Onde o amor-próprio entra na gestão da carreira?

mulher meditando

Eu sempre acreditei que êxito profissional estava associado ao esforço empenhado em uma determinada função, à capacidade de “entregar mais do que lhe é solicitado” e ao foco em um contínuo processo de aprendizagem. De fato, tais elementos são importantes. Só que apenas eles não bastam.

Neste ano, descobri que um dos aspectos mais imprescindíveis na gestão de carreira e no sucesso pessoal e profissional (leia-se sucesso aqui como: sentir um senso de felicidade e realização) é o amor-próprio. Conforme falei recentemente em outro artigo, percebi que cuidar da minha saúde, física e espiritual deveria ser uma prioridade na minha vida.

Em outras palavras: que me amar, me cuidar e ter tempo para mim e as pessoas que eu amo deve ser inegociável. E também me torna uma profissional melhor, capaz de entregar um serviço de qualidade, cumprir prazos e gerar confiabilidade ao cliente. Por mais paradoxal que pareça, priorizar o meu bem-estar também é bom para quem me paga.

Topa aprofundar a reflexão? 

Amor-próprio é a causa e a solução dos problemas 

Vou confessar: no início de 2019, eu me deparei com aquela sensação de vazio. Eu tinha a “fórmula para ser feliz”: flexibilidade de horários, oportunidade para viajar, e jobs – muitos jobs – em uma agência incrível. Eu amava (ainda amo) o que faço, mas faltava um elemento muito importante nessa equação.

E fui descobrir o que era com um livro incrível chamado “Você Pode Curar Sua Vida”, da norte-americana Louise Hay. Sim, é um livro de espiritualidade, autoconhecimento, autoajuda ou o que você preferir. Mas, por favor, não torça o nariz apenas por isso. Antes, veja que incrível o que ela diz:

“Quando realmente amamos e aprovamos a nós mesmos, tudo na vida funciona. (…) Amar a si mesmo é algo que realiza milagres. Não estou falando de vaidade, arrogância ou convencimento, pois isso não é amor, somente medo. Falo sobre termos um grande respeito por nós mesmos. O que pensamos sobre nós torna-se verdade para nós” – Louise Hay.

Basicamente, a autora demonstra que, muitas vezes, a sensação de vazio que assola nossas vidas e relacionamentos independe do nosso cargo ou salário. Ela tem a ver com o nosso próprio senso de merecimento acerca do lugar que ocupamos. 

E mais: que o lugar que ocupamos é exatamente aquele que aceitamos com base em nosso nível de amor-próprio!

Quanto menos nos amamos, mais caótico é o nosso trabalho e, muitas vezes, menor é o nosso salário. Foi aí que eu percebi: o que faltava era tempo de qualidade para mim, para meditar, nutrir amizades, ler. Eu precisava ME amar o suficiente para trabalhar menos, receber um valor que eu achasse justo por hora de trabalho.

O mais desafiador? Não me culpar por tudo isso. 

Sacrificar a vida pelo trabalho não é virtude. É falta de amor-próprio

Em sintonia com a leitura do livro da Louise, revisitei recentemente outro livro do Nuno Cobra Jr., chamado “O Músculo da Alma: a Chave para a Sabedoria Corporal”. Ele também aborda o fato de o mundo estar de cabeça para baixo. Todos vivem cansados e correndo. Falta amor-próprio, no trabalho e na vida.

Mas por quê? Na visão de Cobra, trata-se do mecanismo publicitário – e eu acrescentaria o tal do Coaching “modo charlatão” – que nos vende o autosacrifício como uma virtude. Com os inputs cerebrais promovidos por esses discursos, você não precisa convencer as pessoas a se amarem menos. É só vender a elas a ideia de que se sacrificar é bonito.

Assim, você sacrifica tudo. E a vida parece virar um campo de batalha, sempre mais difícil. Até você chegar lá e perceber que o sucesso que lhe venderam não é sucesso. É vazio.

Saiba se valorizar. Isso não é feio, nem errado. Se você se capacitou, cobre o preço que acha justo pelo seu serviço. Defina suas prioridades e imponha elas em sua rotina. Para mim, por exemplo, meu horário na Yoga hoje é inegociável. Você vai ver que será até mais respeitado(a) por isso.

Tem uma frase que eu adoro, do filme “As Vantagens de Ser Invisível”, que diz assim: 

A gente aceita o amor que a gente acha que merece.

Vale para para o contexto do trabalho, para os relacionamentos pessoais e para a vida, essencialmente.

Gostou da reflexão? O que você pensa sobre o tema? Vamos aprofundar nos comentários?

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Será que você matou a sua criatividade?

caderno e tintas

Criatividade é o processo de ter ideias que agregam valor”. Ouvi a frase – atribuída a Ken Robinson – , recentemente em uma palestra no Fire Festival, proferida por Fábio Carvalho, Gerente de Inovação na Faber Castell. Ela ecoa em mim desde então em tom provocativo. Será que tenho sido uma profissional criativa?

Aliás, será que todos nós temos sido profissionais capazes de gerar ideias para uma sociedade melhor e mais justa? Infelizmente, creio que a resposta é não. Penso cada vez mais que nossa obsessão por produtividade, materialismo e por entregar tudo mais rápido e acompanhar a velocidade do digital, acaba por blindar nosso potencial criativo. 

Em paralelo, nossa falta de capacidade em propor soluções criativas nos aprisiona em uma sociedade que tende, cada vez mais, a querer nos massificar. A nos enquadrar em caixinhas. É uma observação empírica minha, mas ela também já foi corroborada por alguns estudos.

Vou aprofundar um pouco, ok?

Para onde vai a nossa criatividade?

A verdade é que nós nascemos criativos. Toda criança tem dentro de si um desejo inexplicável de explorar o mundo, descobrir novos horizontes, expandir seu olhar. Mas o que geralmente acontece quando ela questiona o porquê das coisas? A resposta é: “porque é assim que o mundo funciona”. Argh.

Dessa forma, à medida que nos tornamos adultos, deixamos de questionar. E, ao pararmos de questionar, paramos de buscar soluções criativas. A prova disso está nesse gráfico. Ele mostra, em termos percentuais a partir de estudos publicados no livro Breakpoint and Beyond, a queda no potencial criativo que ocorre em nós conforme os anos passam.

