Meu ego estava me matando. A estrada ajudou a me salvar.

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Eu só precisava ser livre

Quando tatuei a palavra “free” (“livre”), na lateral do meu pulso direito no ano de 2018, ainda nem tinha dimensão de como seu significado se desdobraria na minha vida. Sempre desejei ser livre. Isso é um fato incontestável sobre mim. Na época, porém, era muito mais sobre o trabalho.

Marquei isso na pele porque finalmente sentia que estava na direção do meu sonho de vida: dentro de alguns meses, pediria demissão da CLT e me tornaria a empresária autônoma que sempre tinha desejado ser. O mais empolgante de tudo? Começaria meu projeto de ser nômade digital.

O engraçado é que, naquele ponto, eu já me sentia até bem “satisfeita” com a minha vida. Trabalhava 6h em uma agência de Marketing Digital (curtia mesmo o que eu fazia), tinha ótimos clientes também como freelancer e, no fim do mês, uma soma “boa” de salário – considerando a realidade do Brasil.

Aparentemente, tudo perfeito, né? O que nem percebia com tanta clareza na época é que essa rotina tinha um custo emocional grande. Quando me dei conta, já não tomava mais café da manhã, malhava 6x por semana (para aliviar uma ansiedade oculta) e comecei a ter algumas questões de saúde, como alterações menstruais.

Aliás: se você for mulher, fique atenta. Alterações no seu ciclo podem ser fortes indícios de desequilíbrios. Resumo da ópera: cheguei a pesar 56kg para meus 1,68m de altura. Mas, para mim – e para a sociedade – estava tudo bem. Afinal, eu era magra, produtiva e ainda “bem sucedida”, não é?

Estava apenas dando tudo de mim para ser aquilo que as pessoas esperam de uma mulher: perfeita. E aí começou o nomadismo. Ele seria o ápice da realização do meu ego. 

A agonia do ego ao sair da bolha

Mas, ao contrário da glamourização que aparece em alguns perfis de redes sociais, descobri que viajar e trabalhar na verdade pode ser um enorme golpe ao nosso “falso eu” nos bastidores. Por quê? Porque você começa a perceber que, aí fora no mundo, você não tem tanta importância quanto na sua família ou no seu trabalho “fixo”.

Você realmente percebe que é ignorante. Que sabe, de fato, MUITO pouco sobre outras culturas, idiomas, formas de vida. É como ser criança novamente. Aliás, em uma das minhas andanças no ano passado, me deparei com uma frase de Pablo Neruda em uma livraria, que dizia assim:

“Algum dia, em qualquer parte, em qualquer lugar, indefectivelmente encontrarás a ti mesmo. E essa, só essa, pode ser a mais feliz ou a mais amarga de tuas horas.”

Esses dias chegaram para mim com o trabalho remoto e o nomadismo. Comecei a me ver obrigada a olhar de frente para aquele meu ego que insistia em me definir exclusivamente pelo meu sucesso profissional, minha aparência ou minha conta bancária. Na estrada, há coisas maiores em jogo. Você tem que se virar.

Vai ficar em um Airbnb ou na casa de alguém? Terá que aprender a limpar, dormir em outra cama, lavar louça, limpar banheiro. Só isso já traz uma dimensão mais apurada da realidade. A importância do trabalho dos outros que, quando estamos presos somente em nosso mundinho, muitas vezes não reparamos.

A verdadeira libertação

Ontem, assistindo um filme do Gandhi, algo me inspirou a escrever este texto. Em uma determinada cena, ele pede que sua mulher limpe uma latrina. A princípio, ela se recusa – depois cede. 

A essência do gesto era demonstrar justamente isto: não nos definimos exclusivamente pelas funções que executamos, mas pelas pessoas que somos. E nosso ego detesta isso, porque ele adora se apegar em personagens. Ama se sentir importante.

Embora não seja profissional da saúde mental, acredito que não é por acaso o sofrimento de muitas pessoas trabalhando em casa devido ao Coronavírus. O ego sente essa porrada. Pode acontecer de você perceber que não é o rei ou a rainha do pedaço que era lá no escritório. Mas, acredite: sentir isso é parte de um processo de cura.

A frase de Neruda, em minha concepção, diz respeito a essa percepção. Dissolver o ego para, então, olharmos de frente para nós mesmos de novo. Esse é o verdadeiro encontro com a essência. Assustador, a princípio, mas libertador em seguida.

Hoje, a palavra “free” no meu braço tem um sentido diferente. Não almejo necessariamente uma liberdade geográfica (embora isso ainda seja importante para mim). Quero, na verdade, me libertar cada vez mais desse ego que me aprisiona. Posso fazer isso viajando, ou dentro de casa, refletindo, lendo, escrevendo, meditando.

O processo é longo, não acontece de um dia para o outro. Mas tenho certeza, cada vez mais, de que esse é o caminho para uma vida mais plena.

Se você é nômade, me conta se passou por algum processo semelhante? Ou, se está na carreira corporativa, compartilha se em algum momento seu ego já começou a te consumir por inteiro e como você lida com isso? Adoraria saber!




Nomadismo digital x rotina: como equilibrar essa equação?

peão equilibrando no chão

“Seja constante e metódico em sua vida, para que possa ser violento e original em seu trabalho” – Gustave Flaubert. Essa frase, retirada do maravilhoso livro “Roube Como um Artista”, pode até soar um pouquinho assustadora para nômades/aspirantes ao nomadismo digital.

Afinal, a graça do trabalho remoto não é justamente ter flexibilidade de horários e poder viver mais “livremente”, sem uma rotina fixa? Com certeza. Acontece que liberdade sem comprometimento – e um pouquinho de organização – acaba, paradoxalmente, virando uma prisão.

A resposta, como na maioria das vezes, está no equilíbrio. Por isso, neste artigo quero compartilhar com você alguns insights e técnicas para balancear o lifestyle nômade com a estabilidade de uma rotina. 

Vamos lá? 🙂

Uma breve contextualização: a importância da rotina (no nomadismo e na vida, em geral)

Antes de compartilhar com você um pouquinho do meu processo, gostaria de fazer uma provocação: já parou para refletir sobre para que serve uma rotina? Basicamente, a resposta é que o nosso cérebro precisa disso para não pirar completamente.

Quando você começar a viajar mais, vai perceber o quanto pequenas coisinhas rotineiras realmente fazem falta. Por exemplo: abrir o chuveiro sem ter que pensar como fazer isso, identificar rapidamente onde estão as louças em uma cozinha e, até mesmo, ter certeza sobre o caminho que irá percorrer até o trabalho todos os dias.

