5 livros sobre saúde (sim!) que vão otimizar a sua produtividade

mulher com livros, comida saudável e café

Eu vejo pela internet as estratégias mais mirabolantes de produtividade: desde acordar às 5h da manhã, até a aplicação de métodos elaborados como o Pomodoro. Bem, como uma pessoa que adora se sentir produtiva, confesso que sempre fui atraída por esse tipo de tema. Porém, o que realmente me fez produzir mais e melhor não foi nada disso.

A verdade é que talvez, para algumas pessoas, determinadas técnicas – como pular da cama antes do sol – podem ser efetivas. Só que, de modo geral, a verdade é que produzir bem depende de um fator imutável: sentir-se bem. E isso tem relação direta com o nosso estado de saúde física e mental.

Ser produtivo não é uma constante, mas entender como seu organismo opera e alinhar algumas estratégias para que ele funcione bem é o que realmente faz a diferença no dia a dia. 

Vou aprofundar um pouquinho mais, ok?

Qual é a relação entre saúde e produtividade?

Muitas vezes, deixamos de perceber que nossa saúde é o nosso bem valioso. Quem de nós nunca ficou doente e só então teve clareza de que aquela velha máxima “sem saúde não se faz nada” é assustadoramente verdadeira? Pois é. Saúde e produtividade andam lado a lado.

Ter clareza sobre isso realmente faz a diferença. Uma vez que você entende que o seu cérebro e o seu corpo são seus principais instrumentos para fazer qualquer coisa – independentemente se você trabalha como produtor de conteúdo, vendedor ou engenheiro – fica mais fácil perceber que cuidar de você mesmo é a melhor estratégia para ser produtivo.

Inclusive, acho interessante compartilhar aqui que até mesmo a ciência está descobrindo que tudo aquilo que comemos, por exemplo, influencia no funcionamento do nosso cérebro. Há até mesmo estudos super recentes traçando relações entre a qualidade das bactérias que habitam nosso intestino e nosso estado de humor. Já pensou?

Bem, foi quando eu me dei conta de tudo isso que comecei a fazer leituras sobre o tema saúde de forma recorrente. E aplicar aquilo que li em mim mesma, de fato, mudou minha vida em muitos sentidos. Ganhei clareza mental, mais foco, mais produtividade e, consequentemente, até mais dinheiro.

Por isso, decidi compartilhar aqui 5 leituras sobre saúde que foram essenciais em meu processo. Espie aí embaixo:

5 livros sobre saúde que podem ajudar sua rotina a ser mais produtiva

Amigos da Mente, do Dr. David Perlmutter

Lembra que eu falei sobre a relação entre intestino e cérebro? Pois bem, este livro do Dr. Perlmutter – Amigos da Mente – é inteiramente sobre isso. Ele explica como a microbiota do nosso intestino afeta nosso funcionamento neuronal – e pode até influenciar no desenvolvimento de doenças como Alzheimer e Demência.

Eu sigo na minha alimentação – que hoje é praticamente 100% plant based – muitas das dicas deste livro, que traz um Programa Alimentar de 7 Dias ao final (bem interessante). Posso afirmar com toda a certeza que mudar minha dieta transformou minha produtividade.

Sabe aquela letargia pós-almoço? Por aqui não existe mais.

O Músculo da Alma, de Nuno Cobra Jr.

Amei este livro do Nuno Cobra Jr., pois ele traz uma abordagem da importantíssima tríade Mente-Corpo-Espírito. Em “O Músculo da Alma”, ao mesmo tempo em que o autor fala sobre como a atividade física muda nosso estado mental e nossa produtividade, ele faz uma crítica ao fast-training, ou seja, à prática exagerada de atividades físicas.

O que ele propõe, essencialmente, é um método que mescla atividade física com prazer. A ideia é que o exercício traga leveza e não peso à nossa vida. Uma leitura gostosa e que realmente faz ter vontade de mexer o corpo, liberar endorfinas, ficar mais alegre e produzir mais. 

A Semente da Vitória, de Nuno Cobra

Do pai de Nuno Cobra Jr, Nuno Cobra (muito famoso por ter sido treinador do Senna) traz em “A Semente da Vitória” uma mensagem que considero uma das mais lindas que já li: a de que é possível chegar ao cérebro pelo músculo e ao espírito pelo corpo. Isso fez toda a diferença na minha vida. Comprovei na prática que, de fato, atividades físicas nos transformam.

O livro me motivou a ser mais ativa e, desde que o li, permaneço motivada a praticar exercícios diariamente (seja Yoga, caminhada ou corrida). Nem preciso falar que, quando me sento para trabalhar, estar com a mente “limpa” faz toda a diferença. 

Você tem Fome de Quê?, de Deepak Chopra

Deepak Chopra é um médico que atua na linha preventiva e esse seu livro me fez refletir muito. Em “Você tem Fome de Quê?”, ele nos estimula a pensar sobre a forma como comemos. E, muitas vezes, utilizamos a comida como um gatilho para aliviar ansiedades da mente. 

Mas o que isso tem a ver com produtividade? Bem, quando eu deixei de descontar algumas ansiedades na comida e comecei a eliminar a verdadeira CAUSA da ansiedade, focar no que é importante e ser produtiva ficou muito mais fácil.

Isso sem falar que comer menos nas refeições traz mais facilidade de foco e concentração, pois toda a atividade do corpo não fica centralizada na digestão. Mais uma vez, experimente comer menos na hora do almoço e veja a diferença que isso vai fazer no seu raciocínio!

Você Pode Curar a Sua Vida, de Louise Hay

Deixei este livro por último, pois ele pende mais ao lado da espiritualidade. Mas, como eu creio que mente-corpo-alma estão interligados, decidi compartilhar aqui também. Em “Você Pode Curar Sua Vida”, Louise Hay traz uma série de associações entre manifestações/sintomas do corpo e estados mentais.

Por exemplo: dor de garganta pode simbolizar uma dificuldade de comunicação, enquanto dor nas costas pode ser símbolo de um “peso emocional” carregado sozinho(a) muito grande. É realmente muito interessante. E, por incrível que pareça, eu usei esse conhecimento para ser mais produtiva – e também para identificar quando é hora de parar!

