Minimalismo: significado, prática e dicas para começar

folha verde em fundo branco

Photo by Sarah Dorweiler, Evano Community

O minimalismo transformou a minha vida. Não é papinho furado. Estou falando de libertação mesmo, ainda que soe um pouco extremo. Me refiro a uma diminuição bizarra nos meus níveis de ansiedade, à conquista de um senso de segurança para fazer escolhas e, acima de tudo, à capacidade de me perceber independente.

Parece bom demais para ser verdade? Bem, no começo, pareceu para mim também. No entanto, em sintonia com diversas leituras e experiências, percebi que a filosofia menos é mais realmente tem razão de ser. Quanto menos bagunça mental, estresse, coisas para cuidar e pessoas para lidar, maior é a paz de espírito que você vai experimentar.

Só que não foi do dia para a noite que toda essa transformação aconteceu, pelo menos comigo. Longe disso! Aliás, ainda estou em processo de me desapegar cada vez mais e mais. Você pensa em iniciar uma jornada rumo a uma vida mais minimalista? Meu objetivo com este texto é ajudar compartilhando um pouquinho do meu processo.

Bem, vamos por partes. Começando pelo básico:

Qual é o significado de minimalismo?

O significado de minimalismo é “o princípio de reduzir ao mínimo o emprego de elementos ou recursos”, de acordo com a definição formal do dicionário. Já segundo o Wikipédia, o termo se refere a uma “série de movimentos artísticos, culturais e científicos que percorreram diversos momentos do século XX, e preocuparam-se em fazer uso de poucos elementos fundamentais como base de expressão”.

São definições pomposas, mas vou tentar resumir de uma maneira mais simples e didática. O minimalismo diz respeito a uma forma de existir no mundo que consiste em eliminar tudo aquilo que não é absolutamente essencial a você. Isso vale tanto para posses materiais, quanto para pessoas e recursos.

Aí você vai me perguntar: “mas como saber o que é essencial a mim?”

Bem, diante dessa perguntinha capciosa, a transformação minimalista dentro de você já terá começado. Pela minha experiência, o que acontece quando passamos a nos questionar sobre o que verdadeiramente é essencial já é um ato revolucionário, por si só. 

Aprofundo: vivemos na era pós-moderna. Conforme ressalta o historiador Yuval Harari - um dos pensadores mais brilhantes deste século, na minha humilde opinião - o desafio dos nossos tempos é lidar com o excesso. Excesso de informação, excesso de consumo, excesso de comida. O excesso está nos matando. 

Embora no Brasil a desigualdade ainda seja estarrecedora, nós - classe média, graduados, e com acesso a internet - temos basicamente uma infinidade de opções de consumo a nosso dispor. Mas, em algum momento, nos percebemos esgotados. Comigo, pelo menos,  foi assim.

O minimalismo foi um antídoto encontrado para essa doença mental que se instalou nas sociedades ocidentais: o vício pelo consumo e o materialismo. O vício pelo ter, acima do SER.

Mas como efetivamente praticar o minimalismo, considerando que estamos em uma sociedade que nos estimula o tempo todo a gastar dinheiro? Como começar a priorizar experiências, em detrimento de posses?

Abaixo, compartilho alguns insights.

Minimalismo na prática: moda, amizades, comida e arquitetura

Ninguém vira minimalista de uma hora para outra. É um processo. Aliás, um processo contínuo de desapego que se intensifica com o tempo. A primeira etapa é perceber que você realmente não precisa de tanto. Já parou para pensar que cada roupa que você compra lhe custou horas de trabalho e manutenção, por exemplo?

Aliás, um dos preceitos que pode lhe ajudar a se manter firme na filosofia minimalista é imaginar que tudo aquilo que você compra é um peso sobre seus ombros. Vai lhe exigir dinheiro - e mais importante ainda - tempo (!!!) para manter. Além de pagar pela roupa em si, a título de ilustração, você terá que usar recursos para lavar, secar, limpar, guardar.

