4 lições poderosas sobre produção de conteúdo do livro Hit Makers

desenho de duas mãos coloridas se tocando

Eu sei. Sei que você já leu neste oceano de informações da internet milhares de dicas sobre como criar conteúdos incríveis. Mas o livro Hit Makers, sobre o qual decidi falar neste artigo, não é apenas uma obra que aponta caminhos acerca de como ser um “creator” (o novo termo da modinha), capaz de criar estratégias e textos incríveis.

É um livro sobre comportamento humano, essencialmente. Sobre sociedade. Sobre cultura. Sobre o porquê as pessoas fazem o que fazem. Compreender todos esses aspectos é, em minha visão, o ponto mais relevante para se tornar um bom produtor de conteúdo.

Por quê? Porque, embora seja fácil chamar seus seguidores/clientes de leads, não dá para esquecer a grande verdade: do outro lado da tela, consumindo seu conteúdo, está um ser humano. É para ele/ela que você quer escrever. 

Então, topa um mergulho mais profundo comigo na obra escrita pelo Derek Thompson?

Hit Makers não entrega fórmulas, mas instiga a pensar

Um dos aspectos que mais me fascinou na obra do editor-sênior da Revista The Atlantic é justamente este: seu objetivo não é propor uma estrutura milagrosa, aquela “ideia secreta” por trás da fabricação de um HIT. Pelo contrário.

Ao investigar e apresentar no livro os bastidores dos mercados de criadores de conteúdo (nos mais variados formatos, desde música, cinema, arte e, claro, a própria internet), ele aparenta concluir justamente o oposto. Há muito caos na vida. Diversos HITS se tornaram fenômenos com uma importante ajudinha do acaso.

Bem diferente do que o mercado de Marketing de Conteúdo em geral tenta nos vender, não é? “Use a estratégia x e tenha o resultado y” (hahahaha. Sério, se você ainda acredita nisso, por favor, não seja ingênuo). Mas ok, vamos lá. Não é só porque o livro não traz fórmulas que deixe de apresentar argumentos interessantíssimos.

Ao tecer entrevistas com neurocientistas, produtores musicais, donos de canais de televisão por assinatura, entre diversas outras autoridades no mercado de HITS, Thompson aponta algumas direções interessantes. Embora não exista receita de bolo, ao observar o comportamento humano sempre é possível ter insights que, a meu ver, colocam o produtor de conteúdo em uma direção mais certeira.

Abaixo, compilei quatro deles.

TOP 4 insights do livro Hit Makers para produtores de conteúdo

Já abriu o bloquinho de notas aí? Espia algumas sacadas geniais que tirei de Hit Makers:

1. Crie uma linguagem de lembranças por meio do seu conteúdo

“As pessoas gostam de repetir experiências culturais, não somente porque querem se lembrar da arte, mas também porque querem se lembrar de si mesmas, e existe alegria no ato de se relembrar” – Derek Thompson

Você já deve ter assistido seu filme favorito mais de uma vez, não é? Há pessoas que relatam com alegria, por exemplo, já terem visto a série Friends milhares de vezes (eu também!). Por quê? Porque gostamos dessa familiaridade. Nossas séries e músicas prediletas se tornam parte de nós. Se transformam em uma linguagem de lembranças.

Pense aí: qual é o DNA do seu conteúdo que gera esse impacto nas pessoas? O que vai fazê-las quererem ler, reler seus textos, ou acompanhar seus vídeos semanalmente? Como você toca as pessoas de modo que elas anseiem por seu conteúdo?

2. Esqueça a ideia de “aceitação”

“Talvez a genialidade floresça em um espaço levemente protegido da necessidade de ganhar um concurso de popularidade. (…) Talvez a maior obra venha dos criadores que procuram alguma coisa além da aceitação, empurrando a fronteira mais adiante”.Derek Thompson

Se você ainda tem medo de publicar conteúdo, ou medo de se expressar pela falta de aceitação, esqueça isso. De verdade. Sei que é difícil. Às vezes eu publico conteúdos pensando: “talvez fulano e beltrano não gostem disso que eu escrevi”. Mas, se me prendesse a isso, não teria chegado a publicar dois textos aqui.

Não produza conteúdo pensando sempre em agradar alguém. Seu conteúdo é sua arte na internet. Ele pode – e deve – ser autoral, original e, às vezes, crítico. Faz parte não agradar todo mundo. Talvez seja mais interessante fazer com que as pessoas reflitam, do que buscar sua aceitação unânime.

3. Humanize seu conteúdo

“As necessidades básicas das pessoas são complexas, mas antigas. Elas querem se sentir únicas e também querem pertencer a algo; querem banhar-se em familiaridade e também ser um pouco provocadas”. – Derek Thompson

O maior erro do produtor de conteúdo que se prende a templates e regrinhas é, repito, esquecer que do outro lado da tela existe uma pessoa. De que forma seu conteúdo dialoga com as necessidades mais intrínsecas do ser humano? Como ele resolve um problema, oferece uma solução, gera senso de pertencimento?

Vou ser meio enfática, mas lá vai: se você não pensa nisso ao produzir conteúdo, acredito que está dando um tiro no pé e, ao mesmo tempo, prestando um desserviço à sociedade. A internet não precisa de mais lixo eletrônico. Precisa de conteúdo com verdade, alma e propósito.

4. Reforce a mesma mensagem, de formas distintas, prezando pela simplicidade

“Conforme nós crescíamos, tentávamos ser tudo para todo mundo. Nós tentávamos promover todas as coisas em vez de focarmos em poucas. (…) A ESPN havia se tornado uma rede que servia muitos pratos medíocres, como um restaurante barato” – John Skipper, ex-presidente da ESPN

Ah, o tal do minimalismo. Viu só como ele serve para o mercado de produção de conteúdo também? Vou ser bem sincera: para oferecer um bom resultado aos seus clientes, não creio que seja necessário estar presente em todas as redes sociais e plataformas. Apresentar todos os formatos possíveis. Falar sobre 15 assuntos diferentes.

Foque no essencial. Se você for capaz de fazer o essencial bem feito, já tem tudo para conseguir resultados.

E aí, curtiu as dicas? Já leu o livro? Ficou com vontade? Vou deixar o LINK aqui, caso você queira adquirir seu exemplar pela Amazon.*

Se você também já vem estudando o mercado de produção de conteúdo e deseja se aprofundar, sem essa de firulas ou fórmulas prontas, mas mergulhando de cabeça mesmo em como entender seu cliente e criar uma estratégia, convido a espiar os Cursos de Produção de Conteúdo que já fiz e recomendo.

AH! E, se você ler o livro do Thompson, não deixa de vir aqui também depois me contar o que achou! 🙂

*Observação: o livro e os posts indicados neste post contêm meus links de afiliada. Isso significa que, ao comprar através deles, você ajuda a rentabilizar meu trabalho para que eu possa seguir escrevendo esses textos. Obrigada!




5 livros de desenvolvimento profissional (e pessoal) essenciais para mulheres

mulher segurando livro de capa azul

Livros de desenvolvimento profissional, em minha concepção, são ferramentas poderosíssimas para a materialização de sonhos. Falo por experiência própria: foi graças a eles que tive coragem de tomar algumas das decisões mais difíceis da minha vida, mas que me permitiram hoje trabalhar remotamente e viver o lifestyle nômade.