Hoje, ao identificar algum dos sintomas, já paro para prestar atenção no que meu corpo está me dizendo. Uso esse conhecimento corporal para tomar decisões de carreira e para ser mais criativa no meu trabalho e nos meus conteúdos.

E aí, curtiu as dicas? Eu espero realmente que elas possam ajudar você na sua trajetória pessoal/profissional. Se for o caso, deixa um comentário aqui para eu saber!

Observação: os cursos e livros indicados neste post contém meus links de afiliada da Amazon. Ao comprar através deles, você ajuda a rentabilizar meu trabalho para que eu possa seguir escrevendo esses textos. Obrigada!

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Trabalho remoto: o que é, por onde começar e dicas de cursos e livros

computador e caderninho

Não é nenhuma novidade que o trabalho remoto representa uma modalidade que ganha cada vez mais adeptos no Brasil e no mundo, certo? O que me inspirou a escrever este artigo foi justamente a minha própria experiência: eu sonhava há muito tempo em poder trabalhar de casa, fazer meus próprios horários, ser minha própria chefe.

Hoje, o sonho está realizado. E com um bônus: consegui também dar o start no meu plano de virar nômade digital – ou seja – de poder viajar e trabalhar simultaneamente, de qualquer lugar do mundo. Para você, parece que também não faz mais sentido seguir todos os dias a mesma rotina e bater ponto das 8h às 18h?

O trabalho remoto pode ajudar a transformar essa realidade. Mas é claro que tudo isso exige planejamento, uma boa dose de bom senso e capacitação. É justamente sobre tudo isso que eu quero falar neste artigo.

Topa aprofundar um pouco mais no conceito de trabalho remoto e entender como você pode aderir a esse novo formato?

O que é Trabalho Remoto, afinal?

O trabalho remoto é simplesmente uma forma de trabalho que pode ser executada de qualquer lugar: seja na sua casa, em uma cafeteria, em uma outra cidade ou país. Não se restringe a uma profissão específica. Só que, naturalmente, dependendo do tipo de serviço que você executa, pode ser mais fácil ou difícil aderir à modalidade.

Se você for médico ou profissional da saúde, muito provavelmente vai ser difícil executar trabalho remoto. Afinal, sua atividade depende exclusivamente do contato com outro ser humano. Isso pode complicar um pouco a equação. 

Já se você for administrador, contador, jornalista, professor ou, assim como eu, trabalhe com internet editando vídeos, imagens ou textos, é super possível aderir a esse modelo. Aliás, é difícil até dimensionar as novas profissões que vão surgir e possivelmente se enquadrar como qualificadas para o trabalho remoto.

Um estudo da Dell projetou, inclusive, que até 2030 cerca de 85% das profissões serão novas. A disrupção digital está realmente transformando tudo. Não há volta. E a boa notícia é que podemos usufruir do melhor que a tecnologia tem a oferecer. A otimização do tempo e a queda nas fronteiras de espaço!

Trabalho Remoto no Brasil

No Brasil, o trabalho remoto vem ganhando cada vez mais adeptos. O caos do trânsito e a queda na qualidade de vida – em paralelo à transformação digital – impulsiona o novo modelo. Um levantamento feito pelo espaço de coworking Spaces aponta que 55% dos profissionais consultados no Brasil já utilizam o modelo pelo menos uma vez por semana.

computador e café no trabalho remoto.
Foto: um dia comum de trabalho remoto. Fico super produtiva em cafés.

A velocidade dos tempos atuais, no entanto, pode fazer essa porcentagem aumentar ainda mais em um período relativamente curto. Em seu livro Qual é a Sua Obra?”, o filósofo Mario Sergio Cortella aponta que as transformações no mundo não são a grande novidade desta era. O que é inédito é a velocidade

De acordo com ele, a velocidade é tamanha que mudou nossa noção de tempo. Podemos produzir a qualquer hora, de qualquer lugar. Não precisamos mais ceder tão facilmente ao modelo CLT, no qual “vendemos a nossa” hora. Podemos trabalhar por projetos, por entregas, não por horas.

Então, vamos ao que interessa. Afinal…

Como Fazer Trabalho Remoto?

Conforme pincelei brevemente anteriormente, o trabalho remoto é uma possibilidade para muitos profissionais. Eu, por exemplo, sou formada em jornalismo. Mas hoje trabalho produzindo conteúdo científico para clientes na área da saúde de qualquer lugar do mundo. Logicamente, eu tive que fazer uma transição de carreira.

Mas, se você acha que a função que executa pode ser feita de qualquer lugar com uso da internet, por que não propor isso ao seu/sua chefe? Outra possibilidade é você buscar cursos e aprender a executar serviços que lhe possibilitem exercer esse tipo de atividade sem fronteiras físicas.

Eu nunca disse que seria fácil. Poder fazer seus próprios horários e trabalhar de onde quiser exige, sim, muito estudo e disciplina. Mas há uma demanda absurda para redatores, editores de vídeo, designers desde que a ascensão digital começou.

Quer uma forcinha? Abaixo, vou listar alguns livros e cursos que foram essenciais no meu processo de começar a trabalhar remoto. 

Dicas de Cursos e Livros Para Você Começar a Trabalhar Remoto 

Preparado para tomar nota das sugestões?

1. Curso Online Criadores de Conteúdo, de Rejane Toigo

No Criadores de Conteúdo, a Rejane Toigo – nossa mentora estratégica na Like Marketing – ensina o verdadeiro “beabá” para quem sonha em trabalhar como produtor de conteúdo na internet (social media) ou, até mesmo, ganhar renda extra conquistando mais clientes online.

Você aprende como construir linhas editoriais, pesquisar as personas do seu nicho de atuação, criar planilhas para organizar o fluxo de conteúdo. Basicamente, você aprende como ser um produtor de conteúdo excepcional e formar uma boa cartela de clientes. 

2. Livro Nômade Digital: Um Guia para Você Viver e Trabalhar Como e Onde Quiser, do Matheus de Souza

Recém-lançado pela Editora Autêntica Business, o novo livro do nômade digital Matheus de Souza – eleito um dos Top Voices do LinkedIn em 2016 – é realmente o que o nome na capa entrega: um GUIA completo para trabalhar remoto e viajar. 