Conforme explica o jornalista Charles Duhigg no também brilhante livro “O Poder do Hábito”, a rotina e os hábitos fornecem um “descanso ao cérebro”, pois ter que parar para pensar sobre todos esses detalhes, de fato, demanda um gasto de energia mental enorme.

É igual quando você aprende a dirigir. No começo, fica tenso e precisa prestar atenção em cada movimento que está fazendo. Depois, você sabe a “rotina” que precisa seguir (colocar o cinto, ligar o carro, acertar a marcha). Tudo vira fácil e automático…Mas é aí que também mora o perigo!

Conforme mencionei em um artigo recente, acredito que viajar e trabalhar é algo capaz de nos tornar melhores pessoas e profissionais, justamente por nos obrigar a sair desse automatismo. Nos faz ficar mais atentos ao nosso redor novamente, prestar atenção no mundo e nas pessoas.

Só que sempre é válido lembrar: nomadismo não é turismo. Você vai viajar E trabalhar. Então, terá que lidar com clientes e responsabilidades – o que reforça a importância de um senso de rotina. Sem ela, fica muito fácil se perder, protelar trabalho, deixar de cumprir prazos. O que pode comprometer sua saúde física, mental e financeira.

Particularmente, penso que existe muito vazio em uma vida “estruturada” demais, mas acredito que uma vida muito desregrada também esconde um imenso vazio. Então, onde fica o caminho do meio?

Como eu equilibrei o nomadismo com a rotina

Sempre brinco que sou uma “nômade Nutella”. A verdade é que eu estou mais para uma “freelancer que trabalha em home office/cafés e viaja uma vez a cada um ou dois meses, mas ainda tem uma casa”. Mas aí está o ponto: esse foi o estilo de nomadismo que escolhi, justamente por perceber que, para mim, ter uma rotina é importante.

Quando estou “em casa”, tenho uma estrutura bem fixa: acordo por volta das 7h30, pratico Yoga, faço meu café, passeio com minha cadelinha. Trabalho online até por volta das 18h/19h e depois me desconecto. O que muda, então?

Bem, eu usufruo da minha flexibilidade me permitindo algumas concessões. Por exemplo: às vezes saio para um almoço ou café mais demorado com amigos, marco uma massagem, ou encaro um pedal no meio da semana – e acabo trabalhando menos horas. Para compensar, trabalho no sábado ou domingo (o que, para mim, não é problema).

Mas e nas viagens? O meu grande “truque”, quando não estou em casa, é tentar levar um pouco da minha rotina comigo. Procuro acordar no mesmo horário e sempre levo meu tapetinho de yoga, assim não “sofro” toda vez que saio até me adaptar. O que muda um pouco é o cenário

Por exemplo: se estou em uma cidade com praia, procuro levar meu tapetinho e fazer yoga em frente ao mar, caso o tempo esteja favorável. Seria um desperdício não aproveitar a beleza do local, certo? Assim, curto o destino e, de certa forma, não deixo de ter um senso de rotina. 

Isso é o que tem funcionado para mim. Mas, para você, pode ser diferente. E isso é o mais legal! Esse é um estilo de vida realmente novo e creio que nós vamos descobrir ao longo do caminho a melhor forma de vivê-lo com equilíbrio e saúde.

Então, se você é nômade e tem encontrado outras formas de equilibrar rotina e viagens, me conta aqui nos comentários? Eu vou amar saber! 🙂

E, se você sonha em aderir o trabalho remoto, aproveita e baixa meu E-BOOK GRATUITO com dicas práticas e sugestões de livros. 




Quantos voos você já evitou pelo simples medo de cair?

placa escrito "foda-se o medo"

Eu sei que você tem medo. Também tenho. Mas se tem algo que eu descobri nos últimos meses é que ficar amedrontada(o) representa uma das piores formas de permanecer estagnado na vida e, pouco a pouco, se deparar com um vazio existencial incômodo.

Em resumo: o medo é uma das maiores gaiolas emocionais que existem. Por mais que isso soe um pouco como teoria da conspiração, a verdade é que a sociedade tende a se aproveitar disso para que você se torne cada vez mais dependente do consumo, do materialismo, de uma vida repleta de coisas, mas vazia de significado.

Topa aprofundar um pouco mais?

Neste artigo, quero compartilhar alguns insights da minha jornada na esperança de, quem sabe, incentivar você a ter mais clareza sobre decisões que, eventualmente, venha adiando por conta dessa emoção primitiva

A essência do medo e o caminho para superá-lo

Se temos medo é porque, de alguma forma, esse instinto foi necessário para nossa evolução como espécie até o presente momento. Aí é que está o grande “x” da questão: não é desnecessário sentir temor, pois trata-se de um mecanismo de autoproteção.

O que você não pode é deixar isso dominar a sua vida. A sociedade capitalista é perita em usar o medo (de não ser suficiente, aceito pelo grupo, de ficar doente ou desamparado) para que você consuma cada vez mais, compre planos de saúde cada vez mais caros e permaneça, muitas vezes, em um emprego/uma rotina de que não gosta para pagar por tudo isso…

Vou falar bem a real: eu já estudei muito sobre Marketing e Neuromarketing e quero que você saiba…as pessoas que vendem qualquer coisa a você sabem exatamente que medo, ansiedade, desejo de pertencimento e insegurança são ótimos gatilhos para lhe convencer a abrir a carteira.

Principalmente trabalhando com essa parte do nosso cérebro que ainda é completamente primitiva e dominada por instintos desprovidos da razão. Ela é capaz de nos colocar nas piores armadilhas. Sabe por quê?

Porque a realidade é que não importa o que você faça, quantos seguros tenha ou muros construa, você não pode evitar o seguinte: o acaso sempre vai agir. Amanhã você pode simplesmente tropeçar, cair no chão, bater a cabeça e morrer na hora. Sei que é um exemplo dramático e que estatisticamente isso é pouco provável.

Mas pode acontecer. Você só pode comprar segurança até um certo ponto. Na verdade, todos estamos sempre vulneráveis às forças maiores da Natureza, superiores a nós seres humanos (que, como gosto de dizer, não passamos de poeirinha cósmica). 

Porque vale a pena driblar o medo e voar, ainda que você caia

No decorrer da minha jornada de transição da CLT para o trabalho remoto e a vida nômade, já enfrentei – e ainda enfrento, claro – muitos medos diferentes. O primeiro e mais óbvio deles é: “e se um dia faltarem dinheiro e clientes?” Que depois venho acompanhado de “E se eu for para algum país ou cidade sozinha e algo acontecer comigo?”

Foi diante de questionamentos como esses que comecei a me aprofundar mais em leituras de autoconhecimento e espiritualidade. E foi assim que comecei a compreender que a pior sensação é ficar preso nesse medo do “E SE…”. 