Indo ainda mais além, creio que para mulheres ler livros é ainda mais indispensável – tanto para a carreira, quanto para a vida pessoal. O motivo? Sinceramente, ninguém pega a gente pela mão e nos ensina a negociar, a “vender nosso peixe”, a ter confiança e autoestima, não é? Se você é mulher, já deve ter reparado: geralmente, ocorre o oposto.

Por isso, neste artigo – que dedico especialmente a nós, mulheres – gostaria de aprofundar um pouquinho os motivos pelos quais defendo que a leitura é uma ferramenta de libertação feminina. E, ainda, quero indicar 5 livros que foram essenciais no meu processo  (ainda em andamento, diga-se de passagem!) e que acho que podem fazer diferença no seu!

Topa?

Por que livros sobre desenvolvimento podem ajudar as mulheres a terem voz?

Vou direto ao ponto: simplesmente porque, na “formação tradicional”, ninguém nos ensina a ter voz – e muito menos a ter coragem de usá-la. 

A sociedade patriarcal é estruturada de modo a inibir o desenvolvimento pessoal e profissional das mulheres, através de “sutilezas” como a disparidade salarial e as diferenças na licença paternidade/maternidade. Isso sem falar na propaganda abusiva que almeja reforçar o tempo inteiro a mensagem de que somos física e/ou intelectualmente inadequadas.

É com muita alegria que observei/observo a ascensão de movimentos como o #MeToo e o #FridaysForFuture, liderados por mulheres que simplesmente não vão mais se sujeitar a ficarem caladas diante de atrocidades contra seu corpo, seus direitos pessoais e profissionais e nosso planeta. Mas a verdade é que o caminho ainda parece longo.

Eu agradeço muito por ter tido a oportunidade de ser impactada pelas vozes dessas mulheres, que tanto me inspiram com suas lutas. Mas sou privilegiada. Infelizmente, há mulheres massacradas diariamente por não terem seus direitos assegurados, sem ao menos saberem disso…

E como podemos avançar no trabalho de modificar essa realidade? Bom, tem uma frase da Clarice Lispector que eu amo:

“A palavra é o meu domínio sobre o mundo”.

As palavras transformaram a minha vida e minha visão de mim mesma, como pessoa e profissional. E acho que podem causar verdadeiras revoluções existenciais para qualquer mulher. É aí que entram os livros…

Top 5 livros de desenvolvimento profissional (e para a vida, em geral) das mulheres

Vou ser sincera: foi difícil escolher só 5 livros para colocar nesta listinha, mas vamos lá! Seguem, abaixo, sugestões de obras que fizeram total diferença na minha vida e carreira:

A Deusa Interior: Um Guia sobre os Eternos Mitos Femininos que Moldam a Nossa Vida, de Roger J. Woolger e Jennifer B. Woolger

Você já parou para refletir sobre o fato de que  a vivência de uma cultura majoritariamente cristã no ocidente, na qual há um “Deus Pai Todo Poderoso” e nenhuma “Deusa Mãe”, já é uma forma de exaltar o modelo patriarcal e violentar mulheres? Pois bem, ainda que inconscientemente, isso acontece.

No livro “A Deusa Interior”, Roger J. Woolger e Jennifer B. Woolger apresentam um estudo brilhante da psique feminina moderna inspirado pelos arquétipos de 5 antigas Deusas gregas: Atena (Deusa do Intelecto), Ártemis (Deusa da Natureza), Hera (Deusa do Poder), Perséfone (Deusa do mundo Espiritual), Afrodite (Deusa do Amor) e Deméter (Deusa Maternal).

O ponto de partida é a noção de que, dentro de qualquer mulher, todas essas Deusas poderiam conviver integradas e em harmonia. No entanto, em razão do patriarcado cristão, as deusas se “desintegraram”. Ou seja: nos dias atuais, geralmente cada mulher encarna uma delas, em detrimento das demais. Para piorar, uma tende a julgar a outra!

Quando sintonizamos em excesso a energia de uma única deusa, criamos o que os autores chamam de CHAGAS das deusas. Por exemplo: viver só para o trabalho (Atena) pode nos causar distúrbios alimentares, enquanto vibrar apenas a sensualidade pode causar problemas afetivos. Marilyn Monroe é um exemplo da chaga/estereótipo de Afrodite.

É difícil resumir em poucas palavras uma obra tão complexa, mas recomendo demais a leitura. Ela pode ajudar você a descobrir qual a deusa que está dominando a sua vida e ensinar você a lidar melhor com as suas dores e escolhas profissionais e emocionais.

Mulheres Poderosas, de Louise Hay

Louise Hay é uma das minhas autoras mais queridinhas e seu livro “Mulheres Poderosas” me abriu os olhos para algo que faz muitas mulheres se tornarem dependentes e nunca conquistarem a independência financeira: a falta de amor-próprio. Fomos ensinadas a nos contentarmos com pouco.

Como até pouco tempo não tínhamos espaço nenhum no mercado de trabalho, fomos ensinadas a “aceitar o que vier”, como se ter um salário já fosse um privilégio. Negociar? Dizer o quanto queremos ganhar? Recusar um trabalho que não temos vontade de fazer? Ninguém nos mostrou como fazer isso

O livro traz dicas de afirmações poderosas para incluir na rotina e trazer coragem e abundância para a vida da mulher, como “Eu sou merecedora” e “Eu sou capaz”. Parece bobinho, mas é transformador.

Eu Sou Malala, de Malala Yousafzai e Christina Lamb

Esta dica é tipo inspiração para a vida! Como mulher, sempre procuro ler biografias para me inspirar. “Eu Sou Malala” foi um verdadeiro tapa na cara. Naturalmente, conta a história de Malala, a menina que do Paquistão ganhou o olhar do mundo, depois de quase ter sido morta simplesmente por ser mulher e ir à escola.

Malala entendeu, desde nova, que conhecimento é fonte de libertação. E quase deu a vida para poder exercer o direito de estudar e compreender como o mundo funciona. Me inspirou a ter voz, a falar também por outras mulheres que não têm, ou que morrem tentando diariamente.

Se você estiver em busca de algo bem inspirador, super recomendo.

Para Educar Crianças Feministas, de Chimamanda Ngozi Adichie e Denise Bottmann

Sempre é mais eficiente atuar sobre a causa do que o efeito. Em outras palavras: é muito melhor educarmos as mulheres desde novas a se amarem e se respeitarem, do que ensiná-las a resgatarem sua autoestima depois. É por isso que o livro “Para Educar Crianças Feministas” é tão maravilhoso!

Ele afronta os estereótipos de gênero desde a infância, com dicas sobre como criar meninas que saibam que não é errado se expressarem, gostarem de esportes e que “ser mulher” não é, por si só, um empecilho para que realizem qualquer coisa.

Leia, por favor. E, se você for mãe, leia para a sua filha também.

Beleza: Uma Nova Espiritualidade da Alegria de Viver, de Anselm Grün

Me deixa realmente muito triste ver como os padrões de beleza acabam com a autoestima das mulheres. E eu me incluo nessa! Há dias em que ainda travo uma triste batalha contra o espelho. Durante muito tempo achei que era algo só meu. Mas hoje, escutando outras mulheres, vejo que praticamente todas se martirizam pela autoimagem…

No livro “Beleza: Uma Nova Espiritualidade da Alegria de Viver”, Anselm Grün reforça que a beleza vem de dentro, vem de nos sentirmos felizes e satisfeitas com quem somos. Vem da possibilidade de realizarmos nossos sonhos, cuidarmos da nossa saúde, da mente e do corpo. Não por futilidade, mas por amor próprio.