Em “Nômade Digital: Um Guia para Você Viver e Trabalhar Como e Onde Quiser“, o Matheus ensina desde como criar uma profissão que possa ser exercida de qualquer lugar do mundo, até como lidar com a questão burocrática e emocional do processo. Para completar, ainda traz dicas de viagens e livros incríveis. Devorei em uma semana.

3. Livro 21 Lições para o Século 21, de Yuval Harari

Harari é, para mim, um dos pensadores contemporâneos mais incríveis deste século. Na sua mais recente obra, “21 Lições para o Século 21”, ele nos motiva a repensar as profissões que exercemos e a necessidade de sermos profissionais e indivíduos maleáveis. Nesta nova era, não existem mais verdades absolutas.

Por que eu indico? Porque pode ajudar a mudar também sua mentalidade em relação ao trabalho – algo que também é indispensável para trabalhar remoto. 

4. Livro Essencialismo, de Greg McKeown

Outra obra que indico pela questão da mentalidade. Para ter coragem de largar a CLT e viver o sonho do trabalho remoto, você talvez tenha que abrir mão de algum conforto – pelo menos por um período de tempo. É preciso, portanto, fazer um mergulho interno para compreender: menos é mais.

Indico o livro “Essencialismo” também a todos que desejam se aprofundar no minimalismo, outro assunto pelo qual sou completamente apaixonada e escrevo aqui no blog

5. Livro Born To Blog, de Mark Schaefer e Stanford Smith

Se você, assim como eu, é apaixonado(a) por blogs e sonha em trabalhar com isso…você vai amar o livro “Born To Blog”! Ele exemplifica como blogs podem transformar os lucros de empresas, oferecer retornos incríveis e eternizar palavras. Além de trazer histórias maravilhosas de pessoas que tiveram suas vidas transformadas depois de criarem um blog.

Eu amo essa citação, que também já mencionei em uma resenha escrita para o blog da Agência Marke, na época em que atuei nela como gestora de conteúdo:

“Diferentemente da arte na parede das cavernas (…), nossa civilização possui uma moldura com tamanho infinito. Nosso compartilhamento só é restrito pelo nosso tempo e pela nossa experiência. É empolgante pensar que, através do blogging, ninguém precisa ter medo de ser esquecido. Se você é um blogger, você está deixando uma permanente pegada digital”. (SCHAEFER; SMITH, 2013, p. 138)

E aí, curtiu as dicas? Eu espero realmente que elas possam ajudar você no seu processo. Se for o caso, deixa um comentário aqui para eu saber!!

Observação: os cursos e livros indicados neste post contém meus links de afiliada. Ao comprar através deles, você ajuda a rentabilizar meu trabalho para que eu possa seguir escrevendo esses textos. Obrigada!

Quais pesos ilusórios você está carregando?

menina olhando para o céu

Minha mãe tira umas frases incríveis sei lá de onde. Dia desses, ela escreveu em nosso “mural de recados” aqui em casa: cuidado com o peso que você pega para carregar; pode ser ilusório. Provavelmente, trata-se de uma sentença atribuída a algum iogue bem elevado. E ela me fez refletir, mais uma vez, sobre as cargas de nossas escolhas de vida.

Você já sentiu como se houvesse um peso de 10 kgs sobre os seus ombros? Seja pelas demandas de trabalho, pelos boletos a serem pagos, ou pelas expectativas das pessoas ao seu redor sobre você? Eu já. Aliás, esse peso me acompanhou desde que me enxerguei como “gente grande”, adulta. 

Mas neste ano comecei o caminho inverso. Parti em uma jornada de espiritualidade que me trouxe uma compreensão assustadora de que eu não sou a casa onde moro, o salário que eu ganho, as coisas que eu compro. Eu nem mesmo sou apenas meu corpo. Até isso é “emprestado”. Um dia essa “casca” não vai estar mais aqui.

Posso soar louca, mas pense bem. Muitas vezes, o peso que você carrega sobre seus ombros é, literalmente, ilusório. É apenas uma projeção dos medos da sua mente. Se você voltar a refletir sobre o que realmente é essencial, talvez descubra que não se trata tanto do dinheiro, das posses, das coisas.

Vou aprofundar um pouco mais….

Nomadismo digital: um lugar de libertação

Quanto mais eu dissecava neste ano sobre a questão dos pesos que eu carregava, mais evidente ficava: a carga que eu sentia tinha muito a ver com meu ego e minha construção de identidade em cima das minhas posses e objetos. A própria casa onde eu moro carrega um peso, concluí.

O peso de muitas horas de trabalho dos meus pais; o peso da vizinhança e suas opiniões; o peso do IPTU, da taxa de coleta seletiva, de limpeza e etc. Percebi o mesmo em relação ao meu carro. Eu basicamente trabalhava para pagar esse bem. Não à toa era uma grande luta conseguir guardar uma graninha no fim do mês.

Assim, aos poucos, tive esta percepção cristalina e assustadora: “talvez eu esteja desperdiçando meu ativo mais precioso e escasso – meu TEMPO de vida na terra – apenas para adquirir posses”. A partir daí, tomei a decisão de que não trocaria mais meu dinheiro por coisas, e sim por experiências.

E posso dizer que tem sido incrível. Só neste ano já fui para Santa Catarina três vezes, quatro para São Paulo, já tenho uma trip bookada para Belo Horizonte em setembro e depois nem sem o que me espera. Meus planos para o futuro? Não ter mais uma residência fixa. Viver um lifestyle 100% nômade. Sem o peso de ter que existir na Terra em um só lugar. 

Meu Deus, a vida é curta demais para isso!

Mas meu objetivo aqui não é dizer: largue todo o peso que você carrega e vire nômade digital. Não é necessário ser radical. Porém, mesmo dentro de uma “vida padrão”, creio que você pode se beneficiar de uma filosofia de vida chamada de minimalismo

O minimalismo como ferramenta de transformação no trabalho e na vida

Na minha visão – e experiência – o minimalismo é a criptonita dos pesos ilusórios. Trata-se de uma filosofia de vida pautada pelo menos é mais. Vale para tudo. Coisas, pessoas, trabalho, comida. Você elimina o que é supérfluo para gozar de mais tempo e liberdade para focar no que realmente importa.