Quanto mais acumulamos para nos sentirmos seguros, mais inseguros ficamos. Como escrevi em uma coluna para o Be Freela, muitas vezes o excesso de posses, segurança e dinheiro guardado só nos torna mais medrosos e ansiosos, pois nos sentimos responsáveis por manter tudo isso. 

E, bem…se eu não tivesse superado o medo de escrever meus artigos, viver experiências nômades, expor minha vulnerabilidade e até abrir mão de ganhar dinheiro com alguns clientes para escrever textos assinados por mim mesma, você não estaria lendo essas palavras agora.

Sabe o que mais? Nem eu sei onde tudo isso vai dar! Eu ainda tenho medo. Só que cada vez mais percebo que, no decorrer dessa jornada, eu já caí várias vezes, de fato. Acontece que quando a gente voa e cai, acaba dando um jeito de se levantar.

 E, assim, aprende e melhora no próximo voo. 

É como diz aquela frase de cardzinho do Pinterest:

“What if I fall? Oh, my darling, but what if you fly?” 

“Mas e se eu cair? Ah, minha querida, mas e se você voar?”

Se este texto te trouxe insights para tomar uma decisão importante e deixar um pouquinho do medo de lado, me conta aqui depois? Eu vou amar saber e ler o feedback. 






Lidere pela sua forma de viver a vida (resenha do filme Dois Papas)

Quando a tela do cinema escurece, os créditos sobem e todos batem palmas, toma conta da atmosfera um sentimento de unanimidade: o filme realmente é uma obra de arte. Foi o que aconteceu depois que assisti ao novo longa dirigido por Fernando Meirelles: “Dois Papas” que, embora já esteja na Netflix, também é exibido em algumas telonas do país.

Misto de orgulho pela genialidade do diretor brasileiro que nos representará no Oscar (como é bom ter um motivo positivo para nos orgulharmos como nação, ainda mais através da arte/cinema!); com diversos insights sobre autoconhecimento, liderança, superação. É isso que um filme incrível faz conosco: faz PENSAR.

Meu objetivo, quando fui ao cinema, não era escrever nada posteriormente. Porém, mais uma vez, saí inspirada para compartilhar alguns insights. 

Topa aprofundar?

Antes, um breve resumo sobre “Dois Papas”…

“Dois Papas” é um filme sobre poder e como símbolos e figuras são capazes de moldar o inconsciente coletivo de pessoas – e, no caso da Igreja Católica – de nações em âmbito global. Apesar da narrativa central tensa, porém, o roteiro abre espaço para diversas tiradas cômicas e sarcásticas – seja através de recortes fotográficos ou da trilha sonora.

Se você ainda não viu o trailer, vou deixar aqui embaixo.

A história prende a atenção do início ao fim. Como outros longas baseados na vida real, faz lembrar de nossa própria história quando os fatos ali descritos se desenrolam. Onde estávamos durante a febre do “Habemus Papa”, ou mesmo na fatídica Copa de 2014, naquele tenebroso 7×1…

Em paralelo, embora traga sim um viés crítico a hipocrisias da Igreja Católica, Meirelles se propõe a ir além. O enfoque central da trama são os Papas. Ou melhor – os seres humanos por trás de dois Papas, seus temores, conflitos internos, dimensões pessoais. Em um dos diálogos entre o Papa Bento XVI e Jorge Mario Bergoglio, o primeiro enfatiza:

“A sua própria maneira de viver a vida já parece ser uma crítica à Igreja”. Isso porque o popular atual Papa argentino optou por renunciar a determinados luxos e preferia estar pregando em comunidades mais pobres. Em essência, ela era em microescala o que hoje é para o mundo…

Coerência entre discurso e ação é o que molda um líder

Com isso, me veio um insight poderosíssimo acerca das verdadeiras lideranças. Um líder de verdade é aquele que é exemplo pela ação – e não pelo discurso. Ele inspira por ser exatamente quem é. Liderança não é só sobre “skills”. É sobre viver de acordo com sua verdade.

Hoje são vendidos cursos, workshops, treinamentos sobre liderança. E tudo bem, eles podem agregar. Mas nada disso adianta se você não coloca em prática. Você pode fazer também um curso de “Marketing de Gentileza”, por exemplo, mas você já experimentou…ser genuinamente gentil também?

O líder que ganha respeito é aquele coerente, que alinha discurso e prática. Sem isso, torna-se incapaz de exercer qualquer efeito realmente potente sobre os outros. E mais! A “falsa liderança” não se sustenta. O discurso motivacional perde efeito se o líder também não coloca a mão na massa.

A Igreja, de alguma forma, entendeu que precisava de alguém mais popular no poder – principalmente frente aos escândalos de abusos divulgados pela mídia. Mas esse não era o perfil do Papa que acabou por renunciar (e não que isso fosse bom ou ruim), mas ter de exercê-lo, para ele, simplesmente tornou-se impossível.

Você só consegue usar uma máscara por um tempo limitado.

Todos os dias, seja a mudança que você quer ver

Apenas para concluir, outra grande revelação que o filme me trouxe foi a seguinte: todos os dias, as decisões mais importantes do mundo são tomadas por pessoas. De carne e osso, como você e eu. Pessoas que têm valores, medos, fragilidades e conflitos internos.

As decisões que tomamos podem não reger o mundo inteiro, mas regem o “nosso mundo”, “nossos relacionamentos”, “nosso trabalho”. Então, vale a mesma máxima sobre liderança. Você não precisa ser líder de uma empresa para ser exemplo.

Leve a lógica para sua esfera pessoal, para qualquer situação. Que tipo de acontecimento você gostaria de mudar na sua vida? Você costuma reclamar que as pessoas são muito irritadas, mal-educadas? Então, comece você sendo bem educado. Reclama das grosserias no trânsito? Seja você bem educado no trânsito.

É assim que você pode mudar o mundo, com suas ações. Ninguém se inspira no que você fala, as pessoas podem se inspirar no que você FAZ.

Só para resumir, vou terminar com Gandhi:

“Seja a mudança que você quer ver no mundo”.

Curtiu os insights? Já assistiu ao filme? Concorda com minhas percepções? Me conta aqui nos comentários que vou amar saber. 🙂

Recomendo ainda esta entrevista do Fernando Meirelles no programa Provoca do Youtube, com o sempre brilhante @MarceloTas. Aqui ele compartilha um pouquinho dos bastidores…

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Como você preenche sua sensação de vazio?

balões no ar

Imagino que, em algum momento de sua vida, você já tenha se flagrado com um determinado sentimento que eu chamaria de sensação de vazio existencial. Naturalmente, comigo também aconteceu. Descreveria a sensação como um paradoxo entre parecer que está tudo certo e, ao mesmo tempo, tudo errado.