Triste, não é? Quanto mais velhos nos tornamos, menos nos arriscamos a buscar novas formas de ver o mundo. E eu entendo: todos temos boletos a pagar, a vida adulta às vezes “engole” a gente mesmo. Só que acho um desperdício simplesmente nos conformarmos com essa realidade.

Deixa eu explicar melhor..

Por que você deve se manter criativo?

Porque o mundo precisa desesperadamente dos criativos. E não falo apenas de uma forma esotérica, mas também corporativa. A verdade é que a disrupção digital transformou completamente as formas de trabalho e nossas relações e, ao que tudo indica, sua velocidade exponencial ainda vai modificar a sociedade de forma cada vez mais rápida.

Como reflexo, as empresas que desejam estar à frente do mercado precisam de profissionais criativos, engajados, dispostos a enxergar além do óbvio. Dispostos a imaginar um futuro diferente. E criá-lo. Quer a prova? De acordo com o Fórum Econômico Mundial, até 2022 as três principais “habilidades do futuro” requeridas de colaboradores vão ser:

  • Pensamento analítico e capacidade de inovação;
  • Capacidade/vontade de aprender;
  • Criatividade, originalidade e iniciativa;

Para você ter uma ideia, há alguns anos ser criativo aparecia lá pela décima na posição das habilidades mais requeridas. A criatividade no novo cenário tornou-se uma habilidade profissional valiosíssima.

Em paralelo, nossa própria sociedade (a nível Brasil e exterior) se encontra diante de tantos conflitos assustadores que penso que a única esperança que temos é conservar nosso potencial criativo e propor novas soluções. O meio-ambiente pede socorro, pois os meios de produção hoje existentes já nos fizeram atingir o déficit ecológico.

Isso sem falar em todas as problemáticas de cunho humanitário que enfrentamos. Os refugiados, a guerra nas favelas, o fato de que a cada dois minutos uma mulher é vítima de violência doméstica neste país. Não podemos simplesmente “aceitar que isso faz parte de como o mundo funciona”.

De forma geral, seja para contribuir com soluções mais criativas para esses problemas, ou simplesmente por uma motivação mais pessoal de ascender na carreira, cultivar seu potencial criativo é absolutamente indispensável no mundo de hoje. O que leva à próxima questão:

Mas e aí, como cultivar a criatividade?

Depois de muito refletir, cheguei à seguinte conclusão: o primeiro passo é você desacelerar um pouco. Sim: se você está no modo “rodinha do hamster”, eu sugiro fortemente que comece a incluir alguns momentos de desconexão e contemplação na sua rotina.

Para ser criativo, seu cérebro precisa estar “limpo”. Como mencionei recentemente em outro artigo que relaciona dicas de saúde com produtividade, você precisa se permitir cuidar de você para ser produtivo e criativo. Desacelerar, meditar, respirar. Só assim você vai conseguir verdadeiramente expandir seu olhar. 

Outra sugestão que venho experimentando na minha rotina: consuma conteúdos que não têm absolutamente nada a ver com sua área de atuação. Ouça um concerto de Beethoven no Spotify. Leia sobre espiritualidade. Vá a um museu. Assista a uma peça de teatro. É assim que sua visão de mundo se expande.

Ser criativo em um mundo que jamais nos estimula a ser/pensar diferente pode ser desafiador. Mas não podemos desistir

Vida longa aos criativos!

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5 livros sobre saúde (sim!) que vão otimizar a sua produtividade

mulher com livros, comida saudável e café

Eu vejo pela internet as estratégias mais mirabolantes de produtividade: desde acordar às 5h da manhã, até a aplicação de métodos elaborados como o Pomodoro. Bem, como uma pessoa que adora se sentir produtiva, confesso que sempre fui atraída por esse tipo de tema. Porém, o que realmente me fez produzir mais e melhor não foi nada disso.

A verdade é que talvez, para algumas pessoas, determinadas técnicas – como pular da cama antes do sol – podem ser efetivas. Só que, de modo geral, a verdade é que produzir bem depende de um fator imutável: sentir-se bem. E isso tem relação direta com o nosso estado de saúde física e mental.

Ser produtivo não é uma constante, mas entender como seu organismo opera e alinhar algumas estratégias para que ele funcione bem é o que realmente faz a diferença no dia a dia. 

Vou aprofundar um pouquinho mais, ok?

Qual é a relação entre saúde e produtividade?

Muitas vezes, deixamos de perceber que nossa saúde é o nosso bem valioso. Quem de nós nunca ficou doente e só então teve clareza de que aquela velha máxima “sem saúde não se faz nada” é assustadoramente verdadeira? Pois é. Saúde e produtividade andam lado a lado.

Ter clareza sobre isso realmente faz a diferença. Uma vez que você entende que o seu cérebro e o seu corpo são seus principais instrumentos para fazer qualquer coisa – independentemente se você trabalha como produtor de conteúdo, vendedor ou engenheiro – fica mais fácil perceber que cuidar de você mesmo é a melhor estratégia para ser produtivo.

Inclusive, acho interessante compartilhar aqui que até mesmo a ciência está descobrindo que tudo aquilo que comemos, por exemplo, influencia no funcionamento do nosso cérebro. Há até mesmo estudos super recentes traçando relações entre a qualidade das bactérias que habitam nosso intestino e nosso estado de humor. Já pensou?

Bem, foi quando eu me dei conta de tudo isso que comecei a fazer leituras sobre o tema saúde de forma recorrente. E aplicar aquilo que li em mim mesma, de fato, mudou minha vida em muitos sentidos. Ganhei clareza mental, mais foco, mais produtividade e, consequentemente, até mais dinheiro.

Por isso, decidi compartilhar aqui 5 leituras sobre saúde que foram essenciais em meu processo. Espie aí embaixo:

5 livros sobre saúde que podem ajudar sua rotina a ser mais produtiva

Amigos da Mente, do Dr. David Perlmutter

Lembra que eu falei sobre a relação entre intestino e cérebro? Pois bem, este livro do Dr. Perlmutter – Amigos da Mente – é inteiramente sobre isso. Ele explica como a microbiota do nosso intestino afeta nosso funcionamento neuronal – e pode até influenciar no desenvolvimento de doenças como Alzheimer e Demência.