Portanto, pense bem na relação custo-benefício antes de adquirir algo. Ou investir tempo em relações que não acrescentam em nada na sua vida.

Ah, mas então quer dizer que não posso comprar mais roupas, livros e outras coisas que eu gosto?”. Não! Nada disso. Você pode, claro que pode, mas pense realmente se há um propósito por trás disso. Será que você precisa mesmo de uma roupa nova para cada evento que participa? Ou isso é só um símbolo de status social?

A ideia do minimalismo NÃO É acabar com toda e qualquer forma de consumo. Mas é trazer mais consciência no processo de aquisição de bens e uso do seu tempo, de modo que você realmente usufrua da vida. Do que é essencial. De coisas e pessoas que realmente valham a pena.

Antes de ser minimalista, eu frequentemente sentia que não tinha tempo para nada. Isso mudou. Ainda tenho uma agenda apertada, mas hoje posso cozinhar, encontrar amigos(as) queridos(as) e falar com eles(elas) diariamente, praticar yoga, meditar e caminhar com meu cachorro. Não é utopia, estou aqui para dizer que é possível.

Minimalismo e criatividade

O minimalismo no âmbito da moda e da decoração é, na verdade, uma externalização de tudo o que estou dizendo aqui. Uma coisa muito INCRÍVEL que acontece quando você se torna minimalista é que você se percebe 100000% mais criativo. Antes, eu tinha um armário lotado e nunca sabia o que vestir.

Hoje, com menos peças, sou mais criativa. Sei onde estão minhas coisas. Faço combinações diferentes com roupas básicas. Ficou mais fácil e prático me arrumar. E isso aconteceu também na decoração! Ao invés de gastar dinheiro com objetos, comecei a pesquisar referências na internet...

Aqui é um exemplo!

decoração de home office minimalista com escada e quadros
Meu home office minimalista.

Ao invés de comparar novos quadrinhos, fiz uma decoração fofinha de home office só com quadros antigos, uma escada velha e plantinhas. Redecorar meu espaço especial basicamente não me custou nada. E foi um processo super divertido!

Mas, como falei, tudo isso é parte de uma trajetória. Quanto mais me aprofundo no minimalismo, mais percebo que o essencial realmente é muito pouco. Só que foi uma estrada chegar até aqui. Por isso, se você está no início do processo, abaixo quero compartilhar algumas dicas de conteúdo que podem ser úteis. 

Documentário sobre minimalismo e dicas de livros

Uma boa dose de inspiração sempre é boa para ajudar a fazer mudanças efetivas na vida. Aí vão alguns “conteúdos práticos” que me auxiliaram em meu processo de transformação

Minimalism: a Documentary About The Important Things

Disponível na Netflix, este documentário conta a história de dois caras - Joshua Fields Millburn e Ryan Nicodemus que, durante boa parte da vida, perseguiram o American Dream. Mas algumas perdas trágicas na esfera familiar fizeram eles repensarem sobre o que realmente importa na vida antes da morte. 

No doc, você percebe como o lifestyle deles com menos coisas trouxe mais significado à sua existência de forma prática. Inspirador, poético, gostoso de assistir.

Documentário Ordem na Casa, com Marie Kondo

“Isso te traz alegria?”. É com essa frase que a fofíssima Marie Kondo inspira pessoas a deixarem suas casas mais limpas, organizadas e livres de coisas desnecessárias. Em seu documentário na Netflix, ela demonstra como manter apenas bens que nos despertem algo bom traz mais leveza e bem-estar. Sensacional! 

Livro Everything That Remains, de Joshua Fields Millburn e Ryan Nicodemus

É o livro dos caras do documentário, com mais algumas sacadas sobre minimalismo. Outra dica: eles também têm um podcast! Nele, falam de maneira aberta e prática sobre como inserir o minimalismo no dia a dia, nas relações, nas datas comemorativas, etc. Um verdadeiro manual. Eu ouço pelo Spotify (mas só está disponível em inglês).