É como uma coceirinha que faz você se perguntar: por quê? Mas é um porquê incômodo. Você acha bobo olhar para ele, sente que é piração da sua cabeça e decide ignorar. É aí que começa o verdadeiro problema. Ignorar o vazio existencial, logo quando ele aparece, gera um buraco de vazio existencial cada vez mais fundo.

Não sou nenhuma guru, mas falo por experiência própria: é preciso encarar esse vazio de frente, com coragem, se você quiser diminuir tal sensação em sua vida. 

Topa aprofundar a reflexão? Então, vou abrir meu coração aqui e compartilhar um pouquinho de como foi meu processo

Identificando os amortecedores por trás do vazio existencial

Há mais ou menos um ano, eu acreditava que tinha minha vida completamente sob controle (risos, muitos risos). Tinha um emprego legal, ia à academia 7 vezes por semana, ganhava um salário “ok”, mas que já me permitia realizar vários sonhos. Conquistei, até certo ponto, aquele tal de American Dream.

Só que aí…boom! Vazio. Volta e meia vinha aquela coceirinha e, mesmo fazendo terapia, tive vários insights sem nunca chegar à sua real causa. Nas sessões, a principal pauta era: trabalho. Trabalho, trabalho, trabalho. Até que, posteriormente, participei de um grupo de Coaching e tive mais clareza sobre o que acontecia na minha vida:

O trabalho era o centro de tudo. Era minha fuga do vazio. Que só gerava mais vazio.

O vazio ia e vinha porque, toda vez que eu tentava olhar para ele, o trabalho se tornava a pauta central novamente e várias outras coisinhas iam rolando para baixo do tapete. E hoje, justamente por amar tanto o que faço, AINDA preciso ter cuidado para não me tornar uma workaholic doida perigosamente próxima de um burnout.

Depois de mergulhar mais fundo na jornada do autoconhecimento, percebi que o trabalho é o meu amortecedor (talvez o seu também) – mas ele não é o único que existe. Há quem opte por um drink todos os dias, outras pessoas encontram esse conforto na comida, outras em festas, outras nas drogas e até no excesso de atividade física.

O primeiro passo para recuperar o equilíbrio é identificar esse amortecedor e começar a administrá-lo para, então, investigar a real causa do por trás dele. 

Como lidar com a sensação de vazio sem se machucar?

A vida às vezes parece muito dura e, sem os nossos amortecedores favoritos, encarar de frente o vazio realmente é assustador. Mas ao topar fazer essa jornada dentro de si mesmo, a recompensa do outro lado é incrivelmente linda e difícil de se transcrever em palavras. Sabe por quê?

Porque você vai descobrir que o vazio é seu amigo. Quando ele aparecer, você não vai mais ter tanto medo – vai encará-lo como uma oportunidade de rever o rumo do seu trabalho, dos seus relacionamentos, das suas escolhas de vida. Vai parar de olhar tanto para fora e começar a olhar para dentro.

E vou avisar: coisas muito loucas vão acontecer a partir daí

O mais louco de tudo? Você vai ansiar por espaços vazios na sua rotina. Momentos de contemplação, mais meditativos, com menos barulho e  compromissos. Vai descobrir a essência do minimalismo, perceber que se pode viver de forma mais leve, simples, fluida. Vai se sentir mais conectado à Natureza e sua beleza e aos outros seres humanos.

Claro que o processo não acontece do dia para a noite. Há altos e baixos. Mas, se eu puder dar um conselho, é: insira a meditação, a Yoga e a leitura de livros sobre autoconhecimento na sua rotina. São as formas mais simples de começar a contemplar o espaço vazio com menos temor e mais confiança.

Olhe para o vazio para construir uma vida mais feliz e com mais significado. Como escreve o mestre Yogananda, um dos meus atores favoritos quando o tema é espiritualidade:

“Os raios jubilosos da alma podem ser percebidos quando você interioriza sua atenção. Não procure a felicidade unicamente em roupas bonitas, pratos deliciosos e outras amenidades (os tais amortecedores que eu mencionei!). Eles aprisionarão sua alegria por trás das grades da exterioridade).

Faça as pazes consigo mesmo, olhe mais para dentro, evite ceder aos seus amortecedores. Ao elevar a sua consciência, aos pouquinhos você vai descobrir que a felicidade não é utopia.

Curtiu o texto? Me deixa saber aqui nos comentários!!

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5 livros sobre sociedade para você repensar seu trabalho – e sua vida – em 2020

menina com livros e café

O clima de fim de ano já tomou conta da atmosfera, não é? 2020 se aproxima e parece que estamos, oficialmente, vivendo no futuro. Em menos de uma década, segundo projeções do Laboratório de Aprendizado de Máquina em Finanças e Organizações da Universidade de Brasília (UnB), metade dos empregos que existem hoje serão substituídos por robôs e pela automação.

Você já parou para refletir sobre isso em profundidade? Basicamente, significa que todos seremos afetados em algum nível, independentemente de que posição ocupamos (seja como colaboradores(as), microempreendedores(as) ou empresários(as)/gerentes de uma organização). O mundo está se transformando bem diante dos nossos olhos.

E precisamos estar preparados. Por isso, neste artigo, decidi compartilhar minhas dicas de 5 livros com reflexões pertinentes sobre a sociedade para que possamos direcionar melhor nossas ações em 2020 e no futuro, de modo geral – a nível pessoal e profissional.

Espero que possam ser úteis em sua jornada. 🙂

5 livros sobre sociedade para você repensar vida e carreira

Já abriu o Google Keep aí? Espie, abaixo, minhas 5 sugestões de obras para você ler, refletir e planejar seu 2020:

1.Sociedade do Cansaço

Já reparou que todo mundo parece estar mais cansado desde que os smartphones entram em nossas vidas? Esses pequenos dispositivos – muitas vezes geradores de ansiedade – nos colocam em uma frequência aceleradíssima. Parece que tentamos “competir” com a velocidade da tecnologia. E sempre perdemos.

É esse o tema do livro “Sociedade do Cansaço”, do filósofo alemão Byung-chul Han. Ele apresenta uma leitura da vida moderna como permeada por uma violência neuronal, com excesso de informação e zero espaço à contemplação. O volume de dados, para muitos, é de fato enlouquecedor.

Aqui, a reflexão é: se a tecnologia vai substituir muitas de nossas funções de qualquer modo, não seria melhor usarmos um tempinho para meditar, desacelerar e, quem sabe, tomar decisões mais sábias sobre nossas vidas e carreiras? Ir na contramão da manada pode ser fonte de extrema sabedoria. 