Eu sigo na minha alimentação – que hoje é praticamente 100% plant based – muitas das dicas deste livro, que traz um Programa Alimentar de 7 Dias ao final (bem interessante). Posso afirmar com toda a certeza que mudar minha dieta transformou minha produtividade.

Sabe aquela letargia pós-almoço? Por aqui não existe mais.

O Músculo da Alma, de Nuno Cobra Jr.

Amei este livro do Nuno Cobra Jr., pois ele traz uma abordagem da importantíssima tríade Mente-Corpo-Espírito. Em “O Músculo da Alma”, ao mesmo tempo em que o autor fala sobre como a atividade física muda nosso estado mental e nossa produtividade, ele faz uma crítica ao fast-training, ou seja, à prática exagerada de atividades físicas.

O que ele propõe, essencialmente, é um método que mescla atividade física com prazer. A ideia é que o exercício traga leveza e não peso à nossa vida. Uma leitura gostosa e que realmente faz ter vontade de mexer o corpo, liberar endorfinas, ficar mais alegre e produzir mais. 

A Semente da Vitória, de Nuno Cobra

Do pai de Nuno Cobra Jr, Nuno Cobra (muito famoso por ter sido treinador do Senna) traz em “A Semente da Vitória” uma mensagem que considero uma das mais lindas que já li: a de que é possível chegar ao cérebro pelo músculo e ao espírito pelo corpo. Isso fez toda a diferença na minha vida. Comprovei na prática que, de fato, atividades físicas nos transformam.

O livro me motivou a ser mais ativa e, desde que o li, permaneço motivada a praticar exercícios diariamente (seja Yoga, caminhada ou corrida). Nem preciso falar que, quando me sento para trabalhar, estar com a mente “limpa” faz toda a diferença. 

Você tem Fome de Quê?, de Deepak Chopra

Deepak Chopra é um médico que atua na linha preventiva e esse seu livro me fez refletir muito. Em “Você tem Fome de Quê?”, ele nos estimula a pensar sobre a forma como comemos. E, muitas vezes, utilizamos a comida como um gatilho para aliviar ansiedades da mente. 

Mas o que isso tem a ver com produtividade? Bem, quando eu deixei de descontar algumas ansiedades na comida e comecei a eliminar a verdadeira CAUSA da ansiedade, focar no que é importante e ser produtiva ficou muito mais fácil.

Isso sem falar que comer menos nas refeições traz mais facilidade de foco e concentração, pois toda a atividade do corpo não fica centralizada na digestão. Mais uma vez, experimente comer menos na hora do almoço e veja a diferença que isso vai fazer no seu raciocínio!

Você Pode Curar a Sua Vida, de Louise Hay

Deixei este livro por último, pois ele pende mais ao lado da espiritualidade. Mas, como eu creio que mente-corpo-alma estão interligados, decidi compartilhar aqui também. Em “Você Pode Curar Sua Vida”, Louise Hay traz uma série de associações entre manifestações/sintomas do corpo e estados mentais.

Por exemplo: dor de garganta pode simbolizar uma dificuldade de comunicação, enquanto dor nas costas pode ser símbolo de um “peso emocional” carregado sozinho(a) muito grande. É realmente muito interessante. E, por incrível que pareça, eu usei esse conhecimento para ser mais produtiva – e também para identificar quando é hora de parar!

Hoje, ao identificar algum dos sintomas, já paro para prestar atenção no que meu corpo está me dizendo. Uso esse conhecimento corporal para tomar decisões de carreira e para ser mais criativa no meu trabalho e nos meus conteúdos.

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5 livros sobre comportamento humano essenciais para a sua carreira

foto de um cérebro de brinquedo

Ultimamente, tenho lido muitos livros sobre comportamento humano, pois é algo que me fascina. Antes de optar pela faculdade de jornalismo, pensei em seguir o caminho da Psicologia. Hoje, trabalho com Marketing de Conteúdo/Neuromarketing e, de certa forma, essa área também engloba um extenso estudo acerca do Homo Sapiens.

Só que não escrevo hoje para falar sobre Marketing, em si. Decidi publicar este artigo porque penso que compreender como opera o cérebro e a fisiologia de um ser humano é indispensável em absolutamente qualquer carreira. Por quê? Porque, de uma forma ou de outra, você sempre vai ter de lidar com clientes/pessoas.

Ao compreender como funciona seu cérebro e seu organismo – bem como os das pessoas que o cercam -, portas incríveis podem se abrir a você. Pelo menos, comigo foi assim. Vou explicar melhor…

Por que você deveria aprender sobre comportamento humano?

Entender sobre pessoas – e, no processo, sobre você mesmo também – é um ingrediente básico de qualquer carreira de sucesso. Tudo começa na humildade de admitir: você é, em essência, um animal racional, mas com medos e instintos bastante primitivos. Embora tenhamos evoluído, nossa base biológica ainda é a mesma de nossos antecessores.

Ao partir de tal preceito, você vai entender que, para manter bons relacionamentos no trabalho e com seus clientes, é necessário entender um pouco melhor como o cérebro opera. E mais: como os indivíduos (nós) nos organizamos em sociedade de modo a atender nossas necessidades mais primitivas.

No fundo, o que nossos hormônios/instintos querem? Amor, conexão, apreciação, satisfação, senso de pertencimento. Compreender isso é essencial à sua carreira. Sim: a boa e velha empatia não é uma fraqueza, mas sim uma força no mercado de trabalho. Ao compreender a raiz das dores que qualquer ser humano enfrenta, você pode oferecer verdadeiras soluções e gerar um networking efetivo e verdadeiro.

Em outras palavras, isso não só vai fazer você vender mais, mas também vai solidificar as relações de confiança e companheirismo com seus colegas de trabalho, colaboradores ou clientes. Não sou apenas eu, Rafaela, quem está falando isso. Aprendi com os livros.

E, caso você queira aprofundar ainda mais o raciocínio que propus aqui, abaixo vou listar alguns dos que foram imprescindíveis no meu processo. 