Livro Essencialismo, de Greg McKeown

Na definição de McKeown, o essencialista - que seria como um minimalista - não faz mais em coisas em menos tempo. Ele faz apenas as coisas certas. Esse livro é absolutamente indispensável para quem quer retirar o excesso de supérfluos vida

Excesso de compromissos, de bagunça mental. Ensina até formas práticas de dizer “não”. Eu recomendo mil vezes!

Livro Propósito, de Sri Prem Baba

A palavra “propósito” já foi quase que prostituída neste mundinho de internet. Mas eu realmente acredito que, se não atribuímos um sentido ao que fazemos de nossa vida, fica difícil não sentir necessidade de “preencher o vazio” com coisas materiais. Afinal, o impulso ao consumo nasce da insatisfação.

Daí a necessidade de buscar o autoconhecimento. É justamente sobre isso que Prem Baba fala nesse livro. 

Livro Walden, de Henry David Thoreau

Thoreau levou o minimalismo ao pé da letra. Durante dois anos, dois meses e dois dias, ele se isolou da sociedade para viver às margens de um lago, em uma pequena cabana construída por ele mesmo, tornando-se totalmente autossustentável. Sua obra é uma crítica social e, simultaneamente, um convite a percebermos que podemos sobreviver com o básico.

Uma das muitas frases incríveis do livro que amei é esta: “A riqueza de um homem é proporcional ao número de coisas que ele pode deixar em paz”. Quanto mais compromissos, tarefas e bagunça mental para lidar, maior a ansiedade.

Livro “Nômade Digital: um Guia para Você Viver e Trabalhar Como e Onde Quiser”, do Matheus de Souza

Um dos meus projetos de vida é virar nômade digital. E sabe o que é necessário para isso? Nas palavras do Matheus de Souza: desapego. O livro que ele acabou de lançar (e eu devorei em uma semana), além de trazer dicas práticas para quem deseja viver na estrada, é uma verdadeira homenagem à filosofia menos é mais.

Penso que quem - literalmente - vive pelo mundo aprende que o mais importante na vida de qualquer um de nós são as pessoas, não as posses. Descobre na prática como discernir entre o que realmente é um problema e quando algo é apenas imaginário, uma projeção da mente. Desenvolve inteligência emocional e social para lidar com as situações que se apresentam, ao invés de criar ansiedades mentais sobre passado e futuro. 

Tudo isso está no relato do Matheus. Sempre é bom se inspirar em pessoas que já trilharam o caminho que a gente deseja percorrer. Recomendo muito!

E aí, curtiu as dicas? Se você achou elas úteis, deixe um comentário e compartilhe com aquele amigo/amiga que também vai gostar de ler no WhatsApp, LinkedIn, Twitter ou Facebook.

Observação: eu não fui paga por nenhuma marca/empresa para escrever este artigo. Mas os livros citados contém meu link de Afiliada da Amazon. Ao comprar através deles, você ajuda a rentabilizar meu trabalho para que eu possa seguir escrevendo esses artigos. Obrigada!

Trabalho remoto: o que é, por onde começar e dicas de cursos e livros

computador e caderninho

Não é nenhuma novidade que o trabalho remoto representa uma modalidade que ganha cada vez mais adeptos no Brasil e no mundo, certo? O que me inspirou a escrever este artigo foi justamente a minha própria experiência: eu sonhava há muito tempo em poder trabalhar de casa, fazer meus próprios horários, ser minha própria chefe.

Hoje, o sonho está realizado. E com um bônus: consegui também dar o start no meu plano de virar nômade digital - ou seja - de poder viajar e trabalhar simultaneamente, de qualquer lugar do mundo. Para você, parece que também não faz mais sentido seguir todos os dias a mesma rotina e bater ponto das 8h às 18h?