Quem sabe desacelerar um pouco não possa ser também uma meta para o seu 2020?

2. Qual é a Tua Obra?

Sou fã assumida do Cortella e creio já ter indicado o livro “Qual é a Tua Obra?” em outro artigo. Mas vale a pena indicar novamente, pois se encaixa muito bem no contexto aqui. Por quê? Porque nele o filósofo explica que, ao trabalharmos, não apenas “fazemos o trabalho”. O trabalho também “nos faz!”. Ele é parte de quem somos.

Ou seja, com tantas transformações pautadas pela tecnologia, teremos que trabalhar muito nossa resiliência profissional e nossa humildade. Quem achar que já sabe tudo está, literalmente, ferrado. Um conselho para 2020? Apaixone-se por aprender!

Prender-se a um ego muito inflado jamais foi tão perigoso.

3. Homo Deus

Harari é outro dos meus autores favoritos. Em “Homo Deus”, ele teoriza sobre como a transformação digital poderá gerar ainda mais desigualdade entre diferentes pessoas e países. Quem tiver acesso no futuro às melhores tecnologias por meio do poder aquisitivo (principalmente na área da saúde, terá vantagem BIOLÓGICA sobre os outros). Bizarro, não?

A obra me instigou a pensar, cada vez mais, sobre a importância de lutarmos contra a desigualdade, dar voz às minorias e pensar em como poderemos criar modelos sociais mais colaborativos. Afinal, não é segredo: desigualdade gera violência. E o mundo, definitivamente, precisa é de mais amor. 

4. Supercérebro

Doenças neurodegenerativas são assustadoras, não é? E, talvez justamente pela violência neuronal mencionada na obra de Byung-chul Han, os casos dessas patologias estão aumentando. A boa notícia é que, na contramão, a medicina está comprovando que o código genético não é o fator principal de influência sobre nossa saúde.

É isto mesmo: a ciência moderna demonstra que os seus hábitos de vida são tão relevantes para a sua saúde quanto seu DNA. O livro “Supercérebro”, do Deepak Chopra, fala justamente sobre isto: como os cuidados com sua alimentação e seus pensamentos podem influenciar sua rotina, melhorar sua produtividade e ajudar a evitar doenças.

Pessoalmente, acredito que investir na saúde é o melhor investimento que qualquer um pode fazer – até porque, sem ela, não realizamos nada. Neste artigo, indico 5 livros sobre o tema que ajudaram a transformar minha vida e minha carreira também. 

5. Nômade Digital: um Guia para Você Viver e Trabalhar Onde e Como Quiser

Também já recomendei anteriormente aqui o livro “Nômade Digital: um Guia para Você Viver e Trabalhar Onde e Como Quiser”, mas vale a pena mencionar mais uma vez! Você já parou para refletir sobre o fato de que, atualmente, com um computador e acesso à internet você pode trabalhar praticamente de qualquer lugar do mundo? As barreiras geográficas estão desaparecendo. 

E, quando o assunto é nomadismo digital – o lifestyle que envolve viajar E trabalhar -, a maior referência para mim é o Matheus de Souza. Ele já carimbou o passaporte em diversos países e traz dicas incríveis sobre como conciliar a estrada e a carreira.

Se você sonha em fazer seus próprios horários e trabalhar de onde quiser, a obra dele apresenta dicas preciosíssimas para chegar lá. Eu mesma me inspirei e escrevi um E-BOOK gratuito sobre trabalho remoto com um compilado de dicas minhas e insights que vieram também com o livro.

Aproveite para fazer a leitura e incluir nos planos para 2020 a possibilidade de trabalhar onde e como quiser, caso seja o seu sonho. 

Insights sobre o lado positivo da disrupção digital na sociedade do futuro

Em resumo, só para finalizar, penso ser incontestável que as transformações digitais vão balançar muitas estruturas sociais e profissionais nos próximos anos. Justamente daí a necessidade urgente de exercermos o tal do raciocínio crítico e aprimorarmos a busca pelo autoconhecimento – de modo a nos prepararmos. 

Embora possa parecer assustador pensar que muitas funções serão substituídas por robôs, acredito que há sempre um lado positivo em qualquer situação. Pois bem, aqui, creio que a melhor parte é justamente esta: o futuro é de inúmeras possibilidades. Não seremos mais restritos a um único cargo como “definição de quem somos”.

Vou dar meu exemplo pessoal: sou formada em jornalismo, atuo como produtora de conteúdo e ghost writer. E, no ano que vem, pretendo fazer uma formação e começar a dar aulas de Yoga! Não sei mais me definir por uma profissão específica. Sou um verdadeiro emaranhado de todas essas coisinhas.

O que quero dizer com isso é que, se tivermos a mente flexível, poderemos nos adaptar a todo e qualquer cenário. E eis que surge a verdadeira liberdade de sermos plurais, multifacetados e, quem sabe, até mais tranquilos e felizes do que hoje. 

Curtiu a reflexão? Já leu algum dos livros? Me conta aqui nos comentários que eu vou adorar saber!!

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Observação: os livros indicados neste post contêm meus links de afiliada da Amazon. Ao comprar através deles, você ajuda a rentabilizar meu trabalho para que eu possa seguir escrevendo esses textos. Obrigada!

Por que os valores pessoais são essenciais na carreira de freelancer?

pedras

Você sabe quais são seus valores pessoais predominantes? Pode soar como um questionamento provocativo, mas ele é extremamente relevante – pode acreditar. Principalmente se você atua como produtor de conteúdo freelancer e exerce trabalho remoto na área do Marketing Digital (ou qualquer outra).

Talvez (assim como eu até bem pouco tempo), você nunca tenha parado para refletir sobre o fato de que , como “autônomo”, você também é como uma empresa. Na realidade, de forma bem pragmática, além de ser um prestador de serviços, você é sua própria empresa

Precisa gerenciar seu fluxo de trabalho, demandas, caixa, burocracia. É fácil se perder no meio disso tudo, não é? Sei bem. Mas é aí que os seus valores pessoais vão ser de extrema ajuda! Vou explicar o porquê

Topa aprofundar a reflexão?

O que são valores pessoais e por que são relevantes?

Valores pessoais são um conjunto de princípios que regem basicamente todas as ações em nossa vida (de forma consciente ou não). Eles são os pilares principais por trás das decisões que tomamos ou deixamos de tomar, pela forma como agimos em relação a outras pessoas e a nós mesmos.

Em corporações maiores, muitas vezes os valores e a missão são expostos ao grande público e disseminados também internamente. Por quê? Porque, a cada decisão tomada, os princípios éticos ali descritos devem ser respeitados (nem sempre isso ocorre, mas em um mundo ideal, assim deveria ser).