Achei linda a forma como ele constrói o conceito de beleza, não como algo a ser “comprado”, mas sim desenvolvido. A beleza mora em nós. Quando nos aceitamos, ela aflora naturalmente.

E aí, curtiu as dicas e reflexões? Se você já leu algum dos livros, me conta aqui nos comentários? Quero saber! 🙂

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Lidere pela sua forma de viver a vida (resenha do filme Dois Papas)

Quando a tela do cinema escurece, os créditos sobem e todos batem palmas, toma conta da atmosfera um sentimento de unanimidade: o filme realmente é uma obra de arte. Foi o que aconteceu depois que assisti ao novo longa dirigido por Fernando Meirelles: “Dois Papas” que, embora já esteja na Netflix, também é exibido em algumas telonas do país.

Misto de orgulho pela genialidade do diretor brasileiro que nos representará no Oscar (como é bom ter um motivo positivo para nos orgulharmos como nação, ainda mais através da arte/cinema!); com diversos insights sobre autoconhecimento, liderança, superação. É isso que um filme incrível faz conosco: faz PENSAR.

Meu objetivo, quando fui ao cinema, não era escrever nada posteriormente. Porém, mais uma vez, saí inspirada para compartilhar alguns insights. 

Topa aprofundar?

Antes, um breve resumo sobre “Dois Papas”…

“Dois Papas” é um filme sobre poder e como símbolos e figuras são capazes de moldar o inconsciente coletivo de pessoas – e, no caso da Igreja Católica – de nações em âmbito global. Apesar da narrativa central tensa, porém, o roteiro abre espaço para diversas tiradas cômicas e sarcásticas – seja através de recortes fotográficos ou da trilha sonora.

Se você ainda não viu o trailer, vou deixar aqui embaixo.

A história prende a atenção do início ao fim. Como outros longas baseados na vida real, faz lembrar de nossa própria história quando os fatos ali descritos se desenrolam. Onde estávamos durante a febre do “Habemus Papa”, ou mesmo na fatídica Copa de 2014, naquele tenebroso 7×1…

Em paralelo, embora traga sim um viés crítico a hipocrisias da Igreja Católica, Meirelles se propõe a ir além. O enfoque central da trama são os Papas. Ou melhor – os seres humanos por trás de dois Papas, seus temores, conflitos internos, dimensões pessoais. Em um dos diálogos entre o Papa Bento XVI e Jorge Mario Bergoglio, o primeiro enfatiza:

“A sua própria maneira de viver a vida já parece ser uma crítica à Igreja”. Isso porque o popular atual Papa argentino optou por renunciar a determinados luxos e preferia estar pregando em comunidades mais pobres. Em essência, ela era em microescala o que hoje é para o mundo…

Coerência entre discurso e ação é o que molda um líder

Com isso, me veio um insight poderosíssimo acerca das verdadeiras lideranças. Um líder de verdade é aquele que é exemplo pela ação – e não pelo discurso. Ele inspira por ser exatamente quem é. Liderança não é só sobre “skills”. É sobre viver de acordo com sua verdade.

Hoje são vendidos cursos, workshops, treinamentos sobre liderança. E tudo bem, eles podem agregar. Mas nada disso adianta se você não coloca em prática. Você pode fazer também um curso de “Marketing de Gentileza”, por exemplo, mas você já experimentou…ser genuinamente gentil também?

O líder que ganha respeito é aquele coerente, que alinha discurso e prática. Sem isso, torna-se incapaz de exercer qualquer efeito realmente potente sobre os outros. E mais! A “falsa liderança” não se sustenta. O discurso motivacional perde efeito se o líder também não coloca a mão na massa.

A Igreja, de alguma forma, entendeu que precisava de alguém mais popular no poder – principalmente frente aos escândalos de abusos divulgados pela mídia. Mas esse não era o perfil do Papa que acabou por renunciar (e não que isso fosse bom ou ruim), mas ter de exercê-lo, para ele, simplesmente tornou-se impossível.

Você só consegue usar uma máscara por um tempo limitado.

Todos os dias, seja a mudança que você quer ver

Apenas para concluir, outra grande revelação que o filme me trouxe foi a seguinte: todos os dias, as decisões mais importantes do mundo são tomadas por pessoas. De carne e osso, como você e eu. Pessoas que têm valores, medos, fragilidades e conflitos internos.

As decisões que tomamos podem não reger o mundo inteiro, mas regem o “nosso mundo”, “nossos relacionamentos”, “nosso trabalho”. Então, vale a mesma máxima sobre liderança. Você não precisa ser líder de uma empresa para ser exemplo.

Leve a lógica para sua esfera pessoal, para qualquer situação. Que tipo de acontecimento você gostaria de mudar na sua vida? Você costuma reclamar que as pessoas são muito irritadas, mal-educadas? Então, comece você sendo bem educado. Reclama das grosserias no trânsito? Seja você bem educado no trânsito.

É assim que você pode mudar o mundo, com suas ações. Ninguém se inspira no que você fala, as pessoas podem se inspirar no que você FAZ.

Só para resumir, vou terminar com Gandhi:

“Seja a mudança que você quer ver no mundo”.

Curtiu os insights? Já assistiu ao filme? Concorda com minhas percepções? Me conta aqui nos comentários que vou amar saber. 🙂

Recomendo ainda esta entrevista do Fernando Meirelles no programa Provoca do Youtube, com o sempre brilhante @MarceloTas. Aqui ele compartilha um pouquinho dos bastidores…

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5 livros sobre sociedade para você repensar seu trabalho – e sua vida – em 2020

menina com livros e café

O clima de fim de ano já tomou conta da atmosfera, não é? 2020 se aproxima e parece que estamos, oficialmente, vivendo no futuro. Em menos de uma década, segundo projeções do Laboratório de Aprendizado de Máquina em Finanças e Organizações da Universidade de Brasília (UnB), metade dos empregos que existem hoje serão substituídos por robôs e pela automação.

Você já parou para refletir sobre isso em profundidade? Basicamente, significa que todos seremos afetados em algum nível, independentemente de que posição ocupamos (seja como colaboradores(as), microempreendedores(as) ou empresários(as)/gerentes de uma organização). O mundo está se transformando bem diante dos nossos olhos.

E precisamos estar preparados. Por isso, neste artigo, decidi compartilhar minhas dicas de 5 livros com reflexões pertinentes sobre a sociedade para que possamos direcionar melhor nossas ações em 2020 e no futuro, de modo geral – a nível pessoal e profissional.

Espero que possam ser úteis em sua jornada. 🙂

5 livros sobre sociedade para você repensar vida e carreira

Já abriu o Google Keep aí? Espie, abaixo, minhas 5 sugestões de obras para você ler, refletir e planejar seu 2020:

1.Sociedade do Cansaço

Já reparou que todo mundo parece estar mais cansado desde que os smartphones entram em nossas vidas? Esses pequenos dispositivos – muitas vezes geradores de ansiedade – nos colocam em uma frequência aceleradíssima. Parece que tentamos “competir” com a velocidade da tecnologia. E sempre perdemos.

É esse o tema do livro “Sociedade do Cansaço”, do filósofo alemão Byung-chul Han. Ele apresenta uma leitura da vida moderna como permeada por uma violência neuronal, com excesso de informação e zero espaço à contemplação. O volume de dados, para muitos, é de fato enlouquecedor.