O trabalho remoto pode ajudar a transformar essa realidade. Mas é claro que tudo isso exige planejamento, uma boa dose de bom senso e capacitação. É justamente sobre tudo isso que eu quero falar neste artigo.

Topa aprofundar um pouco mais no conceito de trabalho remoto e entender como você pode aderir a esse novo formato?

O que é Trabalho Remoto, afinal?

O trabalho remoto é simplesmente uma forma de trabalho que pode ser executada de qualquer lugar: seja na sua casa, em uma cafeteria, em uma outra cidade ou país. Não se restringe a uma profissão específica. Só que, naturalmente, dependendo do tipo de serviço que você executa, pode ser mais fácil ou difícil aderir à modalidade.

Se você for médico ou profissional da saúde, muito provavelmente vai ser difícil executar trabalho remoto. Afinal, sua atividade depende exclusivamente do contato com outro ser humano. Isso pode complicar um pouco a equação. 

Já se você for administrador, contador, jornalista, professor ou, assim como eu, trabalhe com internet editando vídeos, imagens ou textos, é super possível aderir a esse modelo. Aliás, é difícil até dimensionar as novas profissões que vão surgir e possivelmente se enquadrar como qualificadas para o trabalho remoto.

Um estudo da Dell projetou, inclusive, que até 2030 cerca de 85% das profissões serão novas. A disrupção digital está realmente transformando tudo. Não há volta. E a boa notícia é que podemos usufruir do melhor que a tecnologia tem a oferecer. A otimização do tempo e a queda nas fronteiras de espaço!

Trabalho Remoto no Brasil

No Brasil, o trabalho remoto vem ganhando cada vez mais adeptos. O caos do trânsito e a queda na qualidade de vida - em paralelo à transformação digital - impulsiona o novo modelo. Um levantamento feito pelo espaço de coworking Spaces aponta que 55% dos profissionais consultados no Brasil já utilizam o modelo pelo menos uma vez por semana.

computador e café no trabalho remoto.
Foto: um dia comum de trabalho remoto. Fico super produtiva em cafés.

A velocidade dos tempos atuais, no entanto, pode fazer essa porcentagem aumentar ainda mais em um período relativamente curto. Em seu livro Qual é a Sua Obra?”, o filósofo Mario Sergio Cortella aponta que as transformações no mundo não são a grande novidade desta era. O que é inédito é a velocidade

De acordo com ele, a velocidade é tamanha que mudou nossa noção de tempo. Podemos produzir a qualquer hora, de qualquer lugar. Não precisamos mais ceder tão facilmente ao modelo CLT, no qual “vendemos a nossa” hora. Podemos trabalhar por projetos, por entregas, não por horas.

Então, vamos ao que interessa. Afinal...

Como Fazer Trabalho Remoto?

Conforme pincelei brevemente anteriormente, o trabalho remoto é uma possibilidade para muitos profissionais. Eu, por exemplo, sou formada em jornalismo. Mas hoje trabalho produzindo conteúdo científico para clientes na área da saúde de qualquer lugar do mundo. Logicamente, eu tive que fazer uma transição de carreira.

Mas, se você acha que a função que executa pode ser feita de qualquer lugar com uso da internet, por que não propor isso ao seu/sua chefe? Outra possibilidade é você buscar cursos e aprender a executar serviços que lhe possibilitem exercer esse tipo de atividade sem fronteiras físicas.

Eu nunca disse que seria fácil. Poder fazer seus próprios horários e trabalhar de onde quiser exige, sim, muito estudo e disciplina. Mas há uma demanda absurda para redatores, editores de vídeo, designers desde que a ascensão digital começou.

Quer uma forcinha? Abaixo, vou listar alguns livros e cursos que foram essenciais no meu processo de começar a trabalhar remoto. 