5 livros sobre comportamento humano essenciais em qualquer profissão

Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas, de Daniel Carnegie

Em “Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas”, Daniel Carnegie resume alguns preceitos indispensáveis para lidarmos melhor com colegas de trabalho e clientes. São “regrinhas” que podem fazer toda a diferença e abrir portas na carreira. Algumas delas são:

  • Antes de criticar alguém, sempre fazer uma apreciação sincera;
  • Elogiar sempre que possível o trabalho/empenho de outra pessoa;
  • Buscar compreender a situação sob a perspectiva do outro;
  • Falar menos, ouvir mais;
  • Fazer perguntas ao invés de dar ordens diretas;

Uma obra indispensável, ainda mais em tempos tão líquidos.

Sapiens: Uma Breve História da Humanidade, de Yuval Harari

Sapiens: Uma Breve História da Humanidade” foi, literalmente, um livro que mudou minha vida. Apesar de um pouco difícil de ler no começo, ele torna-se incrível quando você começa a compreender que, de fato, seres humanos são essencialmente animais pensantes. E que é preciso levar isso em conta na sua carreira!

Você quer produzir mais e melhor, por exemplo? Não entupa seu cérebro de açúcar, por mais difícil que possa ser. Está estressado no trabalho? Não force a barra. Pratique Yoga ou outra atividade física e libere serotonina e endorfina no seu sistema. Em resumo: os aprendizados do livro valem para você lidar melhor consigo mesmo e com os outros.

A Lógica do Consumo, de Harper Collins

Se você trabalha com vendas, recomendo fortemente o livro “A Lógica do Consumo”. Ele fala sobre como entender o cérebro humano pode ajudar você a efetuar melhores estratégias de Marketing, considerando questões como o “efeito manada” e o conceito de escassez, do qual o cérebro tem pavor.

Observação: apenas, por favor, não use esses conhecimentos para “passar a perna” em ninguém. Use-os para ser mais estratégico ao estruturar o lançamento ou distribuição de um produto, por exemplo, mas de forma honesta. Não perca sua credibilidade fazendo uma “oferta inédita de 1 dia” quando, na verdade, ela vai durar mais. Uma hora as pessoas descobrem. Não faça isso. Sério.

Foco, de Daniel Goleman

Daniel Goleman é um dos estudiosos do comportamento humano mais admiráveis da atualidade. Sua obra é tão atual quanto necessária em uma sociedade tomada por dispositivos móveis. Em “Foco: a Atenção e seu Papel Fundamental para o Sucesso”, ele explica como funciona o mecanismo da atenção e como podemos fortalecer nossa capacidade de ficarmos centrados em uma atividade por vez.

Indo ainda mais além, o livro expõe como desenvolvermos e equilibrarmos três tipos diferentes de foco: o foco interno (em nosso corpo e estado de espírito); o foco no outro (no seu colega de trabalho ou nas pessoas próximas de você) e o foco externo (no que acontece no país, na sociedade e no mundo). Leitura imperdível. 

Supercérebro, de Deepak Chopra

Por fim, um livro sobre comportamento humano, mas também associado à espiritualidade. Em “Supercérebro”, Deepak Chopra fala sobre as estruturas cerebrais e como gatilhos de medo e ansiedade são disparados e produzem hormônios prejudiciais à saúde, quando liberados em excesso.

Ou seja: fala sobre o que acontece com o cérebro e o estado de espírito das pessoas quando elas vivem sob constante “ameaça” no trabalho. O legal desta obra é que ela aborda também sobre a meditação e a conservação de pensamentos positivos como ferramentas capazes de modificar esse cenário.

Em outros termos, apresenta ferramentas para que você domine sua mente/cérebro/pensamentos na maior parte do tempo  – e não o oposto.

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Como você lida com seu dispositivo gerador de ansiedade?

pessoa mexendo no celular em fundo escuro

Você está de bom humor, sem nenhuma preocupação específica em mente. Aí pega o celular, desbloqueia a tela e abre o WhatsApp. Diante de uma simples frase/mensagem – ou quem sabe ausência dela – seu humor muda instantaneamente. Quem nunca viveu essa cena? Seja na esfera pessoal ou profissional, nosso mundo, nossa vida hoje acontece na tela do smartphone.

No meu caso, como trabalho de forma remota, basicamente todos os meus contatos, minha agenda e meus compromissos estão centrados no meu aparelho. Gerencio até mesmo minhas finanças todas pelo celular como uma boa representante da geração Y. Isso é fantástico, mas por outro lado gera um senso de dependência assustador.

Ouso afirmar também que não sou a única a lidar com as ansiedades associadas ao mobile. De acordo com um levantamento da empresa Statisa, os brasileiros batem o recorde quando se trata de tempo passado no aparelho: a média diária é de 4h48 minutos. É MUITO tempo conectado ao mundo virtual e, de certa forma, desconectado da vida real.

Então, você experimenta ansiedade com o celular? Bem-vindo(a) ao clube. Mas hoje quero dizer que é possível desenvolver algumas estratégias para lidar melhor com a situação. Vou compartilhar as minhas com você.

Mas antes, queria aprofundar um pouquinho sobre os…

Efeitos colaterais da hiperconexão

Como bons viciados, o primeiro passo é admitirmos: somos extremamente dependentes do celular. E precisamos ser responsáveis ao lidar com isso. Precisamos saber o que o telefone causa ao nosso corpo e à nossa mente. O melhor caminho é o estudo e a observação.

Em minha própria experiência, comecei a perceber que o hábito de pegar o celular já me dava uma certa ansiedade, me deixava agitada. Tinha medo de ler algo ruim ou ver algo que não gostaria nas redes sociais. Ou, então, de me perder em meio às distrações do aparelho e deixar de produzir conteúdos com qualidade.

Em meio a isso, vi um post do médico Dr. Ítalo Rachid que me chocou extremamente: pesquisas científicas já vêm demonstrando que até crianças estão recebendo diagnósticos errados de autismo devido à superexposição às telas. E que a luz azul – esta que o celular emite – é prejudicial aos olhos e ao sono. 

É bizarro. Mas não creio que seja possível simplesmente abandonar o smartphone. Ele traz muitas funções positivas à nossa vida, otimiza a rotina e, ainda bem, nos permite trabalhar a qualquer hora de qualquer lugar. Então, cheguei à conclusão de que o ideal é encontrar o caminho do meio – o famoso equilíbrio no uso do dispositivo.