Sem valores bem definidos, em minha visão, uma empresa pode ficar perdida. Isso porque, sem um propósito e princípios norteadores, eventualmente todos os seres humanos (a base da organização) ficam sem direção – você já deve ter percebido isso em alguns momentos de crise existencial. Precisamos saber o que nos move.

No caso de um profissional freelancer, então, a confusão pode ser ainda maior. Afinal, trabalho e vida pessoal invariavelmente se misturam. Depois que você não precisa mais “bater ponto”, é só você com você mesmo. E, sem um bom alinhamento interno de valores, é muito fácil surtar e se perder.

Mas, então, como definir esses preceitos que vão guiar nosso trabalho – principalmente considerando que na carreira de freelancer eles vão se misturar à essência pessoal?

Abaixo, vou compartilhar um pouquinho de como construí – e identifiquei – meus valores em meio à minha rotina de trabalho.

Como definir seus valores pessoais?

Uma das melhores formas de descobrir os valores que vão nortear o seu trabalho é refletindo sobre aquilo que incomoda você. É isto mesmo: geralmente, aquilo que mais nos incomoda no mundo tem relação com o fato de ser contrário aos nossos valores.

Por exemplo: como jornalista, eu nunca consegui entender muito bem como produtores de conteúdo podem escrever textos mal embasados, sem dados de fontes de credibilidade – ou PIOR – copiarem conteúdos de outros produtores. Bingo! Descobri um dos meus primeiros valores: ÉTICA.

E decidi que a ética não seria norteadora apenas na produção do conteúdo, mas também em relação à cobrança de jobs e à relação com meus clientes, sempre feita com abertura ao diálogo. Isso me auxiliou em diversos momentos e trouxe credibilidade ao meu trabalho.

Outro ponto que sempre me incomodou: ter que fazer algo correndo, executar trabalhos sem qualidade. Eis que identifiquei meu segundo valor: QUALIDADE (em relação à entrega dos meus trabalhos e à qualidade da minha vida). Como sempre digo, prefiro ter menos clientes e ter tempo na rotina para praticar Yoga e meditar.

No fim das contas, isso também favorece o meu trabalho. Por fim, em meio a diversas transformações pelas quais passei na minha carreira, percebi que o que sempre me deu motivação no trabalho é o senso de CONTRIBUIÇÃO. Esse é o terceiro valor que escolhi.

Quando sinto que estou executando meu trabalho apenas por dinheiro e não tenho a sensação de estar contribuindo de alguma forma para tornar o mundo e a vida das pessoas melhor, tudo perde o sentido. Por isso, também procuro ter e manter clientes que estão alinhados à minha visão de mundo. 

Bem, isso é o que funciona para mim. Também procuro trazer valores como AMOR, CRIATIVIDADE e EVOLUÇÃO PESSOAL como norteadores, sempre. No entanto, é interessante lembrar que valores pessoais não são imutáveis. Como seres humanos, nós evoluímos no decorrer de nossa jornada (que bom, não é?) e nossos valores podem evoluir conosco.

O mais importante? Encontrar e manter, pelo máximo de tempo possível, essa paz de espírito proveniente do alinhamento dos seus valores com a rotina de trabalho e jobs. 

E você, já tinha parado para refletir sobre os seus valores? Me conta aqui nos comentários!!

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Por que o autoconhecimento deve ser nossa prioridade pessoal e profissional?

homem olhando para vidro

Um dos meus maiores desafios existenciais é buscar viver de forma consciente e focada no autoconhecimento. Constantemente, me questiono sobre tudo o que faço, reflito sobre o porquê faço e como faço. Tenho uma vozinha interna que sempre diz: “sem isso, você é só uma marionete do sistema”.

Pois bem, na semana passada, após acompanhar a entrevista do brilhante professor israelense Yuval Harari no Roda Vida (vou deixar o vídeo completo no fim do artigo), o sentimento se intensificou ainda mais. Ele é um daqueles seres humanos que me parece capaz de prever os rumos da humanidade.

Um dos pontos que mais me chamou atenção na entrevista foi sua abordagem em relação ao autoconhecimento. Na visão dele, meditar, silenciar e exercer um olhar contemplativo em relação a nós mesmos nunca foi tão relevante para a saúde física e mental.

Concordo plenamente e vou explicar o porquê. Topa aprofundar?

Autoconhecimento na Era Digital

Harari disserta muito sobre o impacto da tecnologia em nossa realidade. Na obra 21 Lições para o Século 21, ele já havia alertado: corremos um sério risco de que, em breve, as máquinas saibam mais sobre nós do que nós mesmos.

Pode parecer algo bobo e inofensivo, mas é assustadoramente real. O avanço tecnológico é, inquestionavelmente, benéfico em inúmeros sentidos. Só que ele parece afastar o ser humano ainda mais de si próprio. É fácil se distrair e nunca olhar para si com tanto conteúdo à disposição.

Isso, sem dúvidas, deveria ligar um alerta vermelho dentro de nós. Mas não liga. Porque a tecnologia emergiu justamente em um momento extremo de desconexão interna. Então, nós mal refletimos antes de deixar que os dispositivos entrassem na nossa vida. Simplesmente aderimos, sem pensar nas consequências…

E eu ouso dizer que os resultados estão cada vez mais evidentes. Parecemos cada vez mais zumbis ambulantes com telefones nas mãos. Ao mesmo tempo em que temos quase todas as facilidades ao alcance de um aplicativo, somos uma população cada vez mais deprimida e ansiosa.

E este é o grande risco de não olharmos para nós mesmos: ficamos estancados no mesmo lugar, às vezes presos em trabalhos que não nos satisfazem, com uma sensação de sermos vítimas. Enquanto isso, as máquinas já procuram nos dar tudo de forma pronta, automatizada. Terceirizamos à tecnologia nosso poder de escolha.

Sobre com quem estar, com quem se relacionar, como consumir, o que assistir, como se locomover. Sabe aquela frase do gato da Alice “se você não sabe para onde vai, qualquer caminho serve?”. É isso.

Se não soubermos pelo menos um pouquinho melhor quem somos, simplesmente seguiremos a tecnologia (e os interesses daqueles que a criaram). E podemos acabar mal. 

Isso é tudo, menos viver consciente, concorda?

A ponte entre hiperatividade e passividade

Ainda sobre tecnologias, em outro livro incrível que estou lendo – chamado “Sociedade do Cansaço”, o filósofo Byung-chul Han apresenta um argumento semelhante ao de Harari. Para ele, vivemos em uma sociedade imersa em hiperatividade, com pouco tempo contemplativo à disposição. A tecnologia acelerou tudo. 