Aqui, a reflexão é: se a tecnologia vai substituir muitas de nossas funções de qualquer modo, não seria melhor usarmos um tempinho para meditar, desacelerar e, quem sabe, tomar decisões mais sábias sobre nossas vidas e carreiras? Ir na contramão da manada pode ser fonte de extrema sabedoria. 

Quem sabe desacelerar um pouco não possa ser também uma meta para o seu 2020?

2. Qual é a Tua Obra?

Sou fã assumida do Cortella e creio já ter indicado o livro “Qual é a Tua Obra?” em outro artigo. Mas vale a pena indicar novamente, pois se encaixa muito bem no contexto aqui. Por quê? Porque nele o filósofo explica que, ao trabalharmos, não apenas “fazemos o trabalho”. O trabalho também “nos faz!”. Ele é parte de quem somos.

Ou seja, com tantas transformações pautadas pela tecnologia, teremos que trabalhar muito nossa resiliência profissional e nossa humildade. Quem achar que já sabe tudo está, literalmente, ferrado. Um conselho para 2020? Apaixone-se por aprender!

Prender-se a um ego muito inflado jamais foi tão perigoso.

3. Homo Deus

Harari é outro dos meus autores favoritos. Em “Homo Deus”, ele teoriza sobre como a transformação digital poderá gerar ainda mais desigualdade entre diferentes pessoas e países. Quem tiver acesso no futuro às melhores tecnologias por meio do poder aquisitivo (principalmente na área da saúde, terá vantagem BIOLÓGICA sobre os outros). Bizarro, não?

A obra me instigou a pensar, cada vez mais, sobre a importância de lutarmos contra a desigualdade, dar voz às minorias e pensar em como poderemos criar modelos sociais mais colaborativos. Afinal, não é segredo: desigualdade gera violência. E o mundo, definitivamente, precisa é de mais amor. 

4. Supercérebro

Doenças neurodegenerativas são assustadoras, não é? E, talvez justamente pela violência neuronal mencionada na obra de Byung-chul Han, os casos dessas patologias estão aumentando. A boa notícia é que, na contramão, a medicina está comprovando que o código genético não é o fator principal de influência sobre nossa saúde.

É isto mesmo: a ciência moderna demonstra que os seus hábitos de vida são tão relevantes para a sua saúde quanto seu DNA. O livro “Supercérebro”, do Deepak Chopra, fala justamente sobre isto: como os cuidados com sua alimentação e seus pensamentos podem influenciar sua rotina, melhorar sua produtividade e ajudar a evitar doenças.

Pessoalmente, acredito que investir na saúde é o melhor investimento que qualquer um pode fazer – até porque, sem ela, não realizamos nada. Neste artigo, indico 5 livros sobre o tema que ajudaram a transformar minha vida e minha carreira também. 

5. Nômade Digital: um Guia para Você Viver e Trabalhar Onde e Como Quiser

Também já recomendei anteriormente aqui o livro “Nômade Digital: um Guia para Você Viver e Trabalhar Onde e Como Quiser”, mas vale a pena mencionar mais uma vez! Você já parou para refletir sobre o fato de que, atualmente, com um computador e acesso à internet você pode trabalhar praticamente de qualquer lugar do mundo? As barreiras geográficas estão desaparecendo. 

E, quando o assunto é nomadismo digital – o lifestyle que envolve viajar E trabalhar -, a maior referência para mim é o Matheus de Souza. Ele já carimbou o passaporte em diversos países e traz dicas incríveis sobre como conciliar a estrada e a carreira.

Se você sonha em fazer seus próprios horários e trabalhar de onde quiser, a obra dele apresenta dicas preciosíssimas para chegar lá. Eu mesma me inspirei e escrevi um E-BOOK gratuito sobre trabalho remoto com um compilado de dicas minhas e insights que vieram também com o livro.

Aproveite para fazer a leitura e incluir nos planos para 2020 a possibilidade de trabalhar onde e como quiser, caso seja o seu sonho. 

Insights sobre o lado positivo da disrupção digital na sociedade do futuro

Em resumo, só para finalizar, penso ser incontestável que as transformações digitais vão balançar muitas estruturas sociais e profissionais nos próximos anos. Justamente daí a necessidade urgente de exercermos o tal do raciocínio crítico e aprimorarmos a busca pelo autoconhecimento – de modo a nos prepararmos. 

Embora possa parecer assustador pensar que muitas funções serão substituídas por robôs, acredito que há sempre um lado positivo em qualquer situação. Pois bem, aqui, creio que a melhor parte é justamente esta: o futuro é de inúmeras possibilidades. Não seremos mais restritos a um único cargo como “definição de quem somos”.

Vou dar meu exemplo pessoal: sou formada em jornalismo, atuo como produtora de conteúdo e ghost writer. E, no ano que vem, pretendo fazer uma formação e começar a dar aulas de Yoga! Não sei mais me definir por uma profissão específica. Sou um verdadeiro emaranhado de todas essas coisinhas.

O que quero dizer com isso é que, se tivermos a mente flexível, poderemos nos adaptar a todo e qualquer cenário. E eis que surge a verdadeira liberdade de sermos plurais, multifacetados e, quem sabe, até mais tranquilos e felizes do que hoje. 

Curtiu a reflexão? Já leu algum dos livros? Me conta aqui nos comentários que eu vou adorar saber!!

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Por que o autoconhecimento deve ser nossa prioridade pessoal e profissional?

homem olhando para vidro

Um dos meus maiores desafios existenciais é buscar viver de forma consciente e focada no autoconhecimento. Constantemente, me questiono sobre tudo o que faço, reflito sobre o porquê faço e como faço. Tenho uma vozinha interna que sempre diz: “sem isso, você é só uma marionete do sistema”.

Pois bem, na semana passada, após acompanhar a entrevista do brilhante professor israelense Yuval Harari no Roda Vida (vou deixar o vídeo completo no fim do artigo), o sentimento se intensificou ainda mais. Ele é um daqueles seres humanos que me parece capaz de prever os rumos da humanidade.

Um dos pontos que mais me chamou atenção na entrevista foi sua abordagem em relação ao autoconhecimento. Na visão dele, meditar, silenciar e exercer um olhar contemplativo em relação a nós mesmos nunca foi tão relevante para a saúde física e mental.

Concordo plenamente e vou explicar o porquê. Topa aprofundar?

Autoconhecimento na Era Digital

Harari disserta muito sobre o impacto da tecnologia em nossa realidade. Na obra 21 Lições para o Século 21, ele já havia alertado: corremos um sério risco de que, em breve, as máquinas saibam mais sobre nós do que nós mesmos.

Pode parecer algo bobo e inofensivo, mas é assustadoramente real. O avanço tecnológico é, inquestionavelmente, benéfico em inúmeros sentidos. Só que ele parece afastar o ser humano ainda mais de si próprio. É fácil se distrair e nunca olhar para si com tanto conteúdo à disposição.

Isso, sem dúvidas, deveria ligar um alerta vermelho dentro de nós. Mas não liga. Porque a tecnologia emergiu justamente em um momento extremo de desconexão interna. Então, nós mal refletimos antes de deixar que os dispositivos entrassem na nossa vida. Simplesmente aderimos, sem pensar nas consequências…

E eu ouso dizer que os resultados estão cada vez mais evidentes. Parecemos cada vez mais zumbis ambulantes com telefones nas mãos. Ao mesmo tempo em que temos quase todas as facilidades ao alcance de um aplicativo, somos uma população cada vez mais deprimida e ansiosa.