Vou falar sobre o processo que desenvolvi agora. 

Como se desconectar? 5 estratégias que desenvolvi

Já que eu sei que você está com o celular aí perto (ahahaha) – ou talvez esteja lendo este artigo nele – aproveite, abra o bloquinho de notas e já registre algumas estratégias para colocar em prática e diminuir sua ansiedade ao usar o celular:

1.Defina horários estratégicos para checar o WhatsApp;

Eu defini alguns momentos-chave do dia para monitorar o fluxo de mensagens e responder contatos no WhatsApp. Para a minha rotina, os melhores horários são 9h, 11h, 13h, 14h, 16h e 18h. Mas você pode adaptar conforme a sua realidade.

2.Inclua momentos na sua rotina de TOTAL desconexão;

Se você não consegue fazer deliberadamente isso, experimente alguma atividade que lhe permita. No meu caso, as minhas aulas de Yoga são sagradas. Quando chego no estúdio, desligo o celular e aproveito para respirar e me desconectar completamente. 

3.Valorize todas as interações REAIS que você tiver com outras pessoas;

Sabe o que me dá agonia? Aquela cena das pessoas sentadas na mesma mesa,, simplesmente imersas no celular e não prestando atenção uma a outra. Pô, a gente já passa tanto tempo online! Aproveite ao máximo as conexões reais. Ria. Curta o momento. Olhe no olho.

Aliás, uma dica: se você fica no celular horas enquanto está com alguém, talvez seja hora de rever essa amizade/relação.

4.Na dúvida, ligue;

Recebeu alguma mensagem que lhe deixou confuso/confusa? Aquele texto/emoji mal interpretado deixou você incomodado(a)? Ligue e passe a história a limpo. Aproveite que o celular ainda tem essa função do botão ligar. Esclareça as coisas conversando ao invés de perder tempo especulando.

5.Durma com o celular longe da cama;

À noite, afaste esse “símbolo” de distrações e tarefas de você. Coloque o aparelho no modo avião, deixe carregando em outro espaço da casa, evite acordar e dormir olhando direto para o celular. Sua saúde física e mental agradece.

E aí, curtiu as dicas? Se você achou elas úteis, deixe um comentário e compartilhe com aquele amigo/amiga que também vai gostar de ler no WhatsApp, LinkedIn, Twitter ou Facebook.




O novo filme do Tarantino satiriza carreiras. Eu torci para os hippies.

atores do filme era uma vez em hollywood

Acordei hoje com o estômago um pouco estranho. Não sei se quero mais ver filmes do Tarantino. Mas, também, o que eu esperava? “Era Uma Vez em Hollywood” é mais uma mistura de humor ácido, sátira social e, claro, aquela dose de violência escancarada que o diretor adora.

Vamos ao contexto. O filme, que traz atores e atrizes maravilhosos(as) no elenco – desde Leo DiCaprio, Brad Pitt e Margot Robbie – até outras figurinhas surpreendentes que aparecem em uma cena ou outra (como Dakota Fanning, Damian Lewis e outras carinhas que você certamente vai conhecer) – se passa ao fim da década de 60, em uma Hollywood de tempos estranhos.

Filmes de faroeste em decadência. Vietnã. Hippies na rua. E toda trama gira em torno desse contexto. Ela acompanha a vida de Rick Dalton e seu dublê Cliff Booth – a dupla DiCaprio e Pitt, respectivamente – que basicamente vivem o típico clichê de LA: mansões, bebidas, filmes, fama.

Margot Robbie, se você me perguntar, é o contraponto irônico de feminismo (de forma subjetiva, claro) no longa. Uma atriz que se delicia em simplesmente ir ao cinema assistir aquela cena em que ela apareceu como coadjuvante por dois segundos e depois retornar ao lar, junto de seu marido, outro ator famoso. Mulheres em segundo plano, nada de novidades. 

Mas, voltando ao foco: em termos cinematográficos, não me julgo competente o suficiente para analisar a nova obra do diretor. Só que em termos de narrativa ela escancara, mais uma vez, o tanto que há por trás da imagem de uma “carreira bem sucedida”.

Vou explicar melhor.

O que acontece nos bastidores das “carreiras”?

Frente ao medo de ser esquecido, o personagem do (mais uma vez, brilhante) DiCaprio dá algumas surtadas cômicas em vários trechos do filme. Fala sozinho. Bebe de manhã, de tarde e à noite. Até chorar ele chora. Ser esquecido, para ele, é a possibilidade mais assustadora.

Confessa aí: não parece a gente às vezes?

Ele vive uma vida de excessos e, essencialmente, de medo. Me fez repensar mais uma vez sobre como nosso trabalho molda nossa vida. Faz parte de quem a gente é. Sabe aquela história de separar vida pessoal da profissional? Não existe! Você é uma única pessoa. Como vai dissociar uma coisa da outra? Me parece impossível.

DiCaprio, no filme, é uma versão mais ampliada do que eu, você e provavelmente todos nós aqui já fomos um dia. Obcecados pela carreira. Pela ideia de deixar uma marca. De sermos os melhores, mais ricos, mais bem-sucedidos. Você já teve essa egotrip? Eu já.

E aí entram os hippies.

A contracultura sem final feliz 

Como você pode imaginar, os personagens hippies simbolizam na trama de Tarantino exatamente o oposto de tudo que Pitt e DiCaprio são. O que eles querem é apenas ficar à toa, transar, viver livres, usar drogas e toda essa “parada hippie” que você já ouviu falar em algum momento.

Por conta de algumas reviravoltas de roteiro, porém, no fim os hippies decidem que querem vingança. Vingança dos astros Hollywoodianos que, através de seus filmes violentos, propagam a violência e a matança. Se você pensou: “isso só pode dar merda”, acertou. Principalmente em um filme do Tarantino. 

Eu não vou dar spoilers do fim, claro. Mas você pode imaginar quem se deu bem e quem não se deu na história, né? Buenas, de todo modo, a trama me deixou uma lição. Como venho refletindo há algum tempo, a resposta está no caminho do meio.

Nem Hollywoodianos demais, nem hippies demais. Precisamos de uma vida com mais equilíbrio. Nos relacionamentos, no trabalho, em tudo. O caminho do meio sempre é mais sábio.