Dicas de Cursos e Livros Para Você Começar a Trabalhar Remoto 

Preparado para tomar nota das sugestões?

1. Curso Online Criadores de Conteúdo, de Rejane Toigo

No Criadores de Conteúdo, a Rejane Toigo - nossa mentora estratégica na Like Marketing - ensina o verdadeiro “beabá” para quem sonha em trabalhar como produtor de conteúdo na internet (social media) ou, até mesmo, ganhar renda extra conquistando mais clientes online.

Você aprende como construir linhas editoriais, pesquisar as personas do seu nicho de atuação, criar planilhas para organizar o fluxo de conteúdo. Basicamente, você aprende como ser um produtor de conteúdo excepcional e formar uma boa cartela de clientes. 

2. Livro Nômade Digital: Um Guia para Você Viver e Trabalhar Como e Onde Quiser, do Matheus de Souza

Recém-lançado pela Editora Autêntica Business, o novo livro do nômade digital Matheus de Souza - eleito um dos Top Voices do LinkedIn em 2016 - é realmente o que o nome na capa entrega: um GUIA completo para trabalhar remoto e viajar. 

Em "Nômade Digital: Um Guia para Você Viver e Trabalhar Como e Onde Quiser", o Matheus ensina desde como criar uma profissão que possa ser exercida de qualquer lugar do mundo, até como lidar com a questão burocrática e emocional do processo. Para completar, ainda traz dicas de viagens e livros incríveis. Devorei em uma semana.

3. Livro 21 Lições para o Século 21, de Yuval Harari

Harari é, para mim, um dos pensadores contemporâneos mais incríveis deste século. Na sua mais recente obra, “21 Lições para o Século 21”, ele nos motiva a repensar as profissões que exercemos e a necessidade de sermos profissionais e indivíduos maleáveis. Nesta nova era, não existem mais verdades absolutas.

Por que eu indico? Porque pode ajudar a mudar também sua mentalidade em relação ao trabalho - algo que também é indispensável para trabalhar remoto. 

4. Livro Essencialismo, de Greg McKeown

Outra obra que indico pela questão da mentalidade. Para ter coragem de largar a CLT e viver o sonho do trabalho remoto, você talvez tenha que abrir mão de algum conforto - pelo menos por um período de tempo. É preciso, portanto, fazer um mergulho interno para compreender: menos é mais.

Indico o livro "Essencialismo" também a todos que desejam se aprofundar no minimalismo, outro assunto pelo qual sou completamente apaixonada e escrevo aqui no blog

5. Livro Born To Blog, de Mark Schaefer e Stanford Smith

Se você, assim como eu, é apaixonado(a) por blogs e sonha em trabalhar com isso...você vai amar o livro “Born To Blog”! Ele exemplifica como blogs podem transformar os lucros de empresas, oferecer retornos incríveis e eternizar palavras. Além de trazer histórias maravilhosas de pessoas que tiveram suas vidas transformadas depois de criarem um blog.

Eu amo essa citação, que também já mencionei em uma resenha escrita para o blog da Agência Marke, na época em que atuei nela como gestora de conteúdo:

“Diferentemente da arte na parede das cavernas (…), nossa civilização possui uma moldura com tamanho infinito. Nosso compartilhamento só é restrito pelo nosso tempo e pela nossa experiência. É empolgante pensar que, através do blogging, ninguém precisa ter medo de ser esquecido. Se você é um blogger, você está deixando uma permanente pegada digital”. (SCHAEFER; SMITH, 2013, p. 138)

E aí, curtiu as dicas? Eu espero realmente que elas possam ajudar você no seu processo. Se for o caso, deixa um comentário aqui para eu saber!!

Observação: os cursos e livros indicados neste post contém meus links de afiliada. Ao comprar através deles, você ajuda a rentabilizar meu trabalho para que eu possa seguir escrevendo esses textos. Obrigada!