Por que você assume projetos dos quais não gosta? Por que você mantém amizades que não lhe acrescentam em nada? Por que você compra coisas desnecessárias para aliviar um vazio existencial? Tudo isso gera peso. Torna a vida mais difícil, cansativa. E o que eu quero dizer é que não precisa ser assim.

Se você topar olhar com sinceridade para os pesos ilusórios que carrega, vai encontrar respostas muito libertadoras. Já vou adiantar que não é fácil. Eu passei por uma crise existencial bizarra para chegar até aqui. Mas valeu a pena.

Hoje trabalho com o que gosto, posso fazer o que amo de qualquer lugar do mundo. Tenho clientes incríveis. Conheço pessoas maravilhosas na estrada. Nem todos os dias são espetaculares. Mas aprendi, inclusive, a olhar para a dor quando ela aparece, sem necessariamente me entregar a ela. Ela não me pesa a ponto de me derrubar.

Acredite. A vida pode ser mais leve. O trabalho pode ser mais leve. Foque no que é essencial para você. E os dias podem ganhar um sabor muito mais delicioso.

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Como lidar com os medos envolvidos na vida de produtor de conteúdo freelancer?

mesa com notebook

O medo representa uma emoção visceralmente humana. Se alguém um dia lhe disser que não sente nenhuma faceta de medo, desconfie. Todos tememos algo. A morte de uma pessoa querida. Perder uma oportunidade. Contrair uma doença. A falta de dinheiro. Nossa lista de medos tende a ser bastante extensa, se você parar para pensar.

No livro “Supercérebro”, inclusive, os médicos Deepak Chopra e Rudolph E. Tanzi explicam que todas as emoções que costumamos caracterizar como negativas – medo, ansiedade, estresse – na verdade tem um propósito evolutivo, marcado em nossa mente e DNA. Elas existem para nos proteger. Mas não deveriam nos aprisionar.

Por isso, se você sonha em virar freelancer/nômade, sinto que vale a pena avisar: trata-se de uma escolha que, sem dúvidas, vai obrigar você a olhar de frente para alguns desses medos. Talvez alguns dos maiores da sua vida. É por isso que decidi abrir e compartilhar minha experiência aqui.

Quem sabe, ao ler sobre ela, você já consiga se preparar melhor. Ou, até mesmo, superar a fase dos medos mais rápido e começar a viver logo o lado mais legal do nomadismo.

Os medos que senti ao virar freelancer

Minha decisão de largar meu trabalho com carteira assinada, viver como freelancer e começar a viajar não aconteceu da noite para o dia. Levei mais de um ano de terapia, planejamento e rotina insana de trabalho CLT + freelas na hora do almoço e finais de semana para, finalmente, decidir: agora eu vou ser minha própria chefe.

Eu trabalhei mentalmente meus medos antes de tomar a decisão final. Medo de não receber pagamentos em dia. Medo de faltar grana no fim do mês. Medo do meu ego não dar conta de não ser mais gestora de conteúdo em uma agência cool de Marketing Digital. Medo de não vencer a procrastinação em casa.

Percorri todos os cenários possíveis na minha cabeça. “Se faltar grana, tenho grana guardada, vendo meu carro, vou dar um jeito”. “Se bater a solidão, trabalho num coworking”. “Se faltarem clientes, volto a mandar currículo para outros lugares”. Agora é a hora. Tenho que pagar para ver.

Mas, como você já pode imaginar, teoria e prática são bem diferentes. Juro para você: mesmo tendo arquitetado tudo certinho, logo no primeiro mês em que não recebi meu salário na conta bancária naquele 5º dia útil, senti um aperto na barriga e pensei: “Eles estavam certos. Não vou dar conta. Essa vida não é para mim”.

Os medos tomaram conta de mim de maneira avassaladora. E foi um exercício DIÁRIO relembrar todo o caminho que percorri até tomar a decisão de ser freelancer. Tive de rememorar diariamente os motivos que me levaram até aquele ponto.

Bem, o fato é que eu continuei lutando contra os “fantasmas” e, hoje, posso dizer que vivo a vida que sempre sonhei. Faço meus horários. Viajo com relativa frequência. Trabalho de onde eu quiser. E já não sinto tanto medo. Como?

Vou explicar agora  – além de dar tempo ao tempo – qual foi o processo que me permitiu superar a insegurança e continuar firme na minha decisão de “viver de freela”.

Como lidei com os medos?

O que vou dizer a seguir não é válido somente para a carreira de freelancer, mas para todos os medos que você cultiva na VIDA: para se libertar, você precisa compreender a RAIZ deles. Vou dar um exemplo prático…

Quando pedi demissão da CLT, eu já tinha guardado mais dinheiro em um ano do que em toda a minha vida antes. E, mesmo assim, eu sentia medo de não tê-lo. Às vezes, quanto mais você guarda, menos seguro se sente. Parece que nunca haverá “segurança o suficiente”.

Você certamente conhece alguém que tem um monte de dinheiro guardado no banco e, ainda assim, sempre tem medo da escassez, não é? Um verdadeiro desperdício de energia e recursos. 

No livro “Ferramentas dos Titãs”, Tim Ferriss aborda precisamente este tópico: quanto mais dinheiro você tiver, mais estará em jogo. E o ser humano nunca quer perder. Então, paradoxalmente, quanto mais você acumula, mais você teme.

O autor, inclusive, compartilha uma de suas “táticas de guerrilha” como investidor: ele costuma, de vez em quando, colocar um saco de dormir no chão e passar a noite lá só para colocar as coisas em perspectiva. “O que é o pior que pode acontecer?” Se você arriscar, você pode perder, sim. Voltar a dormir em um colchão, quem sabe. Mas e daí?

Por outro lado, também pode ganhar muito mais. E, geralmente, quando você se liberta do medo, é exatamente isso que acontece. Você ganha propostas melhores. Oportunidades mais legais. Conquista até mais respeito das pessoas!

Por isso, revisitar seus medos também é uma forma interessante de ressignificar sua vida. Por exemplo: hoje, me considero feliz e bem sucedida profissionalmente. Mas isso não significa que eu não tenha medos. Eles só mudaram de face e me incomodam menos.