E este é o grande risco de não olharmos para nós mesmos: ficamos estancados no mesmo lugar, às vezes presos em trabalhos que não nos satisfazem, com uma sensação de sermos vítimas. Enquanto isso, as máquinas já procuram nos dar tudo de forma pronta, automatizada. Terceirizamos à tecnologia nosso poder de escolha.

Sobre com quem estar, com quem se relacionar, como consumir, o que assistir, como se locomover. Sabe aquela frase do gato da Alice “se você não sabe para onde vai, qualquer caminho serve?”. É isso.

Se não soubermos pelo menos um pouquinho melhor quem somos, simplesmente seguiremos a tecnologia (e os interesses daqueles que a criaram). E podemos acabar mal. 

Isso é tudo, menos viver consciente, concorda?

A ponte entre hiperatividade e passividade

Ainda sobre tecnologias, em outro livro incrível que estou lendo – chamado “Sociedade do Cansaço”, o filósofo Byung-chul Han apresenta um argumento semelhante ao de Harari. Para ele, vivemos em uma sociedade imersa em hiperatividade, com pouco tempo contemplativo à disposição. A tecnologia acelerou tudo. 

Paradoxalmente, essa violência cognitiva tende a nos deixar tão exaustos que ficamos na verdade ativamente passivos – por mais louco que pareça. Mas pense bem: não é exatamente isso que fazemos quando dedicamos horas ao Instagram, Facebook, Netflix (e derivados)? Estamos ali, acordados, consumindo conteúdo…

Mas, em essência, estamos adormecidos. Veja que trecho fantástico:

“A agudização hiperativa da atividade faz com que esta se converta numa hiperpassividade, na qual se dá anuência a todo e qualquer estímulo. Em vez de liberdade, ela acaba gerando novas coerções. É uma ilusão achar que quanto mais ativos nos tornamos, mais livres seremos”.

Basta verificar quantas vezes já nos arrependemos por alguma mensagem no WhatsApp, ou contemplar nossa própria incapacidade de desligar o aplicativo e não responder ao chefe no fim de semana. Somos escravos passivos da hiperatividade.

Autoconhecimento na prática: por onde começar?

Todas essas reflexões sobre tecnologia fazem o cérebro ferver, não é? Em meio a todas elas, precisamos ser realistas: dificilmente poderemos frear essa ascensão digital. Por isso, precisamos ser responsáveis por reservar alguns minutos do dia sagrados a nós mesmos.

Pode ser com uma meditação pela manhã ou à noite, uma aula de Yoga, uma horinha na academia, uma caminhada leve. Ou até regando uma planta. O mais importante é você não se perder de si mesmo(a) em um momento tão crítico na história. 

Abaixo, a entrevista completa do Harari. Imperdível. E o próprio medita duas horas todos os dias, a título de curiosidade. 

Gostou do texto? Tem suas próprias opiniões sobre o assunto? Compartilhe aqui que eu vou adorar ler e responder para aprofundar a discussão!

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“Coringa” me fez sentir compaixão pelos desafios que enfrentamos em uma sociedade doentia

joaquin phoenix em frente ao espelho

*Aviso: contém muitos SPOILERS!

Foto: Reprodução/Site A Crítica

Vamos lá: eu não fui ver “Coringa” no cinema com o intuito de escrever um texto aqui. A verdade é que eu achei o longa simplesmente tão agoniante que senti necessidade de elaborar algo através das palavras. Só para exorcizar um pouco do mal-estar que experimentei me contorcendo na cadeira do cinema.

Se você ainda não assistiu, portanto, meu primeiro alerta é: vá bem preparado(a) para duas horas de ininterrupta agonia cena após cena. Joaquin Phoenix passa, literalmente, o filme inteiro apanhando. E não só no sentido literal, mas também psicológico, claro. 

Os trejeitos ansiolíticos do ator – cuja interpretação é realmente digna do Oscar – a forma como ele traga o cigarro como quem parece incapaz de engolir a vida, a magreza insalubre, o olhar incompreendido. Tudo isso já promove um desconforto extremo.

Mesmo em se tratando de um psicopata (seus atos são injustificáveis, claro), ainda assim qualquer espectador com o mínimo de empatia sente-se mal por ele. Mas a atmosfera pesada, em minha opinião, não é ocasionada apenas pela trajetória do protagonista.

O grande trunfo do filme é mostrar que, quando uma sociedade é doentia e gananciosa, o sofrimento afeta todos os seus cidadãos – ricos, classe média, pobres. Todos.

Topa aprofundar o raciocínio?

Em Coringa, todo mundo está enfrentando uma batalha

Ao rememorar algumas cenas do longa, hoje percebo que o sentimento despertado em mim foi o de compaixão. Por exemplo: quando Arthur dialoga com sua terapeuta, esta parece desinteressada e distante. E, ao fim, anuncia que a prefeitura vai cortar os serviços de atendimento público na área da saúde mental. Ou seja: ele ficará sem seus remédios. 

Parece fácil culpá-la, mas a verdade é que ela também é peça do sistema. O que poderia fazer? Nesse ponto, já é válido questionar: se ele tivesse continuado com os remédios, será que tragédias subsequentes poderiam ter sido evitadas? 

Corta para a cena em que ele comete seu primeiro ato de violência. No metrô, três homens de perfil classe média (subindo na “escada social”), bêbados, tentam estuprar uma menina. 

Mais uma vez, enxerguei ali cinco vítimas: os meninos entorpecidos pelo álcool (provavelmente cheios de problemas do trabalho na cabeça); a personagem que, se não fosse a intervenção do “palhaço”, provavelmente seria violentada e teria um trauma para lidar pelo resto da vida e, claro, o próprio Coringa, que ganha mais alguns hematomas.

Já o gran finale é a cena em que Gotham implode em uma confusão anarquista e vemos como os pais de Bruce Wayne são assassinados. Na saída de um elegante teatro, uma pessoa qualquer aponta a arma para o casal e diz “você vai pagar, Wayne” (ou algo do tipo).

A cena termina com a mesma passagem que vemos nos filmes do Batman. A criança ali desamparada, órfã, passando pelo trauma de ver pai e mãe assassinados em sua frente. Na verdade, trata-se de mais uma vítima do sistema. 

Onde quero chegar? Bem, Coringa é uma crítica social que, embora forçada em alguns pontos para “reforçar a mensagem” que deseja transmitir, é extremamente necessária. Por coincidência, até no momento vivido pelo Brasil. 

Será que com a estrutura de país que temos e os índices cada vez mais elevados de desigualdade, seria prudente as pessoas andarem armadas? Eu creio fortemente que não. 

E reforço: não se trata de uma posição partidária. É só observar a violência das pessoas no trânsito. Em um sistema violento, onde todos ocupam eventualmente o papel de vítimas dele, a violência gera mais violência.

E será que ser gentil em uma sociedade carrasca vale a pena?

É impossível também ver o filme sem pensar: “por que todas as pessoas são tão cruéis com o personagem o tempo todo?”. Bem, é o que o sistema faz. Quando todos estão lidando com as suas merdas (desculpa o palavrão), como partes intrínsecas de uma sociedade doente, parece que ninguém se preocupa em ser gentil. Seria pedir demais.