Paradoxalmente, essa violência cognitiva tende a nos deixar tão exaustos que ficamos na verdade ativamente passivos – por mais louco que pareça. Mas pense bem: não é exatamente isso que fazemos quando dedicamos horas ao Instagram, Facebook, Netflix (e derivados)? Estamos ali, acordados, consumindo conteúdo…

Mas, em essência, estamos adormecidos. Veja que trecho fantástico:

“A agudização hiperativa da atividade faz com que esta se converta numa hiperpassividade, na qual se dá anuência a todo e qualquer estímulo. Em vez de liberdade, ela acaba gerando novas coerções. É uma ilusão achar que quanto mais ativos nos tornamos, mais livres seremos”.

Basta verificar quantas vezes já nos arrependemos por alguma mensagem no WhatsApp, ou contemplar nossa própria incapacidade de desligar o aplicativo e não responder ao chefe no fim de semana. Somos escravos passivos da hiperatividade.

Autoconhecimento na prática: por onde começar?

Todas essas reflexões sobre tecnologia fazem o cérebro ferver, não é? Em meio a todas elas, precisamos ser realistas: dificilmente poderemos frear essa ascensão digital. Por isso, precisamos ser responsáveis por reservar alguns minutos do dia sagrados a nós mesmos.

Pode ser com uma meditação pela manhã ou à noite, uma aula de Yoga, uma horinha na academia, uma caminhada leve. Ou até regando uma planta. O mais importante é você não se perder de si mesmo(a) em um momento tão crítico na história. 

Abaixo, a entrevista completa do Harari. Imperdível. E o próprio medita duas horas todos os dias, a título de curiosidade. 

Gostou do texto? Tem suas próprias opiniões sobre o assunto? Compartilhe aqui que eu vou adorar ler e responder para aprofundar a discussão!

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Disciplina – com consciência – é libertação no trabalho remoto (e na vida)

menina de frente pro mar meditando

Incrível como a filosofia da Yoga parece trazer respostas para tantos questionamentos internos. Hoje pela manhã, enquanto lia uma coluna da professora Isabela Fortes – na já extinta Revista Yoga Journal – encontrei insights interessantes sobre disciplina. Afinal, será que ser disciplinado(a) é um fardo ou uma benção?

Para aprofundar a reflexão, vou trazer alguns exemplos. Imagino que, em algum momento, você já tenha se deparado com algum destes dilemas:

Faço uma dieta ou chuto o balde? Pego pesado no trabalho ou dou prioridade à saúde? Bebo este drink na quarta-feira ou espero o fim de semana? São questionamentos internos bastante comuns. E todos, de certa maneira, estão associados à disciplina.

Confesso que, pessoalmente, tenho uma tendência a uma disciplina quase exagerada. Sou extremamente regrada com a alimentação, praticamente zerada no álcool e super focada nos meus objetivos. Foi neste ano, quando comecei a trilhar a vida nômade e quebrei um pouco meu senso de rotina, que comecei a refletir

 “Será que vale a pena tanta disciplina? Que tipo de perfeição eu desejo alcançar? Onde eu quero chegar?”

E a resposta veio com os códigos de conduta da Yoga. É preciso praticar a disciplina, sim, mas com amorosidade e ahimsa – o preceito da não-violência. 

Explico melhor…

Onde a disciplina encontra o amor-próprio

Sob a perspectiva da Yoga, a disciplina nos conduz à libertação. Isso porque somos os únicos seres mamíferos capazes de tomar decisões racionais, ou seja, podemos escolher – até certo ponto – todos os dias o que vamos comer, beber, falar, ouvir.

Só que, comumente, cedemos aos nossos instintos mais triviais por falta de amor-próprio. Por exemplo: quando comemos exageradamente e optamos por alimentos que sabemos que vão nos fazer mal, na verdade estamos sendo violentos em relação a nós mesmos.

Achamos que é um alívio, que merecemos esse “carinho”, mas na verdade só estamos nos machucando. O mesmo vale para outros amortecedores – até mesmo o excesso de trabalho e disciplina, quando queremos controlar tudo e acabamos percebendo, invariavelmente, que não temos controle de nada.

É por isso que o equilíbrio é a resposta e, para encontrá-lo, precisamos identificar quando estamos nos machucando. A disciplina é necessária para que possamos criar ordem na nossa vida. Afinal, não há liberdade alguma em não conseguir se controlar nos gastos e estourar o limite do cartão de crédito, ou exagerar em toda refeição, concorda?

Só que não adianta ir para o lado oposto e exagerar na disciplina, ao ponto de se machucar. É preciso se permitir, às vezes, comer aquele prato gostoso, assistir a um episódio extra daquela série na Netflix, dormir um pouquinho mais tarde. Isso é equilibrar o senso de ser disciplinado(a) com um olhar consciente.

Disciplina no trabalho remoto

Se você sonha em trabalhar remoto, lidar com a disciplina será uma questão constante em sua vida. Você terá a tão sonhada liberdade e flexibilidade de horários. Mas, se não souber lidar com isso, pode se descobrir em uma verdadeira prisão mental.

Trabalhar como freelancer exigirá de você identificar o seu ponto de equilíbrio entre ter disciplina na entrega dos seus jobs e, ao mesmo tempo, se permitir desligar por conta própria quando o expediente acaba. Caso contrário, se você tiver tendências workaholics como eu, logo vai se perceber trabalhando ainda mais do que no modelo CLT. 

No E-book gratuito que acabei de lançar, inclusive, falo um pouco mais profundamente sobre como criar um senso rotina é importante e como eu costumo me organizar na minha pauta de trabalho. 

Se você quiser baixar o E-book, basta clicar neste link

Fique atento à sua mente

Para finalizar, gostaria de compartilhar outros insights que a prática de Yoga me trouxe. O principal deles é começar a prestar atenção nos seus padrões de pensamentos. Se, antes de ceder a um hábito nocivo, você conseguir identificar certos gatilhos, acredito que pode realmente observar uma melhora enorme na sua qualidade de vida.

Experimente, por exemplo, fazer uma pausa reflexiva antes de comer algo que você sabe que vai lhe fazer mal. Pergunte-se “por que estou cedendo a esse instinto se eu sei que essa comida vai machucar meu corpo e me fazer sentir mal?”. Ou, antes de protelar no trabalho, questione-se “Será que vale a pena sofrer deixando tudo para última hora?”.

Permaneça vigilante e atento(a). Tudo que você absorve em termos de notícias, sons, palavras, relacionamentos afeta sua vida – dentro e fora do trabalho. Disciplinar seus pensamentos é um caminho que vai lhe permitir descobrir que o mundo não é tão feio quanto às vezes aparenta.