Já assistiu ao filme? Me conta aqui o que achou e se teve outros insights!

Quais pesos ilusórios você está carregando?

menina olhando para o céu

Minha mãe tira umas frases incríveis sei lá de onde. Dia desses, ela escreveu em nosso “mural de recados” aqui em casa: cuidado com o peso que você pega para carregar; pode ser ilusório. Provavelmente, trata-se de uma sentença atribuída a algum iogue bem elevado. E ela me fez refletir, mais uma vez, sobre as cargas de nossas escolhas de vida.

Você já sentiu como se houvesse um peso de 10 kgs sobre os seus ombros? Seja pelas demandas de trabalho, pelos boletos a serem pagos, ou pelas expectativas das pessoas ao seu redor sobre você? Eu já. Aliás, esse peso me acompanhou desde que me enxerguei como “gente grande”, adulta. 

Mas neste ano comecei o caminho inverso. Parti em uma jornada de espiritualidade que me trouxe uma compreensão assustadora de que eu não sou a casa onde moro, o salário que eu ganho, as coisas que eu compro. Eu nem mesmo sou apenas meu corpo. Até isso é “emprestado”. Um dia essa “casca” não vai estar mais aqui.

Posso soar louca, mas pense bem. Muitas vezes, o peso que você carrega sobre seus ombros é, literalmente, ilusório. É apenas uma projeção dos medos da sua mente. Se você voltar a refletir sobre o que realmente é essencial, talvez descubra que não se trata tanto do dinheiro, das posses, das coisas.

Vou aprofundar um pouco mais….

Nomadismo digital: um lugar de libertação

Quanto mais eu dissecava neste ano sobre a questão dos pesos que eu carregava, mais evidente ficava: a carga que eu sentia tinha muito a ver com meu ego e minha construção de identidade em cima das minhas posses e objetos. A própria casa onde eu moro carrega um peso, concluí.

O peso de muitas horas de trabalho dos meus pais; o peso da vizinhança e suas opiniões; o peso do IPTU, da taxa de coleta seletiva, de limpeza e etc. Percebi o mesmo em relação ao meu carro. Eu basicamente trabalhava para pagar esse bem. Não à toa era uma grande luta conseguir guardar uma graninha no fim do mês.

Assim, aos poucos, tive esta percepção cristalina e assustadora: “talvez eu esteja desperdiçando meu ativo mais precioso e escasso – meu TEMPO de vida na terra – apenas para adquirir posses”. A partir daí, tomei a decisão de que não trocaria mais meu dinheiro por coisas, e sim por experiências.

E posso dizer que tem sido incrível. Só neste ano já fui para Santa Catarina três vezes, quatro para São Paulo, já tenho uma trip bookada para Belo Horizonte em setembro e depois nem sem o que me espera. Meus planos para o futuro? Não ter mais uma residência fixa. Viver um lifestyle 100% nômade. Sem o peso de ter que existir na Terra em um só lugar. 

Meu Deus, a vida é curta demais para isso!

Mas meu objetivo aqui não é dizer: largue todo o peso que você carrega e vire nômade digital. Não é necessário ser radical. Porém, mesmo dentro de uma “vida padrão”, creio que você pode se beneficiar de uma filosofia de vida chamada de minimalismo

O minimalismo como ferramenta de transformação no trabalho e na vida

Na minha visão – e experiência – o minimalismo é a criptonita dos pesos ilusórios. Trata-se de uma filosofia de vida pautada pelo menos é mais. Vale para tudo. Coisas, pessoas, trabalho, comida. Você elimina o que é supérfluo para gozar de mais tempo e liberdade para focar no que realmente importa.

Por que você assume projetos dos quais não gosta? Por que você mantém amizades que não lhe acrescentam em nada? Por que você compra coisas desnecessárias para aliviar um vazio existencial? Tudo isso gera peso. Torna a vida mais difícil, cansativa. E o que eu quero dizer é que não precisa ser assim.

Se você topar olhar com sinceridade para os pesos ilusórios que carrega, vai encontrar respostas muito libertadoras. Já vou adiantar que não é fácil. Eu passei por uma crise existencial bizarra para chegar até aqui. Mas valeu a pena.

Hoje trabalho com o que gosto, posso fazer o que amo de qualquer lugar do mundo. Tenho clientes incríveis. Conheço pessoas maravilhosas na estrada. Nem todos os dias são espetaculares. Mas aprendi, inclusive, a olhar para a dor quando ela aparece, sem necessariamente me entregar a ela. Ela não me pesa a ponto de me derrubar.

Acredite. A vida pode ser mais leve. O trabalho pode ser mais leve. Foque no que é essencial para você. E os dias podem ganhar um sabor muito mais delicioso.

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Como lidar com os medos envolvidos na vida de produtor de conteúdo freelancer?

mesa com notebook

O medo representa uma emoção visceralmente humana. Se alguém um dia lhe disser que não sente nenhuma faceta de medo, desconfie. Todos tememos algo. A morte de uma pessoa querida. Perder uma oportunidade. Contrair uma doença. A falta de dinheiro. Nossa lista de medos tende a ser bastante extensa, se você parar para pensar.

No livro “Supercérebro”, inclusive, os médicos Deepak Chopra e Rudolph E. Tanzi explicam que todas as emoções que costumamos caracterizar como negativas – medo, ansiedade, estresse – na verdade tem um propósito evolutivo, marcado em nossa mente e DNA. Elas existem para nos proteger. Mas não deveriam nos aprisionar.

Por isso, se você sonha em virar freelancer/nômade, sinto que vale a pena avisar: trata-se de uma escolha que, sem dúvidas, vai obrigar você a olhar de frente para alguns desses medos. Talvez alguns dos maiores da sua vida. É por isso que decidi abrir e compartilhar minha experiência aqui.

Quem sabe, ao ler sobre ela, você já consiga se preparar melhor. Ou, até mesmo, superar a fase dos medos mais rápido e começar a viver logo o lado mais legal do nomadismo.

Os medos que senti ao virar freelancer

Minha decisão de largar meu trabalho com carteira assinada, viver como freelancer e começar a viajar não aconteceu da noite para o dia. Levei mais de um ano de terapia, planejamento e rotina insana de trabalho CLT + freelas na hora do almoço e finais de semana para, finalmente, decidir: agora eu vou ser minha própria chefe.