Você certamente já enfrentou – ou enfrenta – situações em que as pessoas são maldosas. No transporte público, no trabalho, na faculdade. Só que, muitas vezes, temos que pensar que elas são assim porque também alguém lhes tratou da mesma forma. É um ciclo de violência contínuo. É o modo sobrevivência. Matar ou morrer.

Só que é triste ter que viver em um mundo assim, não é? Eu gosto de uma dessas frases de internet que diz assim: “seja gentil com todos que encontrar, você nunca sabe o que aquela pessoa está enfrentando”. Imagina se as pessoas colocassem isso em prática?

Não sei dizer quantas vezes já ouvi que, no mundo capitalista, se você for “bonzinho demais vai se ferrar”. Bem, ser gentil não é o mesmo que ser conivente com maus-tratos. Saber dizer não e ter amor-próprio é fundamental.

Em outras palavras, sim, é preciso estar atento, para que as pessoas não lhe passem a perna. Mas também não precisamos sempre desconfiar de tudo e todos, nos tornarmos amargos, sarcásticos e maldosos.

Eu escolho tentar ser gentil todos os dias e, depois desse filme, vou tentar ainda mais. Porque se queremos menos violência e mais amor – em todas as esferas sociais – precisamos começar com nossas atitudes em relação aos outros. É o primeiro passo.

Não importa em que degrau do sistema você está hoje. Se não contribuir para torná-lo um pouco menos cruel, injusto, desigual e violento, um dia a violência também chegará em você. De alguma forma.

Vamos ser mais gentis uns com os outros?

Gostou da reflexão? Já viu o filme e teve algum insight? Compartilhe nos comentários!

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Abstract: devaneios sobre como arte e design transformam o mundo

corpo humano

Em nosso mundinho de dualidades, comumente a arte e qualquer outro tipo de atividade mais voltada ao abstrato parecem desconexas do contexto pragmático do mercado de trabalho. Talvez por isso acompanhar a série Abstract (disponível na Netflix – a 2ª temporada acabou de chegar!) esteja sendo uma experiência tão maravilhosa para mim.

Abstract é uma série sobre pessoas que reinventaram conceitos de design, arquitetura e engenharia. Mais que isso. É uma produção que aborda a genialidade dos que ousam perceber o mundo sob um olhar diferente e, a partir daí, propõem novas soluções aos problemas que a humanidade enfrenta.

Para mim, parece uma forma de respiro em meio a enxurradas de notícias tristes e problemáticas que vemos todos os dias no Brasil. Me faz crer que, com ideias criativas, podemos solucionar velhos e novos desafios. Traz esperança, essencialmente.

Por isso, neste artigo quero falar um pouco sobre alguns aprendizados, insights e devaneios que tive ao acompanhar os episódios. Topa?

Onde a arte encontra “a vida real”?

Pelos mais diferentes locais de trabalho pelos quais passei, percebi um padrão que se repete: no dia a dia das organizações, o foco dos gestores e colaboradores muitas vezes é lidar com urgências. Há pouco espaço disponível para focar em novas soluções e propor ideias ousadas, o que acaba por fazer muitos problemas se acumularem mais e mais.

Mas é precisamente quando alguém ousa romper essa barreira do óbvio a partir de um olhar artístico e questionador que grandes revoluções acontecem. Só para citar um exemplo batido, porém que não deixa de ser revelador e todos nós conhecemos. Steve Jobs

Não só ele reinventou o design dos aparelhos. Ele revolucionou a forma como usamos o smartphone. E onde isso nos levou? A novas soluções em mobilidade urbana (Uber, bikes e patinetes nas cidades), formas de pedir comida, uso de mapas e por aí vai. 

A questão aqui é que o abstrato pode ganhar aplicabilidades reais imensuráveis. Acho que nem as mentes mais geniais que criam essas soluções conseguem dimensionar seu real impacto. Portanto, arte e o abstrato podem levar a caminhos que geram, sim, lucros e novas oportunidades para corporações – de forma cada vez mais sustentável, assim espero. 

Um dos episódios de Abstract que mais me marcou foi o de Neri Oxman. Basicamente, ela inventou uma nova profissão baseada na construção de materiais bioarquitetônicos. Hoje, no MIT, trabalha em um departamento com enfoque justamente nisto: criar soluções mais sustentáveis para construção e repensar o design e a manufatura de processos que degradam o meio-ambiente.

Não é incrível?

O futuro é abstrato. Quem vai criá-lo somos nós.

Ao acompanhar os episódios de Abstract, percebi um denominador comum entre diversos artistas e profissionais retratados nos episódios: com base em suas paixões, muitos deles verdadeiramente criaram novas ocupações. Talvez, com a tecnologia, aquela velha ideia de “viver da nossa arte” já não precise estar mais tão distante.

Mais do que isso: talvez seja justamente essa a sacada para empresas, colaboradores e empreendedores do futuro. As soluções de que o mundo necessita não cabem mais em profissões que seguem uma linha padrão. De acordo com dados reportados pela BBC, até 2030 mais de 800 milhões de empregos serão extintos pela automação.

Então, talvez agora seja o momento crucial de olharmos para nós mesmos, para aquela chama criativa que sempre esteve ali, e pensar: como eu posso rentabilizar meus talentos e propor novas soluções ao mundo (seja empreendendo ou dentro da empresa onde atuo?). As oportunidades nunca foram tão amplas. 

Recentemente, li um livro do filósofo Mario Sergio Cortella chamado “Por Que Fazemos o Que Fazemos”. Ele traz a ideia de que o trabalho que exercemos ajuda a nos construir como pessoas, assim como nós podemos criar um senso de contribuição a partir do que fazemos. Por mais clichê que pareça, isso nos traz aquela ideia de propósito

E o propósito está intrinsecamente associado ao nosso ímpeto de viver, propor novos caminhos diante dos desafios que enfrentamos, na esfera individual e coletiva. A motivação nasce com o propósito. Cada um de nós deve ter coragem para moldar e descobrir o seu, ampliando seus horizontes.

Já que o texto falou tanto sobre arte, vou encerrar com uma frase citada por Cortella e, de acordo com ele, proferida originalmente por Michelangelo:

Todo pintor pinta a si mesmo.

Basta coragem para pensar além das caixinhas. 

E aí, curtiu as dicas? Se você também acompanha a série, deixa um comentário aqui para eu saber e me conta qual episódio é seu favorito. 🙂

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5 livros sobre comportamento humano essenciais para a sua carreira

foto de um cérebro de brinquedo

Ultimamente, tenho lido muitos livros sobre comportamento humano, pois é algo que me fascina. Antes de optar pela faculdade de jornalismo, pensei em seguir o caminho da Psicologia. Hoje, trabalho com Marketing de Conteúdo/Neuromarketing e, de certa forma, essa área também engloba um extenso estudo acerca do Homo Sapiens.

Só que não escrevo hoje para falar sobre Marketing, em si. Decidi publicar este artigo porque penso que compreender como opera o cérebro e a fisiologia de um ser humano é indispensável em absolutamente qualquer carreira. Por quê? Porque, de uma forma ou de outra, você sempre vai ter de lidar com clientes/pessoas.

Ao compreender como funciona seu cérebro e seu organismo – bem como os das pessoas que o cercam -, portas incríveis podem se abrir a você. Pelo menos, comigo foi assim. Vou explicar melhor…

Por que você deveria aprender sobre comportamento humano?