Quais pesos ilusórios você está carregando?

menina olhando para o céu

Minha mãe tira umas frases incríveis sei lá de onde. Dia desses, ela escreveu em nosso “mural de recados” aqui em casa: cuidado com o peso que você pega para carregar; pode ser ilusório. Provavelmente, trata-se de uma sentença atribuída a algum iogue bem elevado. E ela me fez refletir, mais uma vez, sobre as cargas de nossas escolhas de vida.

Você já sentiu como se houvesse um peso de 10 kgs sobre os seus ombros? Seja pelas demandas de trabalho, pelos boletos a serem pagos, ou pelas expectativas das pessoas ao seu redor sobre você? Eu já. Aliás, esse peso me acompanhou desde que me enxerguei como “gente grande”, adulta. 

Mas neste ano comecei o caminho inverso. Parti em uma jornada de espiritualidade que me trouxe uma compreensão assustadora de que eu não sou a casa onde moro, o salário que eu ganho, as coisas que eu compro. Eu nem mesmo sou apenas meu corpo. Até isso é “emprestado”. Um dia essa “casca” não vai estar mais aqui.

Posso soar louca, mas pense bem. Muitas vezes, o peso que você carrega sobre seus ombros é, literalmente, ilusório. É apenas uma projeção dos medos da sua mente. Se você voltar a refletir sobre o que realmente é essencial, talvez descubra que não se trata tanto do dinheiro, das posses, das coisas.

Vou aprofundar um pouco mais….

Nomadismo digital: um lugar de libertação

Quanto mais eu dissecava neste ano sobre a questão dos pesos que eu carregava, mais evidente ficava: a carga que eu sentia tinha muito a ver com meu ego e minha construção de identidade em cima das minhas posses e objetos. A própria casa onde eu moro carrega um peso, concluí.

O peso de muitas horas de trabalho dos meus pais; o peso da vizinhança e suas opiniões; o peso do IPTU, da taxa de coleta seletiva, de limpeza e etc. Percebi o mesmo em relação ao meu carro. Eu basicamente trabalhava para pagar esse bem. Não à toa era uma grande luta conseguir guardar uma graninha no fim do mês.

Assim, aos poucos, tive esta percepção cristalina e assustadora: “talvez eu esteja desperdiçando meu ativo mais precioso e escasso - meu TEMPO de vida na terra - apenas para adquirir posses”. A partir daí, tomei a decisão de que não trocaria mais meu dinheiro por coisas, e sim por experiências.

E posso dizer que tem sido incrível. Só neste ano já fui para Santa Catarina três vezes, quatro para São Paulo, já tenho uma trip bookada para Belo Horizonte em setembro e depois nem sem o que me espera. Meus planos para o futuro? Não ter mais uma residência fixa. Viver um lifestyle 100% nômade. Sem o peso de ter que existir na Terra em um só lugar. 

Meu Deus, a vida é curta demais para isso!

Mas meu objetivo aqui não é dizer: largue todo o peso que você carrega e vire nômade digital. Não é necessário ser radical. Porém, mesmo dentro de uma “vida padrão”, creio que você pode se beneficiar de uma filosofia de vida chamada de minimalismo

O minimalismo como ferramenta de transformação no trabalho e na vida

Na minha visão - e experiência - o minimalismo é a criptonita dos pesos ilusórios. Trata-se de uma filosofia de vida pautada pelo menos é mais. Vale para tudo. Coisas, pessoas, trabalho, comida. Você elimina o que é supérfluo para gozar de mais tempo e liberdade para focar no que realmente importa.

Por que você assume projetos dos quais não gosta? Por que você mantém amizades que não lhe acrescentam em nada? Por que você compra coisas desnecessárias para aliviar um vazio existencial? Tudo isso gera peso. Torna a vida mais difícil, cansativa. E o que eu quero dizer é que não precisa ser assim.