Hoje tenho mais medo de não viver tudo que quero viver do que de não ter dinheiro.

Tenho mais medo de sacrificar minha saúde trabalhando de forma insana do que de recusar trabalhos.

Tenho mais medo de desperdiçar minhas horas para ter um pagamento fixo do que de fazer aquilo que eu realmente quero fazer. 

Moral da história: escolha bem seus medos. Explore-os. Encare-os de frente. Se você não se tornar prisioneiro(a) de tais sentimentos, acredite: eles podem até ser uma ferramenta incrível de transformação.

Observação: os livros mencionados neste artigo contém meus links de afiliada no programa da Amazon. Ao comprar através deles, eu recebo uma comissão e você ajuda a rentabilizar meu trabalho para que eu possa continuar escrevendo artigos. 

Por que eu fico de cabeça para baixo todos os dias?

folha no rio

Sirshasana. Esse é o nome em sânscrito de uma das minhas posturas favoritas de Yoga – sim, a mesma da fotografia aí abaixo. E, se você me perguntasse há um ano, eu jamais ousaria dizer que poderia executá-la, muito menos encontrar conforto nela.

Mas, por incrível que pareça, hoje essa invertida é uma minhas favoritas.

postura de yoga sirshasana

Só para contextualizar melhor: as invertidas geralmente são feitas ao fim da prática de Yoga, com o intuito de fazer o corpo “receber” melhor as vantagens das posturas executadas. Em uma rápida pesquisa no Google, descobri que elas possuem uma série de benefícios notáveis à saúde, já que promovem uma irrigação arterial no cérebro, estimulando também o bom funcionamento do sistema endócrino.

Mas fora a parte “técnica” associada às vantagens, acredito que ficar de cabeça para baixo todos os dias me conforta justamente por me permitir ver o mundo sob uma perspectiva diferente. Todo o cenário ao meu redor muda de figura – não importa onde eu esteja.

Pés no céu. Cabeça no chão. Ombros firmes. Respiração certeira. Só existe aquele momento e, dentro dele, fica mais fácil entender que todas as situações só dependem do nosso olhar. Não é por acaso que a Yoga é, para mim, um momento de profundas revelações e insights poderosos. 

É quase um lembrete de que eu sou, sim, criadora da minha realidade. De que posso observar um aprendizado mesmo nas situações mais difíceis. Tony Robbins cita em “Desperte Seu Gigante Interior” uma frase fantástica de Thoreau: “As coisas não mudam; nós é que mudamos”.

E só mudamos quando mudamos de perspectiva

Você costuma olhar diferentes lados de uma mesma situação?

É agora que vou fazer o gancho aqui sobre a postura Sirshasana e o mercado de trabalho. Eu imagino que você, assim como eu, eventualmente tenha dificuldades diante de uma situação específica no local onde trabalha. Seja para resolver um conflito, ou mesmo lidar com um desafio profissional.

O meu ponto é justamente este: antes de se desesperar, experimente avaliar a situação sob um prisma diferente. Coloque-se no lugar da outra pessoa (a boa e velha empatia é infalível), procure um plano B, caso o A não funcione. Sempre há uma solução. De verdade.

Só que a gente precisa se PERMITIR buscar esse outro viés na hora de resolver um problema ou um conflito. Sabe quando rola aquela coisa de você se “forçar” a querer solucionar algo o mais rápido possível, mesmo quando não está pensando direito? É aí que as chances de rolar um baita bloqueio se intensificam.

Procure o caminho contrário. Quando estiver complicado resolver algo, saia para dar uma voltinha. Caminhe um pouco sem rumo na rua. Saia para correr – bote aquela dose extra de endorfina no seu corpo -, escute aquela música que você adora, tome um banho quente. Ou experimente usufruir da…

Yoga como ferramenta para ampliar o olhar

Na minha experiência, a Yoga tem sido a ferramenta que une todos os benefícios que citei no parágrafo anterior. Me ajuda a perceber soluções para qualquer tipo de problema. Me deixa mais calma, centrada, menos ansiosa.

É por isso que todos os dias – com raríssimas exceções – eu faço, sim, questão de ficar de cabeça para baixo. Isso me torna mais criativa em todos os sentidos possíveis. E você não precisa começar com algo difícil, como Sirshasana.

Comece só respirando. Já é tão raro nos dias de hoje. Pare, respire, reflita, dê tempo ao tempo.

Assim, as respostas aparecem.

Um cachorro me mordeu. E me ensinou lições poderosas sobre trabalho

cachorro de costas

Desde que comecei minhas aventuras nômades no início deste ano, prometi a mim mesma que iria exercer um olhar mais atento ao mundo e às pessoas ao meu redor. E foi assim que conheci Irlene*, quando peguei o último ônibus da Rodoviária de Porto Alegre com destino a Garopaba, em Santa Catarina. 

Como duas viajantes mulheres sozinhas, naturalmente bastou uma troca de olhares para começarmos a conversar. Falamos sobre trabalho, sonhos, família e morte. E, quando chegamos ao nosso destino, já havíamos trocado o número de WhatsApp e marcamos um chimarrão para prolongar a conversa.

No fim de semana, lá fui eu papear com Irlene. Ela estava hospedada na casa de uma amiga, com a missão de cuidar de seus cachorros enquanto esta viajava. Cheguei até a casa, dei um abraço nela e, rapidamente, fui fazer um carinho no cachorro

Mas ele não estava tão afim de carinho assim

Abocanhou minha perna e meu braço, deixando alguns hematomas de presente. Aí está a prova:

mordida de cachorro

Foi um susto leve – AINDA BEM. Mas o episódio me fez refletire muito – posteriormente. Por isso, hoje decidi compartilhar aqui um pouco sobre o que aprendi diante da situação.