Entender sobre pessoas – e, no processo, sobre você mesmo também – é um ingrediente básico de qualquer carreira de sucesso. Tudo começa na humildade de admitir: você é, em essência, um animal racional, mas com medos e instintos bastante primitivos. Embora tenhamos evoluído, nossa base biológica ainda é a mesma de nossos antecessores.

Ao partir de tal preceito, você vai entender que, para manter bons relacionamentos no trabalho e com seus clientes, é necessário entender um pouco melhor como o cérebro opera. E mais: como os indivíduos (nós) nos organizamos em sociedade de modo a atender nossas necessidades mais primitivas.

No fundo, o que nossos hormônios/instintos querem? Amor, conexão, apreciação, satisfação, senso de pertencimento. Compreender isso é essencial à sua carreira. Sim: a boa e velha empatia não é uma fraqueza, mas sim uma força no mercado de trabalho. Ao compreender a raiz das dores que qualquer ser humano enfrenta, você pode oferecer verdadeiras soluções e gerar um networking efetivo e verdadeiro.

Em outras palavras, isso não só vai fazer você vender mais, mas também vai solidificar as relações de confiança e companheirismo com seus colegas de trabalho, colaboradores ou clientes. Não sou apenas eu, Rafaela, quem está falando isso. Aprendi com os livros.

E, caso você queira aprofundar ainda mais o raciocínio que propus aqui, abaixo vou listar alguns dos que foram imprescindíveis no meu processo. 

5 livros sobre comportamento humano essenciais em qualquer profissão

Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas, de Daniel Carnegie

Em “Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas”, Daniel Carnegie resume alguns preceitos indispensáveis para lidarmos melhor com colegas de trabalho e clientes. São “regrinhas” que podem fazer toda a diferença e abrir portas na carreira. Algumas delas são:

  • Antes de criticar alguém, sempre fazer uma apreciação sincera;
  • Elogiar sempre que possível o trabalho/empenho de outra pessoa;
  • Buscar compreender a situação sob a perspectiva do outro;
  • Falar menos, ouvir mais;
  • Fazer perguntas ao invés de dar ordens diretas;

Uma obra indispensável, ainda mais em tempos tão líquidos.

Sapiens: Uma Breve História da Humanidade, de Yuval Harari

Sapiens: Uma Breve História da Humanidade” foi, literalmente, um livro que mudou minha vida. Apesar de um pouco difícil de ler no começo, ele torna-se incrível quando você começa a compreender que, de fato, seres humanos são essencialmente animais pensantes. E que é preciso levar isso em conta na sua carreira!

Você quer produzir mais e melhor, por exemplo? Não entupa seu cérebro de açúcar, por mais difícil que possa ser. Está estressado no trabalho? Não force a barra. Pratique Yoga ou outra atividade física e libere serotonina e endorfina no seu sistema. Em resumo: os aprendizados do livro valem para você lidar melhor consigo mesmo e com os outros.

A Lógica do Consumo, de Harper Collins

Se você trabalha com vendas, recomendo fortemente o livro “A Lógica do Consumo”. Ele fala sobre como entender o cérebro humano pode ajudar você a efetuar melhores estratégias de Marketing, considerando questões como o “efeito manada” e o conceito de escassez, do qual o cérebro tem pavor.

Observação: apenas, por favor, não use esses conhecimentos para “passar a perna” em ninguém. Use-os para ser mais estratégico ao estruturar o lançamento ou distribuição de um produto, por exemplo, mas de forma honesta. Não perca sua credibilidade fazendo uma “oferta inédita de 1 dia” quando, na verdade, ela vai durar mais. Uma hora as pessoas descobrem. Não faça isso. Sério.

Foco, de Daniel Goleman

Daniel Goleman é um dos estudiosos do comportamento humano mais admiráveis da atualidade. Sua obra é tão atual quanto necessária em uma sociedade tomada por dispositivos móveis. Em “Foco: a Atenção e seu Papel Fundamental para o Sucesso”, ele explica como funciona o mecanismo da atenção e como podemos fortalecer nossa capacidade de ficarmos centrados em uma atividade por vez.

Indo ainda mais além, o livro expõe como desenvolvermos e equilibrarmos três tipos diferentes de foco: o foco interno (em nosso corpo e estado de espírito); o foco no outro (no seu colega de trabalho ou nas pessoas próximas de você) e o foco externo (no que acontece no país, na sociedade e no mundo). Leitura imperdível. 

Supercérebro, de Deepak Chopra

Por fim, um livro sobre comportamento humano, mas também associado à espiritualidade. Em “Supercérebro”, Deepak Chopra fala sobre as estruturas cerebrais e como gatilhos de medo e ansiedade são disparados e produzem hormônios prejudiciais à saúde, quando liberados em excesso.

Ou seja: fala sobre o que acontece com o cérebro e o estado de espírito das pessoas quando elas vivem sob constante “ameaça” no trabalho. O legal desta obra é que ela aborda também sobre a meditação e a conservação de pensamentos positivos como ferramentas capazes de modificar esse cenário.

Em outros termos, apresenta ferramentas para que você domine sua mente/cérebro/pensamentos na maior parte do tempo  – e não o oposto.

E aí, curtiu as dicas? Eu espero realmente que elas possam ajudar você na sua trajetória pessoal/profissional. Se for o caso, deixa um comentário aqui para eu saber!

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O novo filme do Tarantino satiriza carreiras. Eu torci para os hippies.

atores do filme era uma vez em hollywood

Acordei hoje com o estômago um pouco estranho. Não sei se quero mais ver filmes do Tarantino. Mas, também, o que eu esperava? “Era Uma Vez em Hollywood” é mais uma mistura de humor ácido, sátira social e, claro, aquela dose de violência escancarada que o diretor adora.

Vamos ao contexto. O filme, que traz atores e atrizes maravilhosos(as) no elenco – desde Leo DiCaprio, Brad Pitt e Margot Robbie – até outras figurinhas surpreendentes que aparecem em uma cena ou outra (como Dakota Fanning, Damian Lewis e outras carinhas que você certamente vai conhecer) – se passa ao fim da década de 60, em uma Hollywood de tempos estranhos.

Filmes de faroeste em decadência. Vietnã. Hippies na rua. E toda trama gira em torno desse contexto. Ela acompanha a vida de Rick Dalton e seu dublê Cliff Booth – a dupla DiCaprio e Pitt, respectivamente – que basicamente vivem o típico clichê de LA: mansões, bebidas, filmes, fama.

Margot Robbie, se você me perguntar, é o contraponto irônico de feminismo (de forma subjetiva, claro) no longa. Uma atriz que se delicia em simplesmente ir ao cinema assistir aquela cena em que ela apareceu como coadjuvante por dois segundos e depois retornar ao lar, junto de seu marido, outro ator famoso. Mulheres em segundo plano, nada de novidades. 

Mas, voltando ao foco: em termos cinematográficos, não me julgo competente o suficiente para analisar a nova obra do diretor. Só que em termos de narrativa ela escancara, mais uma vez, o tanto que há por trás da imagem de uma “carreira bem sucedida”.

Vou explicar melhor.

O que acontece nos bastidores das “carreiras”?

Frente ao medo de ser esquecido, o personagem do (mais uma vez, brilhante) DiCaprio dá algumas surtadas cômicas em vários trechos do filme. Fala sozinho. Bebe de manhã, de tarde e à noite. Até chorar ele chora. Ser esquecido, para ele, é a possibilidade mais assustadora.

Confessa aí: não parece a gente às vezes?