Eu trabalhei mentalmente meus medos antes de tomar a decisão final. Medo de não receber pagamentos em dia. Medo de faltar grana no fim do mês. Medo do meu ego não dar conta de não ser mais gestora de conteúdo em uma agência cool de Marketing Digital. Medo de não vencer a procrastinação em casa.

Percorri todos os cenários possíveis na minha cabeça. “Se faltar grana, tenho grana guardada, vendo meu carro, vou dar um jeito”. “Se bater a solidão, trabalho num coworking”. “Se faltarem clientes, volto a mandar currículo para outros lugares”. Agora é a hora. Tenho que pagar para ver.

Mas, como você já pode imaginar, teoria e prática são bem diferentes. Juro para você: mesmo tendo arquitetado tudo certinho, logo no primeiro mês em que não recebi meu salário na conta bancária naquele 5º dia útil, senti um aperto na barriga e pensei: “Eles estavam certos. Não vou dar conta. Essa vida não é para mim”.

Os medos tomaram conta de mim de maneira avassaladora. E foi um exercício DIÁRIO relembrar todo o caminho que percorri até tomar a decisão de ser freelancer. Tive de rememorar diariamente os motivos que me levaram até aquele ponto.

Bem, o fato é que eu continuei lutando contra os “fantasmas” e, hoje, posso dizer que vivo a vida que sempre sonhei. Faço meus horários. Viajo com relativa frequência. Trabalho de onde eu quiser. E já não sinto tanto medo. Como?

Vou explicar agora  – além de dar tempo ao tempo – qual foi o processo que me permitiu superar a insegurança e continuar firme na minha decisão de “viver de freela”.

Como lidei com os medos?

O que vou dizer a seguir não é válido somente para a carreira de freelancer, mas para todos os medos que você cultiva na VIDA: para se libertar, você precisa compreender a RAIZ deles. Vou dar um exemplo prático…

Quando pedi demissão da CLT, eu já tinha guardado mais dinheiro em um ano do que em toda a minha vida antes. E, mesmo assim, eu sentia medo de não tê-lo. Às vezes, quanto mais você guarda, menos seguro se sente. Parece que nunca haverá “segurança o suficiente”.

Você certamente conhece alguém que tem um monte de dinheiro guardado no banco e, ainda assim, sempre tem medo da escassez, não é? Um verdadeiro desperdício de energia e recursos. 

No livro “Ferramentas dos Titãs”, Tim Ferriss aborda precisamente este tópico: quanto mais dinheiro você tiver, mais estará em jogo. E o ser humano nunca quer perder. Então, paradoxalmente, quanto mais você acumula, mais você teme.

O autor, inclusive, compartilha uma de suas “táticas de guerrilha” como investidor: ele costuma, de vez em quando, colocar um saco de dormir no chão e passar a noite lá só para colocar as coisas em perspectiva. “O que é o pior que pode acontecer?” Se você arriscar, você pode perder, sim. Voltar a dormir em um colchão, quem sabe. Mas e daí?

Por outro lado, também pode ganhar muito mais. E, geralmente, quando você se liberta do medo, é exatamente isso que acontece. Você ganha propostas melhores. Oportunidades mais legais. Conquista até mais respeito das pessoas!

Por isso, revisitar seus medos também é uma forma interessante de ressignificar sua vida. Por exemplo: hoje, me considero feliz e bem sucedida profissionalmente. Mas isso não significa que eu não tenha medos. Eles só mudaram de face e me incomodam menos.

Hoje tenho mais medo de não viver tudo que quero viver do que de não ter dinheiro.

Tenho mais medo de sacrificar minha saúde trabalhando de forma insana do que de recusar trabalhos.

Tenho mais medo de desperdiçar minhas horas para ter um pagamento fixo do que de fazer aquilo que eu realmente quero fazer. 

Moral da história: escolha bem seus medos. Explore-os. Encare-os de frente. Se você não se tornar prisioneiro(a) de tais sentimentos, acredite: eles podem até ser uma ferramenta incrível de transformação.

Observação: os livros mencionados neste artigo contém meus links de afiliada no programa da Amazon. Ao comprar através deles, eu recebo uma comissão e você ajuda a rentabilizar meu trabalho para que eu possa continuar escrevendo artigos. 

Por que eu fico de cabeça para baixo todos os dias?

folha no rio

Sirshasana. Esse é o nome em sânscrito de uma das minhas posturas favoritas de Yoga – sim, a mesma da fotografia aí abaixo. E, se você me perguntasse há um ano, eu jamais ousaria dizer que poderia executá-la, muito menos encontrar conforto nela.

Mas, por incrível que pareça, hoje essa invertida é uma minhas favoritas.

postura de yoga sirshasana

Só para contextualizar melhor: as invertidas geralmente são feitas ao fim da prática de Yoga, com o intuito de fazer o corpo “receber” melhor as vantagens das posturas executadas. Em uma rápida pesquisa no Google, descobri que elas possuem uma série de benefícios notáveis à saúde, já que promovem uma irrigação arterial no cérebro, estimulando também o bom funcionamento do sistema endócrino.

Mas fora a parte “técnica” associada às vantagens, acredito que ficar de cabeça para baixo todos os dias me conforta justamente por me permitir ver o mundo sob uma perspectiva diferente. Todo o cenário ao meu redor muda de figura – não importa onde eu esteja.

Pés no céu. Cabeça no chão. Ombros firmes. Respiração certeira. Só existe aquele momento e, dentro dele, fica mais fácil entender que todas as situações só dependem do nosso olhar. Não é por acaso que a Yoga é, para mim, um momento de profundas revelações e insights poderosos. 

É quase um lembrete de que eu sou, sim, criadora da minha realidade. De que posso observar um aprendizado mesmo nas situações mais difíceis. Tony Robbins cita em “Desperte Seu Gigante Interior” uma frase fantástica de Thoreau: “As coisas não mudam; nós é que mudamos”.

E só mudamos quando mudamos de perspectiva

Você costuma olhar diferentes lados de uma mesma situação?