Se você conseguir cultivar essa disciplina consciente, não-violenta – consigo mesmo e com os outros – seus dias vão ficar muito mais coloridos. Não é simples, trata-se de um exercício diário e constante.

Mas eu prometo a você: vale muito a pena.

Curtiu o texto? Me deixa saber! Se você gostou dos insights, comente aqui embaixo…




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5 livros de autoconhecimento que podem transformar sua carreira (e sua vida)

livro sobre a mesa e café

Você sente um vazio que volta e meia bate à porta durante a sua jornada de trabalho? Se a resposta for sim, já estive no seu lugar. Sei como a sensação é incômoda. Mas por mais que possa soar como um clichê motivacional, a verdade é esta: você pode mudar. Na minha experiência, ler livros de autoconhecimento ajudou muito no processo.

Sempre torci o nariz para qualquer tipo de obra focada em autoajuda/autoconhecimento – parece que a categoria, por si só, é depreciativa. Só que, ao deixar o preconceito um pouquinho de lado e me aprofundar em leituras desse tipo, minha vida começou a mudar. Tanto a nível pessoal, quanto profissional. 

É por isso que decidi escrever este texto compartilhando um pouco o meu processo e indicando 5 livros que foram essenciais no start da minha transição de carreira e no meu projeto de virar nômade digital.

Para conferir, siga a leitura até o fim!

Livros de autoconhecimento valem a pena?

Se você estiver aberto a absorver o que eles dizem, sim. Não posso generalizar, claro, mas eu realmente acredito que estamos neste planeta para evoluir e melhorar como seres humanos. E há inúmeras ferramentas válidas nesse caminho – inclusive os livros. 

Pelo menos, na minha visão, o que não faz nenhum sentido é viver uma vida vazia, sem propósito e apenas se queixar. Quando você sente que não há sentido no que faz, penso que é indispensável procurar auxílio. E os livros são uma alternativa acessível e que nos transporta a outras realidades, não é?

Defendo também outras formas de terapia, como conversar com um psicólogo, ou mesmo praticar Yoga. No meu caso, uma coisa puxou a outra. Ler obras focadas em espiritualidade e autoconhecimento me levou a buscar um profissional para abordar minhas dificuldades emocionais e me aprofundar ainda mais em mim mesma.

É aí que a mágica acontece. Porque, se você sente um vazio no trabalho, certamente há uma razão por trás. Você só pode descobrir qual é ela quando conhece a si mesmo(a). Autoconhecimento é o melhor investimento que podemos fazer na vida. Ele nos dá rumo. 

Eu, por exemplo, amo escrever. Só que levei um tempo para entender que isso é o que realmente me realiza – trabalhar com produção de conteúdo. Mais até do que editar textos de outras pessoas. 

Como gosto de escrever, também funciona para mim trabalhar remoto ou em home office. Lugares muito cheios me desconcentram. Sou capaz de produzir mais, melhor e com tranquilidade em casa, com liberdade de horários e menos barulho. Mas talvez esse modelo não funcione para você. 

Em resumo: se autoconhecer é o primeiro passo para identificar se o seu trabalho está alinhado à sua visão de vida, aos seus valores e ao que você gosta. Ter esse conhecimento é libertador, pois pode lhe dar um norte na jornada.

OK. Mas quais foram, então, as leituras fundamentais nesse processo? Abaixo, compartilho cinco delas.

5 livros de autoconhecimento para repensar a vida e a carreira

Já abriu o bloquinho de notas? Confira 5 leituras essenciais no processo de se aprofundar em si mesmo(a) e redirecionar os passos na carreira:

1) Por que fazemos o que fazemos?, de Mário Sergio Cortella

No  provocativo livro “Por que fazemos o que fazemos?”, o filósofo Mário Sergio Cortella nos convida a um mergulho interno no sentido que há por trás de nossas carreiras. Para mim, se enquadra na categoria do autoconhecimento porque instiga a pensar: como o trabalho que eu faço também ME constitui como ser humano? 

O que eu faço que realmente me traz orgulho, senso de realização, ou apenas dinheiro? São questões que você pode aprofundar e, certamente, ter insights preciosos a partir daí. 

2) O Poder do Agora, de Eckhart Tolle

Li as primeiras páginas de “O Poder do Agora” com um olhar extremamente cético. Até que percebi que as palavras do autor faziam muito sentido. Basicamente, trata-se de um livro sobre espiritualidade que nos convida a mergulharmos no que está além da nossa mente, o que mora naquele espaço vazio que encontramos quando meditamos. 

“Se for usada corretamente, a mente é um instrumento magnífico. Entretanto, se a usamos de forma errada, ela se torna destrutiva. Em geral, você não usa sua mente. Ela que usa você”, escreve o autor.

Tolle nos convida a silenciar os pensamentos. Muitas vezes, é nessa nossa essência – que vai além do âmbito racional – que moram todas as respostas que buscamos no trabalho e na vida. 

3) O Caminho da Sabedoria, de Matthieu Ricard, Alexandre Jollien e Christophe André

Em “O Caminho da Sabedoria”, um livro no formato perguntas e respostas, o leitor é instigado a refletir sobre as raízes de diferentes comportamentos e questionamentos pertinentes à sociedade e ao trabalho. Por que sentimos raiva? Por que temos dificuldade de nos expressarmos? Como lidamos com as pessoas?

Uma leitura leve e deliciosa e um convite para olharmos mais para dentro, antes de olhar para fora. 

4) Propósito, de Sri Prem Baba

O conceito de dharma permeia todas as palavras desse pequeno, mas poderoso livrinho, chamado “Propósito”. A palavra em sânscrito nos dá dimensão de que, se estamos aqui, não é por acaso. Mas a jornada consiste justamente em descobrir esse porquê. 

O trabalho, muitas vezes, traz pistas. Quando não estamos em sintonia com nossa missão, sofremos e protelamos nossas atividades. 

Quais são seus talentos? O que faz seu coração vibrar? O que empolga você? São pistas interessantes. 

5) Você Pode Curar sua Vida, de Louise Hay

Eu já indiquei diversas vezes “Você Pode Curar Sua Vida” aqui, mais uma não vai fazer mal. Nessa obra cheia de sensibilidade, Louise Hay fala de amor-próprio e sua importância na carreira e nos relacionamentos. Disserta sobre a importância de nos criticarmos menos, sermos mais gentis em relação a nós mesmos.

Quando nos amamos, as respostas que buscamos para a vida e o trabalho surgem mais facilmente. Com leveza e fluidez. Tenho comprovado na prática.

E aí, curtiu as dicas? Já leu algum desses livros? Comenta aqui e me diz o que achou!!

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