Devaneios sobre a mordida do cachorro e a vida profissional

Como eu costumo buscar explicações para tudo o que acontece na minha vida, fiquei pensando depois: “afinal, que lição esse cachorrinho quis me ensinar?”. Cheguei a algumas conclusões que se aplicam tanto ao mercado de trabalho, quanto à vida de modo geral:

  • Às vezes, queremos impor nosso posicionamento e nossa forma de pensar em situações corporativas sem nem ao menos antes pedir licença ou abrir a mente para ouvir o outro lado. Ainda que na melhor das intenções. Eu fui acariciar o cachorro sem nem antes perguntar se era bravo. Lição aprendida.
  • Em sintonia com o tópico anterior: o trabalho geralmente envolve muito mais do que    apenas tarefas. Envolve lidar com outros seres humanos. Muitas vezes, acabamos nos metendo em furadas por opinar sobre situações que não nos dizem respeito e querer resolver os problemas dos outros, quando às vezes nem somos capazes de lidar com os nossos!

Não adianta querer acariciar quem não quer carinho. Não cabe a nós querer mudar a forma de outras pessoas agirem. Podemos apenas ser EXEMPLO.

  • Cada ser que habita este planeta tem uma história que o influenciou a ser exatamente da maneira como é. Depois que o cachorro me mordeu, Irene me contou que ele é adotado. Quando morava na rua, apanhava muito. Por isso, quando alguém estende a mão para acariciá-lo, ele acha que vai sofrer e se defende.

Olha bem a profundidade disso! E vai dizer que com as pessoas não é assim mesmo? Muitas vezes, pessoas abusivas no ambiente de trabalho são duras assim porque a vida as maltratou muito. Compreender isso já é um passo enorme para lidar melhor com qualquer um que nos trate mal.

Veja bem: não estou dizendo que está tudo bem aceitar desaforos. Mas a compreensão sempre é o melhor caminho para começar a resolver conflitos, em minha visão. E não só na minha…

Compreenda mais, julgue menos

No clássico livro “Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas”, Dale Carnegie apresenta um argumento semelhante ao que busquei trazer neste texto. Ele pontua que, para que possamos cultivar relacionamentos sadios no ambiente de trabalho – e fora dele também -, precisamos saber exercer a empatia. Saber se colocar no lugar do outro. 

“Em lugar de condenar os outros, procuremos compreendê-los. Procuremos descobrir por que fazem o que fazem. Essa atitude é muito mais benéfica e intrigante do que criticar; e gera simpatia, tolerância e bondade” – Dale Carnegie

De minha parte, claro que não foi legal levar uma mordida de cachorro. Mas eis mais uma prova de que tudo depende do olhar. Uma situação super chata me ensinou uma série de lições valiosíssimas, das quais sempre me lembro diante de um dia complicado.

Sou grata ao cachorro por ter me mordido. Ele me ensinou. Eu aprendi com ele. E, bem ou mal, agora tenho mais uma cicatriz e outra boa história para contar

*nome fictício.

Observação: os livros citados neste texto contém meu link de afiliada da Amazon. Ao comprar através deles, você ajuda a rentabilizar meu trabalho para que eu possa continuar escrevendo. <3

Qual é o roteiro da sua vida?

pessoas andando de costas

Eu adoro caminhar a pé pela minha cidade, com os fones de ouvido no volume máximo, fingindo que tem uma câmera me acompanhando e que estou dentro de um filme. Soa bem bizarro, eu sei. Mas eu tenho certeza que você já fez isso pelo menos uma vez na vida.

Se não caminhando, talvez olhando pela janela do ônibus ou dividindo um pôr do sol com aquela pessoa especial. Não minta, eu sei que já fez. E, caso nunca tenha feito, eu recomendo tentar. É realmente muito bom.

Já parou para pensar se a vida realmente fosse um filme? Quais histórias você gostaria de criar? Como seria o roteiro? Quais seriam as grandes reviravoltas? Desde que comecei a trabalhar como nômade e viajar mais neste ano, passei a descobrir que há histórias incríveis nos lugares mais óbvios. Basta uma conversa com um estranho para perceber.

Se a gente realmente olhar com atenção, é capaz de notar que a vida de cada um de nós daria, literalmente, um filme. Há dores, prazeres, desprazeres, emoções gostosas e outras profundamente dolorosas.

O mais importante é sabermos que, nesse filme louco, além de personagens, nós podemos assumir o lugar de diretores. A gente pode ousar sonhar com a vida que deseja ter. E, até certo ponto, criá-la.

Não é para soar algo muito “coaching”, mas eu realmente quero argumentar sobre isso. Vamos aprofundar?

 O script padrão

Se a gente fosse analisar o roteiro padrão da vida da grande maioria das pessoas, provavelmente seria algo assim: escola, faculdade, trabalho, casa, carro, filhos, aposentadoria, velhice e morte. Há quem goste de seguir um certo script padrão. E está tudo bem. Cada pessoa é livre para decidir o que fazer da própria vida.

Mas eu, particularmente, acho que a vida merece um temperinho a mais. E as pessoas mais inspiradoras que acompanho também ousaram fugir dessa sequência padrão.

Recentemente, assisti na Netflix um episódio da série “My Next Guest Needs No Introduction” – programa de entrevistas com o David Letterman – no qual a convidada foi a também apresentadora Ellen Degeneres. Caramba, que mulher inspiradora!

Basicamente, ela ousou sair do armário em uma época em que ninguém ainda fazia isso, arriscou a carreira, teve de se reinventar completamente na televisão e, atualmente, é um símbolo de força e empoderamento para o mundo. E uma das comediantes mais conhecidas e respeitadas do globo.

E sabe o que é o mais legal de tudo? Essa é a história dela. Por isso, provoco: qual é a história que você quer escrever? A minha envolveu ressignificar toda minha vida, minha relação com o trabalho, buscar uma forma mais minimalista de viver – com menos coisas e mais experiências.

Mas você não precisa ser igual a mim.

Cada um de nós tem uma identidade única, sonhos únicos, características únicas, potencialidades únicas. Mas, então…

Como criar um roteiro incrível?

Depende de você. Infelizmente, essa resposta eu não tenho. Mas acho que o que eu quero dizer é que é possível buscar uma vida mais alinhada com o que você acredita.

Talvez isso resulte em abrir o próprio negócio. Uma loja. Um restaurante. Ou talvez você decida que realmente quer seguir o script padrão: casar, ter filhos, uma casa, um carro. Mas, por favor, não se prenda somente a isso por CONVENIÊNCIA.

A vida pode ser muito, muito mais.