É agora que vou fazer o gancho aqui sobre a postura Sirshasana e o mercado de trabalho. Eu imagino que você, assim como eu, eventualmente tenha dificuldades diante de uma situação específica no local onde trabalha. Seja para resolver um conflito, ou mesmo lidar com um desafio profissional.

O meu ponto é justamente este: antes de se desesperar, experimente avaliar a situação sob um prisma diferente. Coloque-se no lugar da outra pessoa (a boa e velha empatia é infalível), procure um plano B, caso o A não funcione. Sempre há uma solução. De verdade.

Só que a gente precisa se PERMITIR buscar esse outro viés na hora de resolver um problema ou um conflito. Sabe quando rola aquela coisa de você se “forçar” a querer solucionar algo o mais rápido possível, mesmo quando não está pensando direito? É aí que as chances de rolar um baita bloqueio se intensificam.

Procure o caminho contrário. Quando estiver complicado resolver algo, saia para dar uma voltinha. Caminhe um pouco sem rumo na rua. Saia para correr – bote aquela dose extra de endorfina no seu corpo -, escute aquela música que você adora, tome um banho quente. Ou experimente usufruir da…

Yoga como ferramenta para ampliar o olhar

Na minha experiência, a Yoga tem sido a ferramenta que une todos os benefícios que citei no parágrafo anterior. Me ajuda a perceber soluções para qualquer tipo de problema. Me deixa mais calma, centrada, menos ansiosa.

É por isso que todos os dias – com raríssimas exceções – eu faço, sim, questão de ficar de cabeça para baixo. Isso me torna mais criativa em todos os sentidos possíveis. E você não precisa começar com algo difícil, como Sirshasana.

Comece só respirando. Já é tão raro nos dias de hoje. Pare, respire, reflita, dê tempo ao tempo.

Assim, as respostas aparecem.

Um cachorro me mordeu. E me ensinou lições poderosas sobre trabalho

cachorro de costas

Desde que comecei minhas aventuras nômades no início deste ano, prometi a mim mesma que iria exercer um olhar mais atento ao mundo e às pessoas ao meu redor. E foi assim que conheci Irlene*, quando peguei o último ônibus da Rodoviária de Porto Alegre com destino a Garopaba, em Santa Catarina. 

Como duas viajantes mulheres sozinhas, naturalmente bastou uma troca de olhares para começarmos a conversar. Falamos sobre trabalho, sonhos, família e morte. E, quando chegamos ao nosso destino, já havíamos trocado o número de WhatsApp e marcamos um chimarrão para prolongar a conversa.

No fim de semana, lá fui eu papear com Irlene. Ela estava hospedada na casa de uma amiga, com a missão de cuidar de seus cachorros enquanto esta viajava. Cheguei até a casa, dei um abraço nela e, rapidamente, fui fazer um carinho no cachorro

Mas ele não estava tão afim de carinho assim

Abocanhou minha perna e meu braço, deixando alguns hematomas de presente. Aí está a prova:

mordida de cachorro

Foi um susto leve – AINDA BEM. Mas o episódio me fez refletire muito – posteriormente. Por isso, hoje decidi compartilhar aqui um pouco sobre o que aprendi diante da situação.

Devaneios sobre a mordida do cachorro e a vida profissional

Como eu costumo buscar explicações para tudo o que acontece na minha vida, fiquei pensando depois: “afinal, que lição esse cachorrinho quis me ensinar?”. Cheguei a algumas conclusões que se aplicam tanto ao mercado de trabalho, quanto à vida de modo geral:

  • Às vezes, queremos impor nosso posicionamento e nossa forma de pensar em situações corporativas sem nem ao menos antes pedir licença ou abrir a mente para ouvir o outro lado. Ainda que na melhor das intenções. Eu fui acariciar o cachorro sem nem antes perguntar se era bravo. Lição aprendida.
  • Em sintonia com o tópico anterior: o trabalho geralmente envolve muito mais do que    apenas tarefas. Envolve lidar com outros seres humanos. Muitas vezes, acabamos nos metendo em furadas por opinar sobre situações que não nos dizem respeito e querer resolver os problemas dos outros, quando às vezes nem somos capazes de lidar com os nossos!

Não adianta querer acariciar quem não quer carinho. Não cabe a nós querer mudar a forma de outras pessoas agirem. Podemos apenas ser EXEMPLO.

  • Cada ser que habita este planeta tem uma história que o influenciou a ser exatamente da maneira como é. Depois que o cachorro me mordeu, Irene me contou que ele é adotado. Quando morava na rua, apanhava muito. Por isso, quando alguém estende a mão para acariciá-lo, ele acha que vai sofrer e se defende.

Olha bem a profundidade disso! E vai dizer que com as pessoas não é assim mesmo? Muitas vezes, pessoas abusivas no ambiente de trabalho são duras assim porque a vida as maltratou muito. Compreender isso já é um passo enorme para lidar melhor com qualquer um que nos trate mal.

Veja bem: não estou dizendo que está tudo bem aceitar desaforos. Mas a compreensão sempre é o melhor caminho para começar a resolver conflitos, em minha visão. E não só na minha…

Compreenda mais, julgue menos

No clássico livro “Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas”, Dale Carnegie apresenta um argumento semelhante ao que busquei trazer neste texto. Ele pontua que, para que possamos cultivar relacionamentos sadios no ambiente de trabalho – e fora dele também -, precisamos saber exercer a empatia. Saber se colocar no lugar do outro. 

“Em lugar de condenar os outros, procuremos compreendê-los. Procuremos descobrir por que fazem o que fazem. Essa atitude é muito mais benéfica e intrigante do que criticar; e gera simpatia, tolerância e bondade” – Dale Carnegie

De minha parte, claro que não foi legal levar uma mordida de cachorro. Mas eis mais uma prova de que tudo depende do olhar. Uma situação super chata me ensinou uma série de lições valiosíssimas, das quais sempre me lembro diante de um dia complicado.

Sou grata ao cachorro por ter me mordido. Ele me ensinou. Eu aprendi com ele. E, bem ou mal, agora tenho mais uma cicatriz e outra boa história para contar

*nome fictício.

Observação: os livros citados neste texto contém meu link de afiliada da Amazon. Ao comprar através deles, você ajuda a rentabilizar meu trabalho para que eu possa continuar escrevendo. <3