Se você topar olhar com sinceridade para os pesos ilusórios que carrega, vai encontrar respostas muito libertadoras. Já vou adiantar que não é fácil. Eu passei por uma crise existencial bizarra para chegar até aqui. Mas valeu a pena.

Hoje trabalho com o que gosto, posso fazer o que amo de qualquer lugar do mundo. Tenho clientes incríveis. Conheço pessoas maravilhosas na estrada. Nem todos os dias são espetaculares. Mas aprendi, inclusive, a olhar para a dor quando ela aparece, sem necessariamente me entregar a ela. Ela não me pesa a ponto de me derrubar.

Acredite. A vida pode ser mais leve. O trabalho pode ser mais leve. Foque no que é essencial para você. E os dias podem ganhar um sabor muito mais delicioso.

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O quadrinho que não comprei.

quadrinho all you need is less

Estou em uma loja enorme e elegante de decoração. Tudo aqui é lindo. Adoro ver essas “casas montadas” com tanta maestria. Impossível negar que são realmente incríveis. Não é por acaso que simbolizam o sonho de tanta gente. Mas não mais o meu.

Vejo um quadrinho na parede. “All you need is less”. “Tudo o que você precisa é de menos”. Dou risada sozinha. De todas as coisas na loja, o quadrinho é o que eu mais sinto vontade de comprar. “Seria meio paradoxal, né Rafaela?”, penso comigo mesma. É. Deixo de lado a ideia de comprá-lo.

De que adianta adquirir algo decorativo, se no futuro nem pretendo ter uma casa para colocar quadros? É nesse tipo de pequeno, mas emblemático momento, que percebo como minimalismo realmente deixou de ser um conceito e agora se transforma, de fato, em uma forma de existir no mundo para mim.

Menos um quadrinho aqui. Menos uma roupinha ali. Menos um carro. Menos um IPVA. Menos trabalho. Menos coisas. Mais tempo. Mais experiências.

Para mim, isso é minimalismo. É liberdade de escolha. É enxergar que por trás de cada bem adquirido, há tempo investido. Tempo que não volta mais. É enxergar com uma clareza - quase que assustadora - que às vezes o preço de comprar as coisas é muito alto.

E poder, ainda que com certa tristeza, deixar o quadrinho na loja. Tudo bem. Provavelmente, ele fará alguém com valores diferentes dos meus feliz. Não há problema algum nisso.

Hoje entendo que, no meu caso, aqueles R$53,00 podem ser melhor gastos em um café com um amigo, uma viagem pelo mundo ou mesmo algumas horas a menos de trabalho e extras de leitura.

Menos é mais.

MATERIALISMO: um mergulho na doença do século 21

caixas de armazenamento

Recentemente, comecei a perceber que existe uma doença que mata mais que câncer, obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares. Uma patologia realmente séria, considerando que as que acabo de mencionar já são verdadeiras epidemias aqui no ocidente. 

Mas que doença seria capaz de tirar mais vidas que o câncer, que já soma quase 10 MILHÕES óbitos por ano no mundo; a obesidade (que já atinge 20% das pessoas no Brasil); as doenças cardiovasculares (que matam mais de 300 mil brasileiros anualmente) e a diabetes (que tira mais de 72 mil vidas)?

Trata-se de uma doença chamada MATERIALISMO

Pode até soar um pouco sensacionalista, mas na verdade não é. 

Não é porque a raiz de TODAS as DEMAIS doenças citadas aqui possuem, de certa forma, relação com o âmbito emocional. SIM: até mesmo o câncer, como afirma sabiamente o Dr. Ítalo Rachid - médico especialista em Ciências da Longevidade Humana - é uma doença associada a modelos mentais.

Tudo aquilo que pensamos, sentimos e expressamos ao mundo afeta fortemente o funcionamento de nosso organismo. E é justamente isto que a doença que denomino materialismo faz: seus sintomas INCLUEM uma profunda desconexão com seu verdadeiro eu, sua essência, seu propósito de vida.