Vivemos na era da tecnologia, da informação. As possibilidades são infinitas. Quando entrei na faculdade, jamais imaginei que estaria hoje trabalhando em casa, para uma agência de outro estado, fazendo meus próprios horários e ainda escrevendo – que é o que eu realmente AMO fazer na vida.

Não siga o mesmo roteiro que os outros somente porque é mais cômodo. Seja o(a) protagonista e o diretor(a) criativo de seu espetáculo.

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Como a escrita afetuosa pode transformar sua vida, seu trabalho e seu conteúdo?

capa do livro escrita afetuosa

Há leituras que tocam algum lugar além da mente. Elas fazem cosquinha na alma. Assim foi com o último livro no qual mergulhei: “Como Se Encontrar na Escrita: o Caminho para Despertar a Escrita Afetuosa em Você” – da jornalista Ana Holanda. Difícil ser sucinta ao descrevê-lo, mas basicamente é uma obra sobre como se (re)encontrar através das histórias e das palavras.

Soa maravilhoso, né? De fato, é.

OK. Devo admitir que sou suspeita para falar. Como jornalista, leitora fervorosa e produtora de conteúdo, tudo que envolve escrita já me faz brilhar o olho. E aí tem também o fato de que o livro chegou aqui em casa de surpresa, enviado pela minha maravilhosa gestora de conteúdo na Like Marketing – e amigona do coração – Sabrina Bender.

Tinha tudo para ser incrível já logo de cara. Mas os insights foram ainda mais profundos do que eu esperava. Por isso, neste post quero compartilhar alguns com você. Topa aprofundar?

Então, vamos começar pelo início: 

O que é a Escrita Afetuosa, afinal?

Logo no primeiro capítulo de sua obra, Ana sumariza o que é o conceito de “Escrita Afetuosa”, cunhado por ela. Em linhas simples, trata-se de uma escrita com alma, com envolvimento, com presença e vulnerabilidade. Para escrever com profundidade e afeto, portanto, o leitor precisa antes fazer um mergulho em suas próprias emoções e sentimentos.

Ou seja: a Escrita Afetuosa demanda autoconhecimento. Um reconhecimento de identidade que você vai colocar no seu texto. Um DNA que é só seu. A sua forma de enxergar o mundo. E se perceber nele. 

Neste TED incrível, abaixo, Ana também aprofunda um pouco mais a definição.

“É preciso se apoderar da palavra e entender que uma boa escrita está relacionada com a maneira como se olha para a vida. Existem boas histórias para serem contadas em todos os lugares. Elas podem brotar dos encontros mais simples e despretensiosos. Tudo depende do olhar”

Aí está o grande “pulo do gato”. Escrita Afetuosa, por mais estranho que possa soar, não é sobre escrever bem, ou procurar de forma mandatória colocar emoção nas palavras. É sobre olhar ao seu redor e voltar a sentir. Como diz a jornalista, todos os dias, quando o despertador toca e você se levanta, há uma nova história prestes a começar.

Exercer esse olhar humano, atento e curioso é indispensável para qualquer escritor. E produtor de conteúdo também.

Escrita Afetuosa x Produção de Conteúdo: será que combinam?

Não por acaso, enquanto lia o livro da Ana, lembrei várias vezes da Rejane Toigo – nossa mente estratégica na Like Marketing. No seu curso recém-lançado – o Criadores de Conteúdo – ela nos instiga a perceber como há inspirações para bons conteúdos por todos os lados.

Nos livros. Nos filmes. Nas músicas. Nas conversas. Em “Escrita Afetuosa”, Ana diz que é possível colocar alma em qualquer texto. Seja sobre política, negócios, imigração, marketing digital – ou, como é nosso caso na Like – saúde. É uma questão de aprender a ser mais curioso, a estudar e se abrir ao mundo. Assim, tudo vira inspiração.

Um bom produtor de conteúdo precisa ter ideias originais, saber pensar em headlines que captem a atenção de imediato. Muitas vezes, precisa também mergulhar no universo do seu cliente, de modo a ser capaz de interpretá-lo e comunicar sua essência através da linguagem. 

Nada disso é possível se ficar somente no seu mundinho e não souber enxergar, de fato, o que acontece ao seu redor. As palavras brotam de nós mais facilmente quando estamos conscientes e atentos. E os resultados – tanto no Marketing Digital, quanto na vida – são incríveis quando aquilo que escrevemos consegue tocar, impactar, transformar a realidade do outro. É lindo. 

“A escrita pressupõe intensidade, assim como a vida” diz Ana. 

É isso. É exatamente isso.

Que possamos fazer cada vez mais bom uso da palavra como instrumento de transformação – seja através dos livros ou dos conteúdos que publicamos diariamente em nossas redes e nas redes de nossos clientes. Que possamos colocar alma em tudo aquilo que escrevemos e propagamos nesse universo paralelo chamado internet. 

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Devaneios sobre como as conexões acontecem: no conteúdo e na vida

dois homens se abraçando

A Netflix liberou recentemente novos episódios de uma série chamada Queer Eye. Já acompanhei alguns e, volta e meia, me pego chorando. Não sei se por alegria, tristeza, ou talvez uma misturinha entre os dois. 

De forma bem resumida, trata-se de um reality show em que um grupo de 5 homens gays (The Fab Five, honey) entram na vida de uma pessoa – assim mesmo, bem aleatoriamente – para fazer uma profunda transformação. Uma mudança que engloba não só o estilo, mas também a relação dela com a comida, com a casa, com a família. 

O que me comove na série é ver como a pessoa verdadeiramente se TRANSFORMA após a chegada deles. Geralmente, as “intervenções” são feitas por eles em seres humanos que se doam TANTO aos outros que acabam esquecendo de si mesmos. Não lembram mais o que é ter um estilo próprio. Cozinhar a própria comida. Cuidar da pele, dos cabelos, do corpo. 

E a intervenção do grupo é feita de forma tão genuína, honesta e amorosa que é impossível não ser impactado pelo “antes e depois” das vidas tocadas por eles. Toda essa introdução apenas para dizer que Queer Eye tem me feito refletir sobre como as conexões humanas acontecem.

