vida adulta’ é um eterno processo de desconstrução do que o tempo do Ensino Básico fez com a gente.
Não é um papo dos mais leves, de fato. Mas nada tem sido muito leve nos últimos tempos para quem se preocupa com a forma como os grupos subjugados pela sociedade têm sido tratados. Mas há um sopro de esperança que paira no ar sempre que encontramos alguém que se identifica com nossas crenças pouco conservadoras.
A menina me conta que participa do Grêmio Estudantil. Que, no Dia da Mulher, organizou um encontro para que mulheres pudessem falar às outras sobre como sofreram repressão no mercado de trabalho ou qualquer outra forma de preconceito. Ela me conta, ainda, que algumas meninas anônimas estão publicando cartazes no banheiro da escola com frases feministas.
São coisas do tipo: “Moça, esqueça a competição. Não somos rivais, somos a revolução” e “Mulheres Poderosas empoderam outras”.
Intitulado grlpwrhelp, o grupo de meninas criou até uma página no Instagram. Nele, publicam imagens dos cartazes e escrevem a outras meninas “se você precisar de ajuda, chame no inbox”. Meu coração aquece. Penso: “há esperança”. Como eu gostaria que isso tivesse existido na minha época.
Depois de uma conversa nada rasa, pergunto o nome da menina e. claro, a parabenizo super empolgada pela iniciativa de falar sobre empoderamento no colégio. Ela se chama Melanie. E a gente se abraça. Umas duas vezes. Há força nesse abraço. Força de compreensão. Força de sororidade.
Apesar dos tempos estranhos, conversar com Melanie me fez perceber que ela, tão jovem, já tem muita mais CONSCIÊNCIA sobre feminismo do que eu quando tinha sua idade. E que ela já vai sair do colégio pro mundo mais preparada. Talvez sofra um pouco menos que eu em determinadas situações, assim espero.
Talvez saiba dizer não com mais firmeza e facilidade. Talvez não se sinta mal quando olhar para o seu corpo no espelho e observar uma gordurinha. Talvez conquiste segurança financeira com mais rapidez. Talvez nunca permita que um homem a faça sentir inferior, ou como se sua opinião não fosse válida.
Nesses momentos, percebo como o movimento feminista é importante. Para que as mulheres saibam, cada vez mais cedo, quais são seus direitos. Se martirizem menos, degustem mais da vida. Da sexualidade. Do prazer. De seu potencial. Sem ficarem intimidadas.
Obrigada, Melanie.
Obrigada por ser resistência.
Obrigada por acreditar em uma sociedade melhor e lutar por ela.
Apenas continue.
Eu vou continuar aqui.
Nossa contribuição pode ainda parecer insignificante agora. Mas quem sabe, aos pouquinhos, a gente vai mudando o mundo.