Eu já fui acometida pela doença materialista. Na verdade, penso que estou em processo de RECUPERAÇÃO. De certo modo, creio que todos nós que vivemos em uma sociedade baseada no consumo temos resquícios de materialismo no corpo, na mente e no espírito.

Talvez nem seja possível atingirmos uma recuperação completa. Mas dá pra aliviar um pouquinho o vazio e encontrar uma vida com mais propósito. É o que tenho descoberto.

Topa aprofundar? Em caso positivo, te convido para...

Um mergulho no CONCEITO de MATERIALISMO

No livro o  “O Caminho da Perfeição”, o já falecido iogue C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada escreve que o MATERIALISMO, baseado na tentativa de TORNAR PERMANENTE tudo aquilo que é IMPERMANENTE, é a principal causa de sofrimento das pessoas no século em que vivemos.

Queremos uma bela casa. Um lindo iPhone. Viagens incríveis. Restaurantes maravilhosos. Prazeres infinitos. E tudo bem querer isso. O problema é que a felicidade nunca está nesse “lado de fora”. Precisamos saber porque queremos o que queremos. E o quanto é SUFICIENTE para nós.

C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada escreve:

“Pessoas materialistas vivem cheias de ansiedade, pois aceitaram como real aquilo que é impermanente. (...) esta é a doença material. No mundo material, as pessoas sempre tentam CONQUISTAR algo que não é permanente. Vivemos atarefados tentando adquirir conforto para este corpo, sem levar em consideração que hoje, amanhã, ou daqui a 100 anos esse corpo se acabará”.

Diz ele também que, quando não nos aprofundamos no caminho espiritual, é inevitável que nossa mente se volte ao materialismo. A MENTE HUMANA precisa se ocupar com algo. E, se não for com um processo de AUTOCONHECIMENTO, de olhar para dor, de contribuir ao mundo e às pessoas e de entender o dharma (propósito de existir), ela se volta aos desejos materialistas.

Ao desejo de possuir coisas, pessoas, situações. Daí nasce a dor - uma vez que jamais teremos esse pleno CONTROLE de tudo. 

Mas, afinal...

Por que o MATERIALISMO adoece?

Já que apresentei o conceito, agora vou explicar meu argumento de que o materialismo realmente ADOECE. Há alguns dias, tomando café com um amigo querido, passamos a divagar sobre MINIMALISMO que, de certo modo, é um “remédio” ao materialismo. Chegamos à seguinte conclusão:

“Tudo aquilo que possuímos é um peso. Tudo que você tem, lhe custa algo para manter. Seja dinheiro, energia, tranquilidade mental ou - aí vem o principal - TEMPO. Esse é o ativo mais precioso que o materialismo nos rouba”.

Meu amigo usou uma analogia incrível. Imagine que tudo que você COMPRA ou CONSOME será algo que você terá que carregar nas costas. Imagine o PESO de tudo sobre os seus ombros. 

No nomadismo digital, essa analogia quase abstrata se torna basicamente real. Você percebe, empiricamente, que quanto menos coisas você possui, mais fácil é percorrer o mundo.

Por isso, no meu processo, viver o nomadismo digital, buscar o minimalismo (menos trabalho, mais experiências) tem sido uma ferramenta de CURA dessa doença que chamo de materialismo. 

Então quer dizer que todo mundo deveria virar nômade? Claro que não. Mas levar essa FILOSOFIA à vida, almejar menos coisas, priorizar pessoas, vivências, experiências em detrimento de roupas, objetos e posses é, em si, uma atitude curativa

Em meu processo, hoje tudo que eu quero é querer menos. E me conectar mais.

E você? Tem feito essa busca? Já tinha parado para pensar sobre tudo isso? Se quiser, compartilha o processo aqui comigo que eu vou amar saber. 

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