Cheguei à seguinte conclusão:

A dor é o que nos conecta

No desenrolar dos episódios da série, fica nítido isto: para que uma pessoa que perdeu totalmente a conexão consigo mesma, com sua essência, abrir-se para SENTIR de novo é complicado. E, na produção do Netflix, JUSTAMENTE o que faz as pessoas abrirem sua dor – permitindo-se sentir para, então, curar – é a conexão com a dor do outro.

Os 5 Fab Five, simplesmente por serem homossexuais, simbolizam um grupo de minoria. A cada episódio, eles também compartilham um pouco do sofrimento de suas histórias. Provando que, por mais dura que a estrada tenha sido, há possibilidade de superação.

É nesse momento em que a dor deles encontra a dor da pessoa que estão transformando – ainda que suas dores “originais” sejam completamente distintas – é que a conexão ocorre. A partir desse momento, a pessoa se entrega à mudança. Se permite aceitar ajuda. Recomeçar. 

Na vida e no conteúdo também é assim. A gente só se permite ser tocado quando se IDENTIFICA. E tem algo que nos identifique mais que a dor? Tem coisa mais chata que um conteúdo que não conecta, que não dialoga, que não traz verdade alguma nele? Que não tem propósito, visão, exposição?

Acho que passamos da era só das fotinhos de recebidos, hashtags e imagens exageradamente editadas. Ainda bem. Até os likes no Instagram se foram. Quer se destacar? Agora o negócio é aprofundar

Moral da história:

Não esconda sua dor. Você não é perfeito(a). Nem eu.

Nenhum de nós é. Mas até agora há pouco, nada disso era valorizado. Agora temos a oportunidade de começar a fazer diferente. Sobre o que sua audiência realmente quer saber? E como você pode comunicar isso colocando um pouquinho de você – ou do seu cliente – na mistura? Como você pauta seu conteúdo? Suas linhas editoriais exprimem sua verdade?

Podem parecer questionamentos inofensivos, mas eles são absolutamente essenciais. Em nossa experiência na Like Marketing, quanto mais a pessoa se enxerga no cliente e se identifica com ele, melhor é o resultado nas redes. E não estou só falando da alegria. Estou falando dos momentos difíceis, que também são compartilhados.

Eu acredito que os resultados no Marketing Digital podem ser muito melhores quando largamos apenas as frases motivacionais e vamos além. E, como amante da internet, torço para que ela seja inundada por textos, vídeos e imagens cada vez mais pensadas para conectar – e menos “blablabla” fake com o objetivo único de vender. (alguém ainda cai nessa?).

Em resumo, torço por mais conexões verdadeiras. Sejam elas no mundo real ou virtual.

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Bem-vindos à Era da Vulnerabilidade

olho aberto

Desde que a maravilhosa Brené Brown entrou em cena com seu incrível TED (The Power of Vulnerability) e, posteriormente, no Netflix com sua palestra (Call To Courage), a palavra VULNERABILIDADE tem ganhado enfoque. 

Diz ela, com extrema sabedoria:

“Ficar vulnerável é um risco que temos que correr se quisermos experienciar conexão.”

No contexto da produção de conteúdo e das mídias digitais, antes mesmo de Brené entrar em cena, confesso que eu já havia reparado em uma mudança de ares. 

Quando o Instagram estourou, por exemplo, nosso barato era observar – com um certo tom de inveja – a vida inacreditável das blogueiras com suas viagens incríveis e rotinas fitness, né? (Olha eu sendo vulnerável aqui e confessando: eu SUPER era essa pessoa).

Mas algo mudou nos últimos tempos. Me parece que, aos poucos, essa “distância” entre o que é a VIDA REAL de uma pessoa e o que se posta no Instagram começou a se mostrar mais óbvia. Ficou mais difícil acreditar que a realidade das blogueiras – e de nossas PRÓPRIAS vidas – é realmente tão incrível quanto os Stories e o feed.

Eu, pelo menos, não caio mais nessa. Mas enxergo a transformação embalada pela “onda da vulnerabilidade” com extremo otimismo. Afinal, não deveriam as redes sociais atuarem como uma EXTENSÃO de nossas conexões REAIS

Claro que não precisamos documentar e jogar nossa tristeza na cara do mundo. Mas creio fortemente podemos ressignificar a forma como produzimos conteúdo, trazendo um pouquinho mais de VERACIDADE a ele. 

Estamos nas redes porque queremos conexões. Como se conectar com alguém que nunca tem problemas se, no fundo, sabemos que todo SER HUMANO enfrenta algum tipo de dificuldade? Como se conectar com alguém de quem você é fã, mas você sabe que só quer seus likes….nunca respondeu a um comentário seu e, provavelmente, nunca responderá?

Para ilustrar melhor, vou trazer um exemplo recente de vulnerabilidade na produção de conteúdo. E, para ser completamente honesta, o exemplo vai ser meu. 

Na semana passada, publiquei um texto falando sobre como a Yoga tem me ajudado a lidar com minha ansiedade (sou muito, muito, muito ansiosa) e a melhorar minha produtividade. Para minha surpresa, foi um de meus conteúdos mais lidos até agora.

Por quê? Porque eu fui vulnerável. Abri ao mundo meu problema e descobri, no fim das contas, que é um problema de muita gente. 

E olha só que incrível: eu me senti acolhida, como escritora do texto – e como pessoa com ansiedade. Ao mesmo tempo, meus leitores também se sentiram compreendidos (muitos comentaram que a Yoga tem feito milagres em suas vidas). 

Por isso, se você trabalha com produção de conteúdo, minha sugestão é: TORNE seuCONTEÚDO VULNERÁVEL. Assuma quem é você nas suas histórias (o bom e velho storytelling). Não só o lado bonito da sua vida. Quem sabe os perrengues que você passa também não sejam boas fontes de inspiração para fazer novas amizades no mundo virtual – e, posteriormente, até no mundo real?

Quem sabe as DORES que você experimenta não são também as dos seus clientes, amigos ou ambos? Se é verdade o que Brené diz – que a vulnerabilidade é o que nos CONECTA (e creio fortemente que sim, pois NEUROLOGICAMENTE fomos programados para buscar conexões), mostrar que às vezes você também se sente inseguro ou frustrado pode ser bom para o seu negócio.

E para sua alma também.