Ele vive uma vida de excessos e, essencialmente, de medo. Me fez repensar mais uma vez sobre como nosso trabalho molda nossa vida. Faz parte de quem a gente é. Sabe aquela história de separar vida pessoal da profissional? Não existe! Você é uma única pessoa. Como vai dissociar uma coisa da outra? Me parece impossível.

DiCaprio, no filme, é uma versão mais ampliada do que eu, você e provavelmente todos nós aqui já fomos um dia. Obcecados pela carreira. Pela ideia de deixar uma marca. De sermos os melhores, mais ricos, mais bem-sucedidos. Você já teve essa egotrip? Eu já.

E aí entram os hippies.

A contracultura sem final feliz 

Como você pode imaginar, os personagens hippies simbolizam na trama de Tarantino exatamente o oposto de tudo que Pitt e DiCaprio são. O que eles querem é apenas ficar à toa, transar, viver livres, usar drogas e toda essa “parada hippie” que você já ouviu falar em algum momento.

Por conta de algumas reviravoltas de roteiro, porém, no fim os hippies decidem que querem vingança. Vingança dos astros Hollywoodianos que, através de seus filmes violentos, propagam a violência e a matança. Se você pensou: “isso só pode dar merda”, acertou. Principalmente em um filme do Tarantino. 

Eu não vou dar spoilers do fim, claro. Mas você pode imaginar quem se deu bem e quem não se deu na história, né? Buenas, de todo modo, a trama me deixou uma lição. Como venho refletindo há algum tempo, a resposta está no caminho do meio.

Nem Hollywoodianos demais, nem hippies demais. Precisamos de uma vida com mais equilíbrio. Nos relacionamentos, no trabalho, em tudo. O caminho do meio sempre é mais sábio.

Já assistiu ao filme? Me conta aqui o que achou e se teve outros insights!

Pelo que vale a pena lutar?

foto de aaron swartz

Ando em uma fase de questionar absolutamente tudo. Por que as coisas são como são? Por que trabalhamos? Por que comemos o que comemos? Por que compramos casas? Por que queremos dinheiro? Por que tivemos de ir à escola? O que a escola fez da gente? O que a sociedade faz da gente?

Sim, às vezes viver dentro da minha cabeça pode ser meio enlouquecedor. Mas, ao mesmo tempo, questionar tudo isso tem aberto caminhos muito libertadores. Ao buscar as respostas para tais perguntas, me deparei com algumas figuras inspiradoras.

Figuras, estas, que também tiveram seus questionamentos e ousaram quebrar paradigmas já pré-estabelecidos.

Vamos a alguns exemplos.

Pelo que eles lutaram?

Recentemente, ao revisitar um livro de colunas da maravilhosa jornalista Eliane Brum – “A Menina Quebrada” – rememorei a história de Aaron Swartz. Ele foi o que eu chamaria de “ativista digital”. Acreditava que todos os documentos que, por lei, são de acesso público deveriam estar disponíveis na internet.

Tentou disponibilizá-los ao mundo e, frente a uma ameaça de mais três décadas na prisão, suicidou-se. Ele tinha 26 anos. 

Também há pouco tempo assisti no Youtube a uma entrevista da ativista Luisa Mell. Vou disponibilizá-la aqui abaixo. Me emocionei. Aliás, me emociono. Ela fala com paixão da causa pelos animais. Da política suja por trás da indústria da carne. E da crueldade humana. Dedica absolutamente toda sua vida a isso. 

É duro, mas ela luta. E faz a diferença. Aliás, Luisa foi uma de minhas inspirações para adotar, de vez, o veganismo como estilo de vida.

Há menos de um mês, me aventurei também lendo a biografia de Malala Yousafzai: “Eu Sou Malala”. Sim – a ativista paquistanesa que, em 2014, ganhou o Nobel da Paz. Foi a mais jovem pessoa na história a receber essa condecoração. 

Como não se inspirar com a vida de uma menina que, mesmo diante de ameaças de morte, recusou a calar-se? Sua causa era muito clara. Sua missão, irrevogável: defender o direito de todas as mulheres no mundo à educação. Juro que chego a me arrepiar. 

E o mais louco é que todas essas pessoas são simplesmente….pessoas. Como eu e você. Se elas podem mudar o mundo, por que não nós? Por que não eu ou você?

Escrevo essas palavras com cautela, pois não quero dar uma pegada coaching a este texto. Mas a grande verdade é que vida realmente só tem sentido quando contribuímos e alinhamos nossas ações aos valores nos quais acreditamos. Quando colocamos nossos talentos à disposição de causas que defendemos.

No livro “Desperte seu Gigante Interior”, Anthony Robbins (há de se admirar esse cara, por mais louco que seja), escreve:

“Se queremos o nível mais profundo de realização na vida, só podemos alcançá-lo de um modo: decidindo o que mais prezamos, quais são nossos valores superiores e, depois nos empenhando em viver por eles (…) Todos nós respeitamos pessoas que defendem aquilo em que acreditam, mesmo que não concordemos com suas ideias sobre o que é certo ou errado. Há poder em indivíduos que levam suas vidas congruentes, em que suas filosofias e ações são a mesma coisa”.

Escolha suas lutas. Com sabedoria

Os exemplos que acabei de apresentar são de pessoas “grandes”, com extrema visibilidade. Mas eles são ilustrativos. A grande verdade é que não precisamos ser “famosos” ou ter um número grande de seguidores para lutar pelo que acreditamos. Aí está a crença que, muitas vezes, nos impede de agir. 

Comumente, acreditamos que defender causas é somente algo que um ativista, ou Gandhi ou uma Madre Teresa de Calcutá faria.  Mas a realidade é que você pode mudar o mundo diariamente. E mais – pode alinhar esse propósito até mesmo com o seu trabalho

Eu, por exemplo, fui trabalhar na Like Marketing por acreditar nos VALORES que seus clientes propagam: mais saúde e qualidade de vida à população, uma medicina preventiva, mais natural, mais humanizada. Hoje, sinto que prestar serviço a essas pessoas é, de certa forma, contribuir para um mundo melhor. 

Todos os dias, sinto que estou oferecendo algo de bom às pessoas, de alguma forma. Penso que faço alguma diferença no mundo, por menor que seja. Isso dá sentido à minha vida. Me preenche. Me faz ter vontade de trabalhar. Parece blablabla motivacional, mas juro que não é.

A grandiosidade está também nas pequenas ações. Lute pelo que você acredita nas coisas mais simples. Comece pela sua alimentação. Ou quem sabe experimente praticar a não-violência nas suas atitudes cotidianas. Falamos tanto dos políticos. De direita e de esquerda. Mas e as nossas atitudes?

Bem recentemente, em uma discussão política no WhatsApp, soltei uma frase sem querer que acabou até virando citação no Instagram da Rejane Toigo: “as pessoas não escutam nada que a gente fala. Elas podem apenas se inspirar no que a gente faz”. 

Se você está em um trabalho que não está alinhado com seus valores, procure mudar. Ou, pelo menos, traçar um plano de ação para transformar essa realidade. É muito desperdício deixar seus talentos correrem pelo ralo por algo em que você não acredita.

Aja. Descubra pelo que VOCÊ entende que vale a pena lutar. E lute. 

*Observação: os links dos livros mencionados neste texto fazem parte do Programa de Afiliados da Amazon. Ao comprar por eles, você ajuda a rentabilizar meu trabalho. <3